22 julho 2009

DETRAN








Presidente do DETRAN demitido por Yeda

A degola do diretor-presidente do Detran do RS, Sérgio Buchmann, enfim, concretizou-se hoje pela manhã. Segundo foi noticiado pela imprensa, Buchmann teve sua demissão comunicada pelo chefe da Casa Civil da governadora Yeda Crusius, José Alberto Wenzel. O ex-presidente do Detran teria dito, ao sair, que 'não se sente decepcionado' com a decisão e que essa foi uma página virada na sua vida profissional. "A vida é isso. Eu saio, assim, maior do que entrei, como homem e como profissional".
Frisou, no entanto, que o motivo para a sua saída do cargo seria a visita de Ricardo Lied, chefe de gabinete da governadora Yeda Crusius (foto), à sua casa, semana passada, quando foi informado por Lied e delegados (o delegado Luis Fernando Martins e o superintendente da Susepe, Mário Santa Maria) de que seu filho seria preso, como de fato o foi. Buchmann (que é servidor de carreira e que estaria contrariando interesses econômicos e políticos do governo) entendeu a manobra como uma armadilha para desgastá-lo e não avisou o filho da prisão iminente, mas acabou, ao fim e ao cabo, tendo sua cabeça cortada por Yeda Crusius (que entrou hoje em férias).
Em relação ao pivô do escândalo, Ricardo Lied, nenhuma palavra do chefe da Casa Civil da governadora do RS. Até o encerramento desta postagem (12,45h), o tucano Lied continuava intocável como chefe de gabinete de Yeda Rorato Crusius.

21 julho 2009

LIED o GUARDIÃO das CERVAS
















*Pescado do Sátiro

**Clique na imagem para ampliar.

***Leia mais sobre a postagem acima nos blogs Cloaca News, RS Urgente e O Boqueirão

http://satiro-hupper.blogspot.com/

Mídia Livre











'Jornalismo B' convida:

Os debates mensais do Jornalismo B já estão virando tradição. Em julho não poderia ser diferente: a livraria Letras & Cia será palco da discussão sobre mídia alternativa. Como fazer a diferença? Esta é a grande questão em jogo. De que maneira tornar viável a produção de um conteúdo diferenciado, fugir da mediocridade, ser uma voz dissonante mas cheia de musicalidade nesse coro que ninguém mais sabe quem é o maestro mas poucos se atravem a buscar novos tons?

Para responder a essas perguntas, chamamos 'doutos professores' gente que realmente se embrenhou na empreitada e tem provado que é possível uma imprensa mais plural. Confere aí:

Cláudia Cardoso, do blog Dialógico
Rosina Duarte, do jornal Boca de Rua
Leonardo Santos, da rádio comunitária A Voz do Morro

É dia 23 de julho, às 18h30m, na livraria-café Letras & Cia (rua Osvaldo Aranha, 444 – PoA/RS). Aproveite essa!

http://jornalismob.wordpress.com/

20 julho 2009

Artigo









Honduras: antes e depois do golpe

*Por Emir Sader


O golpe militar contra o presidente Mel Zelaya em Honduras colocou um problema novo para o continente, a partir de velhos procedimentos. Apoiado na unidade das elites dominantes em torno das FFAA, do Judiciário e do Parlamento, foi dado um golpe que tirou do poder a um presidente legalmente eleito, que havia proposto ao país uma Assembléia Constituinte – que incluía o direito a reeleição do atual presidente.

A reação popular de apoio ao presidente deposto foi clara e maciça, ao mesmo tempo que os golpistas conseguiam manter – até agora, pelo menos – a unidade das elites tradicionais, com apoios de setores da população. Ao mesmo tempo, a condenação internacional ao golpe foi unânime, com algumas repercussões no plano econômico – como a suspensão da venda subsidiada de petróleo venezuelano e acordos com o BID, conforme o país foi suspenso da OEA.

Mas a condenação internacional tem se mostrado insuficiente, diante da atitude do governo golpista. Zelaya aceitou as propostas do mediador, o presidente da Costa Rica, mesmo se elas impediriam que ele retomasse a proposta de convocação da Assembléia Constituinte, demonstrando sua disposição de pacificação e deixando claro que a intransigência vem dos golpistas.

