05 outubro 2025

Flotilha Global Samud: Sequestro dos heróis brasileiros e dos demais pacifistas da flotilha exige mobilização geral e reação mais forte do Brasil

A luta pela liberdade dos brasileiros sequestrados [a mando do governo sionista de Israel] é a mesma luta pela vida do povo palestino e pela defesa de uma efetiva ordem internacional


Um ato de pirataria moderna foi consumado em águas internacionais. A interceptação pela Marinha israelense da Flotilha Global Sumud, que transportava ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, e o subsequente sequestro de centenas de ativistas pacíficos, incluindo cidadãos brasileiros, representam uma afronta direta à soberania do Brasil e aos princípios mais básicos do direito internacional. Entre os voluntários sequestrados por Israel está o brasileiro Miguel Viveiros de Castro, que, enquanto pôde, participou ativamente da programação da TV 247 a partir de um dos barcos da flotilha, levando ao público brasileiro informações diretas sobre a missão e a resistência pacífica que ela representava. 

Os membros da flotilha, em meio a tantas alegações de fraqueza e até indisfarçadas traições, resolveram tomar em suas mãos as suas ações contra o genocídio sionista em Gaza. A luta muda de qualidade com seu sacrifício. O planeta se mira em sua luta. Como a Comuna de Paris e as brigadas internacionais da Guerra Civil Espanhola, eles resolveram, em nome da consciência internacional, assaltar o céu. Sofrem agora toda a carga de torturas do Estado supremacista. 

Diante de situação de tal gravidade, a resposta do governo brasileiro, ainda que inicialmente correta em sua condenação, mostra-se insuficiente. É hora de uma reação mais enérgica e coerente, que vá além da diplomacia tradicional e mobilize todos os instrumentos de pressão disponíveis, acompanhada por um movimento massivo da sociedade civil. A Colômbia, por exemplo, diante do sequestro de seus cidadãos na flotilha, reagiu expulsando diplomatas israelenses.

A inédita e maciça mobilização de trabalhadores italianos, por outro lado, serve de exemplo e espelho para o que se espera do Brasil. 

A operação de interceptação foi ilegal em sua essência. As embarcações foram abordadas a dezenas de quilômetros da costa palestina, em águas internacionais. Os voluntários, heróis que carregavam alimentos, água potável, medicamentos e brinquedos, foram tratados como combatentes. Relatos indicam que, após a captura, foram forçados a ajoelhar-se com as mãos amarradas por horas. O governo israelense, ao negar inicialmente o acesso consular e jurídico aos detidos, agravou ainda mais essa violação. Os sequestrados da flotilha foram confinados numa prisão no deserto do Negev, a 30 quilômetros da fronteira com o Egito. Esconder o paradeiro de pessoas e depois dificultar seu contato com o mundo exterior são táticas inaceitáveis. 

Perante essa afronta, a posição diplomática do Brasil precisa evoluir de notas de repúdio para ações concretas e consequentes. A liderança brasileira em uma denúncia no Conselho de Direitos Humanos da ONU, apoiada por dezenas de países, é um primeiro passo importante, porém tímido. É imperioso que o governo adote imediatamente todas as medidas necessárias para garantir a vida e a integridade física dos cidadãos sequestrados. Isso exige acionar de forma mais contundente todas as instâncias multilaterais e mobilizar os fóruns dos BRICS e da América Latina para isolar politicamente Israel. (...)

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Isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil: vitória do povo brasileiro

Essa conquista é da professora que paga aluguel, do motorista que faz a feira do fim de semana, da enfermeira que dobra o turno

    Deputada federal Denise Pessôa - PT/RS | Foto: Divulgação

Por Denise Pessôa*

“O que me interessa é o povo brasileiro”, dizia o historiador Capistrano de Abreu. Hoje, é ele quem vence. Aprovamos na Câmara dos Deputados a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. É uma vitória histórica da classe trabalhadora, do povo que foi às ruas cobrar a aprovação de um projeto que muda a vida dos trabalhadores. É também uma resposta das ruas, mostrando a força da mobilização popular. E é uma grande vitória do governo, aprovada por unanimidade, pois este é um projeto do presidente Lula, fruto do compromisso do governo com a justiça social.

Por muito tempo, o sistema tributário penalizou quem ganha menos, consumindo grande parte do salário dos trabalhadores. Essa conquista é da professora que paga aluguel, do motorista que faz a feira do fim de semana, da enfermeira que dobra o turno, do jornalista, do gari, de todos que fazem o país acontecer. É dinheiro que deixa de ir para impostos e garante comida na mesa, estudo dos filhos e dignidade para quem ajuda a sustentar o Brasil. O projeto também reduz impostos para quem ganha até R$ 7.350 e define 10% para quem recebe acima de R$ 50 mil.

Políticas progressistas sempre enfrentaram resistência: Getúlio Vargas foi criticado ao criar a CLT, o salário mínimo era visto como ameaça e o 13º salário considerado um desastre. O presidente Lula cumpriu um compromisso feito ao povo e lutou por justiça tributária, mostrando que é possível conciliar crescimento e sustentabilidade fiscal. Meu voto, como não poderia ser diferente, foi favorável a essa decisão que representa o maior dissídio da classe trabalhadora. É uma vitória para quem acorda cedo, pega ônibus lotado, enfrenta fila em postos de saúde e ainda vê parte do seu salário consumida pelo imposto.

Estamos vivendo uma mudança estrutural conduzida pelo governo Lula, tornando o Brasil mais justo e próspero para todos. Ninguém segura o país: registramos o menor desemprego em anos, 5,6% e três meses consecutivos de deflação dos alimentos (0,8%). É a prova de que, quando políticas públicas são feitas para o povo, o Brasil cresce, se fortalece e proporciona dignidade a quem sempre acreditou que dias melhores eram possíveis.

*Deputada Federal (PT/RS)  e presidente da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados - Fonte: Sul21