Faltam informações maiores sobre o tema. De minha parte, colocaria leve favoritismo na Hipótese 1. do general Portella legalista.
General Portella e general Paulo Sérgio
Por Luis Nassif*
No “Xadrez de como será o golpe da Urna Eletrônica” mostramos os sistemas adquiridos pela ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) e pela CDCiber (Defesa Cibernética do Exército Brasileiro). E mencionamos como figura central o general Héber Garcia Portella, dirretor do CDCiber e militar incumbido de representar as Forças Armadas na comissão criada pelo então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, para supervisionar os estudos de segurança da urna eletrônica.
Portella foi autor do relatório com 45 pedidos de explicação para o TSE. Posteriormente, esse relatório foi utilizado por Jair Bolsonaro para colocar as urnas em dúvida.
Dias atrás, o Brasil de Fato publicou reportagem informando que Portella fechara contrato com uma empresa israelense para adquirir softwares de supervisão das eleições.
No início da tarde de ontem, o Ministro da Defesa, General Paulo César, solicitou ao TSE que as informações para as Forças Armadas fossem endereçadas diretamente a ele.
Coincidentemente, no final da tarde estive com fonte bem informada sobre os bastidores do governo. Ela me garantiu a contrariedade do general Portella com o uso político do relatório. Sustentou que ele foi indicado para a comissão apenas por ser o mais técnico dos militares e seu relatório visava exclusivamente colaborar para o aprimoramento do sistema.
Enquanto isto, o Ministro da Defesa soltou nota dizendo não ter sido atendido pelo presidente do TSE, para um pedido de reunião. E, nos últimos tempos, passou a emular cada vez mais o discurso de Bolsonaro. E em nenhum momento rebateu a utilização indevida do relatório das Forças Armadas. O inusitado da história é que, como Ministro da Defesa, ele representa o presidente da República, não as Forças Armadas. Por esta razão, o pedido era totalmente indevido, já que colocaria informações nas mãos de um candidato à reeleição.
A partir dessas informações, algo desencontradas, há três hipóteses para a decisão de Paulo Sérgio de dar um bypass no general Portella.
Hipótese 1 – o general Portella permanece legalista. Por esta razão, o general Paulo Sérgio quis tirar dele o controle absoluto sobre as informações provenientes do TSE.
Hipótese 2 – o general Portella é golpista e a decisão visaria esvaziar seu poder de botar fogo no tema.
Hipótese 3 – a decisão do general Paulo Sérgio visaria aliviar a situação do general Portella, que se tornou personagem central dessa polêmica.
Faltam informações maiores sobre o tema. De minha parte, colocaria leve favoritismo na Hipótese 1.
*Jornalista, via jornalggn.com.br
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