Diante do impasse, Zelaya anuncia seu retorno ao país para buscar, pela via da luta de massas – ele fala mesmo de insurreição -, o mandato que lhe foi outorgado pelo povo. Demonstra combatividade e confiança no apoio popular. Pode voltar à presidência de forma similar a que retornou Hugo Chavez.

Uma solução política permitiria que Zelaya ou um candidato diretamente vinculado a ele – fala-se de sua mulher, dado que não existe reeleição na super remendada constituição, agora rasgada pelos golpistas. Zelaya tem o direito de submeter ao povo hondurenho seu governo e as propostas de aprofundamento das reformas que apenas começou a colocar em pratica no país – o suficiente para que as elites tradicionais, responsáveis pela situação de país mais pobre do continente, junto como Haiti, reagissem com o golpe militar.

Para a América Latina, é o momento de mostrar que os tempos mudaram, que tal como a Venezuela inaugurou, os golpes militares serão derrotados pelo povo organizado. O golpe deve abrir um caminho novo em Honduras, cansadas de ser a “republica bananeira”, como foi caracterizada por um escritor norteamericano. Houve um antes e um depois do golpe na Venezuela, deve haver um antes e um depois do golpe em Honduras.

*Emir Sader (foto) é sociólogo, professor universitário, militante de esquerda e escritor

**Fonte: Blog do Emir (Carta Maior)

19 julho 2009

RS: Tarso será o candidato do PT












Tarso Genro é aclamado pré-candidato do PT ao governo do Estado

Porto Alegre - (Do sítio do PT/RS) - Depois de quase dois dias de intensos debates, Tarso Genro foi aclamado pré-candidato do PT ao governo gaúcho por mais de 1100 delegados. O 19º Encontro Extraordinário do PT (foto) aconteceu neste final de semana no auditório Dante Barone da Assembleia Legislativa. “Assim como construímos a unidade no partido, iremos construir a unidade em torno de um novo projeto político para o Rio Grande do Sul”, frisou o ministro da Justiça.

O prefeito de São Leopoldo Ary Vanazzi e o deputado estadual Adão Villaverde, que também pleiteavam a indicação para representar o PT na disputa pelo Piratini no próximo ano, retiraram suas candidaturas no início da tarde de domingo, abrindo espaço para que Genro fosse apontado por unanimidade pelos delegados. “A unificação do PT é o sinal de que estamos pavimentando o caminho para a vitória”, disse Villaverde ao anunciar a retirada de sua candidatura em favor de Tarso.

Vanazzi afirmou que o processo de escolha interna fortaleceu o partido, que “por dois meses debateu questões fundamentais para o futuro do Estado e dos trabalhadores gaúchos”.

Frente Popular


O encontro extraordinário do PT reafirmou que política de alianças para o próximo período deverá dar prioridade a siglas do campo popular e democrático – PDT, PSB e PcdoB. Em relação do PTB, ficou definido que as conversas ficarão condicionadas à saída da sigla do governo Yeda e à adesão ao programa de governo da Frente Popular. As conversas com os demais partidos serão conduzidas pela direção do PT a partir de um calendário definido pela Executiva Estadual.

Para o presidente do PT/RS, a formação de uma frente para enfrentar o desgoverno no Rio Grande “será buscada já no primeiro turno, e assim para promover o desenvolvimento sustentável e com o protagonismo do povo gaúcho a partir de 2010”, aponta Olívio Dutra.

O pré-candidato petista afirmou, ainda, que o projeto da Frente Popular deverá recuperar a relação e o diálogo com os movimentos sociais, propor políticas públicas de fôlego e alcance para enfrentar os problemas do Estado, implantar uma gestão pública eficiente e propor um modelo de desenvolvimento sustentável, que priorize a base da economia gaúcha e busque, através de estruturas do Estado, agregar novas tecnologias. “Vamos construir o crescimento de baixo para cima a partir dos interesses da população”, finalizou Tarso.

18 julho 2009

Poema














O homem sempre é mais forte


O vento faz seu caminho
onde o sol desemboca o mar,
onde a terra tarja o vinho,
onde a noite é seu lagar.

