Com Bolsonaro e Feliciano discursando como líder do PSC na Câmara; a ex-deputada Lila Moura em Miami; com o patrono Cunha: tudo em família
Sr. Presidente, quero agradecer a toda a nossa bancada e dizer que nenhum povo é realmente grande, senão pela liberdade que tem ou conquista. Neste momento histórico, nós somos o povo brasileiro, nós somos a Pátria. Pelo Brasil, pelo meu amado Estado de Sergipe, de um grande homem, mestre da Filosofia e do Direito, Tobias Barreto; em nome da família e dos meus filhos, Yandra e Yago, eu voto sim, Sr. Presidente, pelo impeachment. André Luís Dantas Ferreira, vulgo André Moura, na votação do impeachment na Câmara em 17 de abril
A sociedade não é ainda, como queria Jesus, a organização do amor, nem a organização do trabalho, mas a da hipocrisia. Tobias Barreto
Da Redação, com Garganta Profunda*
Documentos oficiais demonstram que o recém-indicado líder do governo Temer, André Luís Dantas Ferreira, eleito como André Moura, é acusado de ter exercido o papel de coronel no município de Pirambu, em Sergipe, que governou em dois mandatos consecutivos (1997-2004).
Apesar de ser ficha suja, André manteve o mandato e agora ascende à posição de articulador oficial do Planalto na Câmara.
Ele votou pelo impeachment de Dilma Rousseff falando em reconquistar a liberdade, mas responde na Justiça por tentativa de homicídio de um ex-aliado político.
A denúncia contra André Moura foi feita pelo ex-prefeito de Pirambu, Juarez Batista dos Santos. Ele registrou queixa na polícia e depôs ao Ministério Público Federal em Sergipe.
Pirambu, de cerca de 9 mil habitantes, fica na costa sergipana.
Juarez sucedeu André Moura na Prefeitura em 2005 e disse que se viu forçado a ceder o poder informalmente ao antecessor e ao cunhado dele, Elio Martins, o Elinho.
A descrição é do próprio Supremo Tribunal Federal, onde tramitam ações contra Moura:
Nessa posição, ele [André Moura] teria indicado a maior parte dos secretários municipais e mantido carros e celulares da Prefeitura à sua disposição, além de fazer compras em mercados pagas pelo erário, indicar vários funcionários fantasmas, entre eles sua esposa (Lara Adriana, também denunciada) e receber repasses mensais da Prefeitura entre R$ 30 mil e R$ 50 mil, conforme a acusação. Nas eleições de 2006, Moura foi candidato a deputado estadual e, durante a campanha, segundo relato de Juarez dos Santos, as exigências ilícitas se agravaram, quando Moura teria encomendado repasse de R$ 1 milhão entre abril e setembro. Sem conseguir atender às demandas, o prefeito passou a receber ameaças que culminaram com troca de tiros que feriram o vigilante de sua casa, disparados por quatro homens encapuzados.
O inquérito 3905, que trata da tentativa de homicídio a que André Moura responde, ainda não resultou em denúncia.
Os inquéritos 3204, 3221 e 3516, originários do Ministério Público de Sergipe, serão julgados em conjunto.
O 3204 trata de licitações forjadas pelo grupo.
O 3221 é sobre o desvio, por parte do prefeito de Pirambu, de telefones celulares com as contas pagas pelo município para uso de André Moura, sua mãe e irmã.
O 3516 é relativo ao desvio de servidores e da frota municipal para uso pela família de André Moura.
No STF, a defesa alegou que o atual líder do governo Temer na Câmara e o prefeito Juarez eram aliados e que as denúncias foram resultado de “vingança política”, depois do rompimento entre eles.
Ao depor ao MPF em Sergipe, Juarez alegou que só denunciou suas próprias ações criminosas por ter recebido ameaças de morte.
O caso também foi apurado ou acompanhado de perto pelo MPE de Sergipe, pela Procuradoria Regional Eleitoral, pela Procuradoria Geral de Justiça do Estado e pela Procuradoria da República em Sergipe.
Fornecedores da Prefeitura de Pirambu depuseram, comprovando as denúncias. As notas fiscais eram emitidas com informações falsas. José Milton Nunes, do Supermercado MM Nunes, informou: “Que os refrigerantes, cervejas e vinhos eram comprados pela Prefeitura ao depoente, e entravam na sua Nota Fiscal como Cestas Básicas”.
Outro fornecedor, Ricardo Fortes Lemos, afirmou “que vinha uma Ordem da Prefeitura determinando qual o tipo de Produto que sairia na nota, ainda que tivesse sido fornecido cerveja, whisky e red bull”.
De acordo com trecho de documento do MP, “importa ressaltar que, segundo o apurado, ascompras irregulares, custeadas pelo Erário municipal [de Pirambu], abasteciam as residências do Prefeito Juarez Batista, do ex-gestor André Moura e de sua esposa Lara Moura, de seu cunhado Elinho e de sua irmã Patrícia Moura, sendo compostas por produtos que configuravam típicas feiras de mercadinho”.
O valor total desviado foi de cerca de R$ 100 mil, em dinheiro da época. Pode parecer pouco, mas em 2015 o governo federal transferiu ao município, como apoio à alimentação escolar na Educação Básica, o valor de R$ 141.664,00.
Por conta do escândalo, o município sofreu intervenção estadual. (...)
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