Foto: Caco Argemi |
A foto aí foi tirada ontem à noite pelo fotógrafo gaúcho Caco Argemi.
É da carga, de sabre em punho, feita pela cavalaria da Brigada Militar, na Avenida Ipiranga, próximo à sede do jornal Zero Hora, em Porto Alegre.
A Brigada, corporação equivalente à Polícia Militar, em outros tempos uma das mais respeitadas (e armadas) instituições militares estaduais, desde que Borges de Medeiros criou seu Grupamento de Metralhadoras, ainda na esteira dos conflitos que o Rio Grande enfrentava com o governo central.
A ordem para a carga de espada, provavelmente, não é dada há décadas aos brigadianos.
O governador José Ivo Sartori, mais conhecido nacionalmente por ter sido o primeiro a sacrificar seus funcionários – inclusive os brigadianos – com atrasos e suspensão do pagamento de seus salários, é pessoalmente responsável por qualquer infortúnio que venha a ocorrer com este tipo de ataque a sabre, mais adequado a quem pensa estar no século 19.
A foto de Argemi não é apenas uma desonra para a Brigada Militar.
É um libelo não apenas contra o governo gaúcho ou o de seu colega usurpador, Michel Temer.
É uma vergonha para o Brasil.
Quem se disporá a vir a um lugar onde a polícia avança de espada contra manifestantes?
Quem não está autorizado a reagir como puder a um cavalariano que vem de sabre em punho contra ele?
Sabre não serve para dispersar, senão pelo medo de quem o vê.
Mas, se não tiver medo, como é tradição gaúcha não ter, só serve para matar.
O Rio Grande do Sul não é mais a terra da degola, ainda bem.
Argemi prestou um serviço ao Brasil e sua foto deve ser compartilhada o quanto se puder nas redes sociais.
Para ver se alguém sente vergonha.
Será que, vendo isso, alguém toma uma providência para evitar uma tragédia?
Quando menos, para que se veja a primeira cena brutal da ditadura que se está implantando no Brasil.
*Por Fernando Brito no (excelente!) Blog 'Tijolaço'
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