O vento faz seu caminho
onde os mortos vão deitar
e a noite move moinho,
move outra noite no mar.

O vento faz seu caminho
e pássaros vão pousar
na floração dos moinhos
que amadurecem o mar.

O vento faz seu caminho
onde há sede de plantar,
onde a semente é destino
que um sulco não pode dar.


II

O homem sempre é mais forte
se a outro homem se aliar;
o arado faz caminho
no seu tempo de cavar.

No mesmo mar que nos leva,
o vento nos quer buscar;
o que é da terra é do homem,
onde o arado vai brotar.

Por mais que a morte desfaça,
há um homem sempre a lutar;
o vento faz seu caminho
por dentro, no seu pomar.

Carlos Nejar

17 julho 2009

Riscos de retrocesso...



















Os riscos da volta da direita

*Por Emir Sader

Não subestimar a oposição. Pode ser fatal e facilitar o retorno da direita. Contam com toda a mídia, direção ideológica da direita brasileira. Contam com um candidato que, até agora, mantém a dianteira – e não basta dizer que é recall, porque é muito constante sua votação, o Ciro é recall e despencou nas pesquisas.

Contam com a grana, antes de tudo do grande empresariado paulista. Contam com os votos de São Paulo, que se tornou um estado conservador, egoísta, dominado pela ideologia elitista de 1932, de que são o estado do trabalho e o resto são vagões que a locomotiva tem que carregar. Contam com a despolitização destes anos todos, em que se apóia ao governo Lula, mas uma parte importante prefere, pelo menos até agora, o Serra. Contam com a retração na organização e na mobilização popular. Contam com a imagem de Serra, desvinculada do governo FHC, em que, no entanto, foi ministro econômico durante muito tempo, co-responsável portanto, do Plano Real, das privatizações, da corrupção, das 3 quebras da economia e as correspondentes idas ao FMI, da recessão que se prolongou por vários anos, como decorrência da política imposta pelo FMI e aceita pelo governo.

Conta também com erros do governo, seja na política de comunicação – alimentando as publicidades nos órgãos abertamente opositores, enquanto apóia em proporções muito pequenas os órgãos alternativos, seja estatais ou não. Erros de política de juros alta até bem entrada a crise, atrasando a recuperação da economia. Erros na política de apoio e promoção do agronegócios, em detrimento da reforma agrária, da economia familiar, da auto-suficiência alimentar.

É certo que a oposição não tem discurso que sensibilize ao povo, tanto assim que batem o tempo todo, com seus espaços monopólicos na mídia, mas só conseguem 5% de rejeição ao governo, que tem 80% de apoio. Mas também é certo que o estilo marqueteiro que ganharam todas as campanhas, despolitizam o debate, se Serra se mantiver na liderança das pesquisas, não precisa apresentar propostas, só as imagens maquiadas das “maravilhas” que estaria fazendo em São Paulo, assim como o tom de Aécio de que não é anti Lula, mas pós-Lula, dizendo – como disse e não cumpriu em São Paulo, que manteria os CEUS e outros programas sociais do PT – que vai deixar o que está bom – sempre atribuído ao casalsinho Cardoso.

A direita pode ganhar e se reapropriar do Estado. O governo Lula terá sido um parêntesis, dissonante em muitos aspectos essenciais dos governos das elites dominantes, que retornarão. Ou pode ser uma ponte para sair definitivamente do modelo neoliberal, superar as heranças negativas que sobrevivem, consolidar o que de novo o governo construiu e avançar na construção de um Brasil para todos.

*Emir Sader é sociólogo, professor universitário, militante de esquerda e escritor

**Fonte: Blog do Emir (Carta Maior)

Desequilíbrio


















"PRENDER SINDICALISTA, JORNALISTA E VEREADOR É ATO TÍPICO DE UM GOVERNO TIRANO, CORRUPTO E COVARDE"

*Por Elvino Bohn Gass

A prisão arbitrária e truculenta da professora Rejane Oliveira, presidente do CPERS, do fotógrafo Caco Argemi e da vereadora Fernanda Melchiona, do PSOL, ontem pela manhã, em frente à mansão da governadora Yeda Crusius, é um dos mais lamentáveis episódios já registrados no Rio Grande do Sul.

