Por Juca Ferreira*
A ficha aos poucos vai caindo e as contradições do ruralismo com o futuro do país vão ficando perceptíveis e expostas e as ilusões vão se dissolvendo…
Os ruralistas, o chamado agronegócio, foi uma das principais bases políticas do golpe que afastou a Dilma da presidência e emprestaram todo apoio a Temer e Bolsonaro.
Historicamente são uma força conservadora e reacionária e conspiram sistematicamente contra o futuro e a grandeza do país.
Fizeram parte desses governos oriundos da ruptura com nossa democracia e usaram sua força nesses governos para ampliar e liberar criminosamente o uso de venenos, os chamados agrotóxicos; para aprovar leis que legalizam e ampliam o armamento no campo e praticam sistematicamente a violência contra líderes dos pequenos agricultores e povos indígenas, inclusive com assassinatos de muitos desses líderes; estimularam e alimentaram as iniciativas golpistas e foram os principais estimuladores e financiadores dos acampamentos nas portas dos quartéis e da patética tentativa de golpe do dia 8 de janeiro.
Agora, estão usando o parlamento para inviabilizar o governo do presidente Lula através de táticas para fazer do Congresso uma barreira oposicionista e golpista.
Estão abrindo uma CPI contra o MST e buscam criar o clima de instabilidade e polarização no país.
Nunca tiveram interesse na consolidação de uma democracia no Brasil.
Não manifestam compromisso com nossa soberania e preferem o Brasil à imagem e semelhança de uma das suas fazendas, sem direitos sociais, sem cidadania, onde impera a lei do mais forte.
Ainda vivem a nostalgia da abolição da escravidão e são o principal setor social que possibilita a resiliência das práticas escravistas.
São inimigos da sustentabilidade e são um dos principais predadores da natureza, desmatando, botando fogo nas florestas, contaminando os rios e os peixes, usando de forma predatória os recursos hídricos, reduzindo irresponsavelmente a biodiversidade e praticando o uso abusivo do solo.
Estão sempre conspirando contra as leis que protegem o meio ambiente e destroem as florestas para substituí-las por fazendas de gado e soja e estão destruindo o Cerrado brasileiro, bioma fundamental para o equilíbrio hídrico do país e se dedicam a concluir a obra criminosa de acabar de devastar a mata Atlântica.
São, junto com o garimpo e os madeireiros, os principais algozes das florestas, dos rios e dos povos indígenas em todo o território nacional.
Como setor social são impermeáveis à nação e não demonstram nenhuma tendência de vir a tomar tenência e afinar a viola com o Brasil.
Tem sido um caso de desafinação e dissonância crônica.
*Juca Ferreira (foto) é sociólogo e ambientalista. Desde março de 2023, cuida da área de economia criativa do BNDES. Foi ministro da Cultura nos governos Lula e Dilma.
-Fonte: https://www.viomundo.com.br (enviado por Ana Costa)
Nenhum comentário:
Postar um comentário