02 setembro 2022

Sem regulação da mídia, Carta Maior despediu-se do público

 

  O portal Carta Maior encerrou seus quase 20 anos de participação no mercado editorial brasileiro


Pela visão do Palácio do Planalto, os recursos públicos — na casa de mais de R$ 50 bilhões por ano — são destinados à mídia conservadora, que engorda seu orçamento, em defesa do sistema que cala os veículos de comunicação não alinhados, a exemplo de Carta Maior.


*Por Redação do Correio do Brasildo RJ

Prestes a completar 20 anos no ar, dono de um conteúdo relevante para o pensamento brasileiro e a participação de nomes expressivos, em cada edição, encerra-se o site Carta Maior, criado e dirigido pelo jornalista Joaquim Palhares. Esta, no entanto, é apenas mais uma das publicações que naufragam na tempestade gerada pela política neoliberal no setor de Comunicação, instaurada ainda durante o primeiro governo da presidenta deposta Dilma Rousseff (PT) e levada a cabo nos governos do presidente de facto Michel Temer (MDB) e, adiante, na atual gestão de Jair Bolsonaro (PL).

Pela visão do Palácio do Planalto, os recursos públicos — na casa de mais de R$ 50 bilhões por ano — são destinados à mídia conservadora, que engorda seu orçamento, em defesa do sistema que cala os veículos de comunicação não alinhados, a exemplo de Carta Maior. Em mensagem destinada aos leitores, uma vez que a publicação era mantida apenas pela contribuições de doadores, sem qualquer apoio público, Palhares despede-se em definitivo, após várias tentativas de reerguer o portal.

Golpe de Estado

“Fizemos várias tentativas de reativá-lo, mas a falta de recursos impediu que tivéssemos sucesso. Outra dificuldade aliou-se a esse quadro já de difícil solução: estou muito doente e incapacitado para, entre outras tantas coisas, escrever. Estas são as razões pelas quais ainda não havia informado, a nenhum de nossos doadores, os motivos que levaram nosso site a sair do ar. Peço licença para fazê-lo agora”, escreve o jornalista.

O golpe de Estado perpetrado contra a democracia, relata o editor, foi decisivo para o declínio do veículo.

“Nossas agruras financeiras começaram com o golpe de 2016, que marcou o fim de um período de relativa estabilidade. Sem qualquer respeito às leis, o governo Temer rompeu, unilateralmente, os contratos de publicidade que se achavam em plena vigência e eram imprescindíveis à nossa sobrevivência. Estivemos, ali, na iminência de encerrar nossas atividades”, resume Palhares. (...)

*Leia Aqui, na íntegra, a despedida de Carta Maior (postagem publicada em 19/04/2022 - que este Editor (solidário e reconhecido ao grande e persistente trabalho do companheiro Joaquim Palhares e demais integrantes e colaboradorxs desse importantíssimo site alternativo traz para conhecimento dos(as) prezados(as) leitores(as) -  'um pouco tarde, mas em tempo'...).

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