Centenas de pessoas se reuniram em frente à mansão de Yeda para protestar pelo sucateamento da educação promovido pelo governo tucano. Para evidenciar o contraste entre a luxuosa moradia da governadora - que é o símbolo da montanha de denúncias de corrupção e suspeitas que recaem sobre ela – e o tratamento desumano imposto às crianças que são obrigadas a estudarem em escolas de lata, os manifestantes posicionaram uma réplica de um conteiner, feita de alumínio, em frente à casa de Yeda.

Sim, era um protesto forte, com imagens igualmente viogorosas, mas em momento algum os professores que lá estiveram praticaram qualquer ato criminoso. A manifestação era pacífica e foi realizada na calçada da rua Araruama, ou seja, num espaço público, não privado.

Mas eis que surge, em frente à porta principal da mansão, a governadora Yeda munida de um cartaz escrito à mão que acusava os professores de serem “torturadores de crianças”. O gesto agressivo, típico de quem não tem preparo para o cargo que ocupa, só fez aumentar o tom das palavras de ordem dos professores que pediam o impeachment de Yeda.

Não satisfeita, ela ainda tomou os dois netos pela mão e os expôs vergonhosa e irresponsavelmente a uma situação de conflito, levando-os consigo até a beira do alto portão de grades da mansão.

Em seguida, a Brigada Militar recebeu ordens de dispersar o protesto e passou a agir com violência contra os manifestantes. Um ato que lembrou os piores momentos da história brasileira, os anos de chumbo da ditadura militar quando prender professores, sindicalistas, jornalistas e vereadores era a lógica de um poder ilegítimo que só se mantinha pela força.

O tumulto se estabeleceu e a professora Rejane, presidente de um dos maiores sindicatos da América Latina, o CPERS, acabou presa, algemada sob a ridícula acusação de desobediência e desacato. Também o fotógrafo Caco Argemi, que atua como free-lancer para diversos sindicatos de trabalhadores, foi preso e posto no camburão. E como se não bastasse, até a vereadora Fernanda Melchiona acabou detida e conduzida ao Palácio da Polícia.

Ordenar às forças de segurança para que ajam como selvagens e que escolham a dedo os indivíduos a serem presos é, antes de tudo, um ato da mais pura covardia de mandatários que atolados em denúncias de corrupção, se escondem, então, atrás de escudos, coturnos e cacetetes. Abjeta decisão esta de espancar professores, jornalistas e vereadores só porque eles pensam diferente e tem a coragem de dizê-lo de público. Tirania é o nome disso.

A história de nosso Estado, outrora marcada pela grandeza, a coragem e até o heroísmo de nossos líderes políticos, vê-se maculada pelo desequilíbrio, o despreparo e desespero de um governo que há muito tempo perdeu a credibilidade e o respeito.

*Deputado estadual, líder da bancada do PT/RS

**Fonte: Blog do Bohn Gass

***Edição e grifos deste blog

16 julho 2009

Repressão em Porto Alegre - II

















ARI e Sindicato dos Jornalistas lançam nota repudiando ação da Brigada Militar contra manifestação de sindicalistas e imprensa


A direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul e a Associação Riograndense de Imprensa (ARI) repudiam a atitude da Brigada Militar no trato com a Imprensa. Várias equipes de reportagens tiveram seu trabalho cerceado na manhã dessa quinta-feira, durante o episódio ocorrido em frente ao número 806, da Rua Araruama, Vila Jardim, residência da governadora Yeda Crusius. No entendimento destas entidades, a ação dos policiais que retiraram e isolaram os profissionais durante o manifesto promovido pelo Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul nos remete aos anos de chumbo, quando jornalistas eram proibidos de exercerem seu trabalho.

Entendemos que vivemos em um estado democrático de direito e que nenhuma autoridade pode tentar calar a imprensa. Lembramos ainda que episódios como este tem se tornado rotineiro no Estado, em especial na cobertura dos movimentos sociais. O Sindicato e a ARI esclarecem ainda que muitos profissionais, apesar de não estarem vinculados aos veículos da grande mídia, integram a categoria profissional e também não podem ser impedidos de exercerem suas atividades, seja como free-lance, ou assessor de imprensa.

