05 agosto 2024

A façanha de Rebeca é um ato de soberania contra a viralatice

"A façanha de Rebeca resgata o orgulho do Brasil contra o falso patriotismo de louvação a símbolos dos EUA e de Israel"

A medalhista de ouro Rebeca Andrade, do Brasil, comemora com a medalhista de prata Simone Biles, dos Estados Unidos, e a medalhista de bronze Jordan Chiles, dos Estados Unidos, no pódio (Foto: REUTERS/Athit Perawongmetha)

Por Tiago Barbosa*

A sucessão de imagens na sequência da vitória incontestável de Rebeca Andrade produz simbolismos para além do esporte. E aquece a alma de um Brasil habituado - por força de uma fração vira-lata da população - a se ver por baixo na esfera internacional.

A cena da ginasta venerada pelas concorrentes norte-americanas enxota a subserviência aos EUA cultuada por mentes colonizadas. É grito de soberania esportiva - com reflexos reais - contra a continência a essa bandeira estrangeira naturalizada pela degeneração da extrema-direita.

A façanha de Rebeca resgata o orgulho do Brasil contra o falso patriotismo de manifestações guiadas por flâmulas, genuflexões, influência e louvação a símbolos dos EUA e de Israel. Reposiciona o sentido de país a partir de um povo fortalecido na própria identidade - negra e feminina - e potência atlética sem alienações à propaganda ou a modelos ocidentais de submissão. Valoriza a coletividade materializada no papel do Estado através de incentivos públicos em contraponto à retórica enganosa do mercado como fiador exclusivo do triunfo.

A ascensão da bandeira brasileira sob o hino destituído de acenos golpistas de ruminantes e ladeada pelas norte-americanas é reencontro. Do Brasil com seu povo. Do Brasil com seu potencial. Do Brasil com o futuro. Livre, soberano, plural, igualitário e vencedor: o ouro de Rebeca é a plenitude da nossa gente - a glória que vira-lata de direita detesta ver.

*Fonte: https://www.brasil247.com/

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