O Dia do Trabalhador é um momento importante para a classe trabalhadora se mobilizar pelas lutas para a criação de emprego e renda no país
Sim, o povo está arregaçando as mangas na reconstrução do Brasil e quer ser reconhecido
Por Duda Quiroga* – Dia do trabalhador e da trabalhadora, 1° de Maio chegando. E quais são as nossas lutas hoje? Qual o diálogo que nos cabe estabelecer com os patrões e com os governos?
Foram conquistas que combinavam mesas de negociação com pressão nas ruas e greves, quando o diálogo era interrompido e era necessário destravar a mesa. Enfim, foram avanços só possíveis com luta, estratégia, formação e sabedoria.
Emprego e renda
É fruto desse momento da nossa história provar a teoria de que quando o salário mínimo cresce além da inflação e à luz do crescimento econômico, ele na verdade gera a possibilidade de criar novos postos de trabalho. Por quê? Porque ele aquece a economia, porque os trabalhadores e trabalhadoras que ganham mais podem consumir mais, porque aumentam suas rendas. Então, a redistribuição de renda gera um novo mercado consumidor, com capacidade de compra, com valorização, e isso vai ajudando nesse processo de aquecimento da economia, criando novos postos de trabalho.
Hoje, além dessa lógica, a gente vê como estratégia de gerar emprego e renda a retomada de obras paralisadas nos últimos dois governos. Há perspectiva da construção de novas escolas, institutos, hospitais, casas populares, etc. Então, não é só o emprego direto na obra, que é um trabalho temporário, mas também as ocupações indiretas em toda a cadeia e o giro da roda da economia.
A gente ainda está vendo a retomada da nossa indústria e toda a pauta da transição de matriz energética que vem se consolidando. Enfim, ainda que a informalidade esteja muito grande, o governo Lula já voltou a criar postos de trabalho, o que permite ao povo ter esperança.
Questão da tecnologia
Negociação coletiva para servidores
Por falar nas relações internacionais, no final do último ano do segundo governo Lula, em 2010, o Brasil ratificou a convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho, que trata do direito à negociação coletiva para servidores públicos. Porém, passados 13 anos, ainda falta aprovar uma legislação nacional e de estados e municípios que garantam de forma eficaz esse direito. Afinal, é importante valorizar aquelas e aqueles que fazem o Estado.
O esperançar que nos move aponta um 1° de Maio de celebração e luta. Sim! Que façamos shows e confraternizações no nosso dia e sigamos numa grande marcha da classe trabalhadora a Brasília, no dia 22, para defender um Brasil voltado para o povo brasileiro, com taxação das grandes fortunas, valorização dos servidores e servidoras e investimentos que gerem emprego, trabalho, renda e dignidade humana.
Isso não é pedir muito. São sonhos que, na luta, vamos transformar em conquistas.
*Duda Quiroga é professora, psicopedagoga e membro da Executiva Nacional da CUT (dirigente do SinproRio, Sepe e CNTE)
-Via RBA
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