Este tipo de ocorrência fere a todos os profissionais em exercício no Rio Grande do Sul, pois tem o objetivo de cercear a liberdade de informar. As entidades cobram providências do Comando da Brigada Militar para que não se repitam mais atos como esse contra profissionais que estão a serviço da sociedade e da qualidade de informação. Num momento em que se debate a liberdade de expressão, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul e a Associação Riograndense de Imprensa querem que os jornalistas tenham o direito da liberdade profissional.

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS

Associação Riograndense de Imprensa

*Fonte: sítio da ARI http://www.ari.org.br/
**Fotos: Roberto Vinicius/Agência Free Lancer (via RS Urgrente)

Repressão em Porto Alegre








Yeda manda BM reprimir manifestantes

A manifestação realizada pelas entidades sindicais exigindo o impeachment da governadora Yeda Crusius, realizada hoje pela manhã em frente à sua polêmica casa (foto), foi violentamente reprimida pela Brigada Militar. Segundo informou a jornalista Denise Ritter, do sítio PTSul, "a presidente do Cpers Sindicato, Rejane Oliveira, o fotógrafo da entidade, a vereadora Fernanda Melchiona (PSOL), um servidor e dois professores, ainda não identificados, foram presos esta manhã e conduzidos à 14ª DP".

De acordo com a matéria "centenas de servidores realizavam manifestação na rua Araruama, Bairro Vila Jardim, pelo impeachment de Yeda Crusius. O Batalhão de Operações Especiais da BM interveio e houve princípio de tumulto. Há informações de que até mesmo fotógrafos e cinegrafistas de veiculos de imprensa teriam sido agredidos e afastados do local. O comandante da BM, João Trindade Lopes, não soube explicar, em entrevista a emissoras de rádio, as razões que levaram a prisão da líder sindical. "Não sei se ela agrediu os soldados com palavras ou o que houve", afirmou.

Destempero

Segundo a matéria Yeda Crusius "demonstrou destempero ao exibir um cartaz para os manifestantes em que taxava os professores de 'torturadores de crianças', referindo-se a seus netos que, segundo ela, estariam sendo impedidos de sairem de casa para ir à escola."

Truculência da BM


Segundo declarações prestadas à imprensa pela presidente do CPERS/Sindicato, Rejane Oliveira, ainda detida e falando por celular, "a Brigada estava com disposição de agredir os manifestantes. Estamos de fato muito espantados com o comportamento do governo. Fomos em frente à casa em uma atividade pacífica. A polícia e o Batalhão de Choque foram ao local para tirar a gente da calçada. Nos tiraram da calçada, depois da rua, e fomos para outra rua. Eles empurraram, trataram muito mal. Aí um policial me algemou, me colocou dentro de um camburão e fui levada à 14ª DP". A vereadora Fernanda Melchiona, que afirma ter sido espancada, derrubada e pisoteada pelos brigadianos, não deixou por menos: "A população deve estar se perguntando se estamos vivendo sob ditadura militar. Fomos detidos, enquanto quem deveria ser presa é a governadora Yeda Crusius"

Luta contra a corrupção

O Fórum dos Servidores, entidade responsável pela atividade realizada pela manhã em frente a casa de Yeda, informa que a manifestação terá continuidade logo mais às 11 horas quando ocorrerá novo Ato Público em frente ao Palácio Piratini, marcando o "dia de lutas" contra a corrupção no governo gaúcho.

Até a finalização desta postagem (10,56 h), varias lideranças dos sindicalistas, inclusive a presidente do Cepers/Sindicato, Rejane Oliveira, a vereadora Fernanda Melchiona e vários estudantes ainda continuavam detidos no Palácio da Polícia gaúcha.

