26 agosto 2024

‘A Redenção é uma sombra do que já foi’: frequentadoras reclamam de podas e cortes de árvores

Integrantes de grupo ambientalista criticam a falta de critério no serviço, enquanto governo municipal aponta questões de segurança

Parque da Redenção apresenta tocos de árvores e troncos caídos. Foto: Isabelle Rieger/Sul21

O manejo arbóreo realizado no Parque Farroupilha (Redenção, em Porto Alegre/RS) tem chamado a atenção de alguns frequentadores da tradicional área verde da Capital. E não é pela qualidade do serviço. Ingrid Moldt e Lila Romero, integrantes do coletivo Preserva Redenção e assíduas caminhantes no parque, avaliam que o trabalho de poda, atualmente executado pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSurb), piorou muito nos últimos meses.

“Eles têm uma visão que não respeita a fauna e a flora. Estão depredando. A intenção deles é transformar a Redenção numa praça”, afirma Ingrid. Para ela, os cortes e podas de árvores têm sido feitos sem critério e de modo errado, podendo prejudicar o crescimento da vegetação.

Além das podas, ela reclama também da retirada de matéria orgânica que tem sido feita por caminhões, supostamente com a intenção de limpeza. Ingrid explica que a matéria orgânica é importante para a adubação do solo. “Estão deixando a paisagem ‘cristalina’, mas isso é a morte para os animais. Os gambás já quase não são vistos, as tartarugas estão diminuindo e os aguapés sendo retirados. A vegetação está sendo retirada como se fosse culpada.”

Ela pondera que o serviço feito pela Prefeitura pode fazer parte da população achar que a Redenção está “limpa”, mas que do ponto de vista ambiental, o trabalho não está correto. “Porto Alegre está entregue a uma determinada visão urbanística. Parece que eles não têm interesse em plantar árvores”, lamenta. Para reforçar sua análise, Ingrid cita o corte recente de uma ameixeira no Parcão, outra tradicional área verde de Porto Alegre. O corte revoltou usuários do parque e foi realizado porque estaria atrapalhando a visibilidade de uma câmera de segurança.

Na Redenção, Lila Romero cita de exemplo o corte de um maricá. A árvore nativa, comum em vários estados do Brasil, é indicada para ações de reflorestamento, preservação ambiental, arborização urbana, paisagismos ou plantios domésticos. Na Redenção, havia um exemplar perto do Recanto Oriental. A árvore chegou a tombar recentemente, mas permanecia viva. Há poucas semanas, foi definitivamente cortada. (...)

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