*Edição e grifos deste blog

15 julho 2009

Em defesa da Petrobras














Petrobras: em defesa de uma conquista

*Por Henrique Fontana


Escrever sobre a Petrobras é defender uma histórica conquista dos brasileiros realizada há mais de 50 anos, que garantiu a formação de uma empresa de petróleo nacional, pública e que mais investe no Brasil. Também é escrever sobre a resistência de milhares de brasileiros que foram às ruas lutar contra a tentativa de privatização durante os oito anos de governo Fernando Henrique Cardoso, e reconhecer a vitória daqueles que não permitiram que seu nome fosse alterado para Petrobrax, na intenção desastrosa de alienar seu conteúdo simbólico e sua identidade histórica. Mesmo assim, em 2000, 28,48% das ações da empresa com direito a voto foram vendidas, quase a terça parte do seu patrimônio. Até hoje o Brasil se pergunta se valeu a pena a venda daquelas ações.

A tentativa de descredenciamento da Petrobras e do seu capital empresarial, político, histórico e moral, por meio de uma CPI no Senado, coaduna-se, em parte, com os mesmos interesses que há mais de 50 anos se opuseram à própria criação da empresa e ao monopólio estatal do setor do petróleo. Interesses que hoje se misturam com os de quem tem os olhos voltados apenas para a disputa eleitoral de 2010. Colocam a maior empresa do país em um palco de disputas políticas, justamente em momento de grave crise econômica mundial, revelando também a visão daqueles que não têm compromisso com o Brasil.

Expor a uma situação de vulnerabilidade e instabilidade a empresa que tem desempenhado papel fundamental no enfrentamento dessa crise é, em grande medida, uma irresponsabilidade. A Petrobras, pelo seu tamanho e importância, está submetida à fiscalização permanente de órgãos como Tribunal de Contas da União, Controladoria-Geral, Ministério Público Federal, e das próprias comissões técnicas do Congresso Nacional, que acompanham as atividades da empresa.

Somados os investimentos da Petrobras – que nos próximos cinco anos deverão alcançar US$ 174,4 bilhões – e as ações do governo de enfrentamento à crise, que incluem medidas de incentivo à produção e ao consumo, constituiremos uma sólida estratégia macroeconômica para impulsionar a economia brasileira, avançando no contraciclo da recessão mundial.

Em 2002, ainda durante o governo anterior, estudava-se vender as áreas de exploração na Bacia de Santos onde, hoje se sabe, estão as reservas da camada pré-sal. Fronteira petrolífera que pode firmar o Brasil entre os maiores produtores do mundo, o pré-sal tem reservas estimadas em 70 bilhões de barris. Felizmente as negociações foram interrompidas na transição para o governo Lula, e podemos comemorar hoje mais essa conquista. A questão que deveria estar no foco do debate nacional é o modelo que pretendemos adotar para a exploração dessa riqueza, ou seja, um novo marco regulatório para o setor, podendo incluir outro formato de gestão para a Petrobras. O Brasil é o único dos grandes produtores de petróleo que ainda adota livres contratos de concessão. Basta um breve olhar sobre a experiência internacional para se constatar que rever esse modelo não é retrocesso.

Com tecnologia própria, a Petrobras deu início à exploração da camada pré-sal no Campo de Tupi, com o primeiro Teste de Longa Duração. O lançamento do TLD de Tupi, em 1º de maio deste ano, e a extração do primeiro óleo da camada pré-sal no campo de Jubarte, em setembro do ano passado, inauguraram nova era da produção petrolífera no Brasil. Até 2013, a Petrobras investirá US$ 111 bilhões na exploração da camada pré-sal.

Preocupado em consolidar essa imensa, porém finita riqueza em herança para as futuras gerações, o presidente Lula definiu diretrizes para garantir o investimento sustentado dos recursos do pré-sal: aplicar em educação, ciência e tecnologia; desenvolver a indústria petroquímica e exportar derivados, em vez de petróleo cru; e combater a pobreza, repartindo a prosperidade entre as regiões do país, para garantir justiça social e federativa.

A Petrobras é orgulho e patrimônio nacional, com atributos e serviços reconhecidos pelo povo brasileiro, inclusive pelo amplo cumprimento de sua agenda de responsabilidade social e ambiental, com ações nas áreas de cultura, esportes e desenvolvimento social. É a quarta empresa mais respeitada do mundo, ocupando a melhor posição entre as companhias do setor energético, segundo pesquisa recente de instituto internacional que avalia a reputação de grandes corporações. Na época da criação da Petrobras, a produção petrolífera no Brasil não supria sequer 2% do consumo interno; hoje é autossuficiente, produzindo média diária de 2,5 milhões de barris de óleo e gás.

Os investimentos da Petrobras encerraram os oito anos do período de governo Fernando Henrique com um total de US$ 34,7 bilhões. Nestes pouco mais de seis anos de governo Lula, a empresa já investiu mais de US$ 91,6 bilhões. Só em 2008, os investimentos totais somaram R$ 53 bilhões; os impostos, taxas e contribuições pagas chegaram a R$ 60 bilhões; o lucro líquido bateu a casa dos R$ 33 bilhões, três vezes o valor de 2002. Entre 1989 e 2002, a empresa sofreu intenso processo de sucateamento, em virtude dos parcos investimentos, o que resultou na redução pela metade do contingente de trabalhadores: de 60 mil em 1989 para 32 mil em 2002. Hoje, o Sistema Petrobras emprega 74 mil trabalhadores, sendo 55 mil apenas da holding. Não há dúvida de que a Petrobras hoje é superior e mais competitiva. Em 2003, o valor de mercado da empresa estava em torno de US$ 31 bilhões. Atualmente, mesmo com a crise internacional, aproxima-se de US$ 140 bilhões. Esses números são os argumentos mais fortes para responder às alegações de má gestão dos recursos da empresa. A Petrobras é uma empresa cada vez mais brasileira, cuja história de conquistas e de investimentos no país é, com certeza, um orgulho para todos nós.

*Henrique Fontana (foto) é deputado federal pelo PT/RS e líder do governo Lula na Câmara dos Deputados

Fonte: Agência Informes

Reunião ministerial




Crescimento do país deve ficar acima da média mundial


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, anunciaram dados confortáveis sobre o desempenho da economia brasileira para 2010, durante as exposições que fizeram na reunião ministerial na Granja do Torto, coordenada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ontem.

De acordo com o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, as previsões de crescimento da economia brasileira para 2010, com base em dados mais pessimistas, indicam um crescimento entre 2,5% e 3,5%. Já as estimativas de analistas norte-americanos, destacou ele, projetam crescimento até 5%.

Segundo Múcio, os ministros também falaram sobre a expectativa de crescimento para 2009, que deve ficar acima da média mundial. “Isso é uma coisa que nos conforta”, disse. “E mostra que estamos enfrentando a crise com previsão de terminar este ano com saldo positivo, com previsão de geração de novos postos de trabalho, com a economia voltando a dar sinais de reaquecimento e a indústria voltando a contratar e com novas empresas surgindo”, afirmou.

Ainda de acordo com Múcio, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, fez um balanço do crescimento das exportações do setor. Stephanes disse que alguns mercados, como o asiático, voltaram a ser grandes compradores dos produtos agrícolas brasileiros.

*Fonte: Agência Informes

14 julho 2009

ENEM






Enem dará acesso a cursos superiores de tecnologia e licenciaturas

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será adotado como forma de seleção de estudantes por 18 institutos federais de educação, ciência e tecnologia, como prova única ou simultaneamente ao vestibular tradicional. Os estudantes poderão escolher entre licenciaturas e cursos superiores de tecnologia. Há vagas em todas as regiões do país.

Os institutos oferecem aproximadamente cinco mil vagas em cursos superiores de tecnologia nas mais variadas áreas e cerca de três mil para licenciaturas. Em especial, formação de professores de química, física, biologia e matemática — os institutos têm a prerrogativa legal de reservar 20% das vagas à oferta desses quatro cursos.

A Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica conta hoje com 222 escolas em funcionamento. Chegará a 354 até 2010. “O novo Enem permitirá economia de tempo, de força de trabalho e de recursos materiais e financeiros, além de ampliar e melhorar o acesso a cada instituição em âmbito nacional”, diz nota aprovada pelo conselho dos dirigentes da rede, encaminhada ao Ministério da Educação.

Os cursos superiores de tecnologia, de menor duração e voltados especificamente para o mercado de trabalho, têm crescido tanto nas instituições públicas quanto nas particulares. De acordo com o Censo da Educação Superior, divulgado em fevereiro, o número de alunos que ingressaram em cursos da área aumentou 390% entre 2002 e 2007 — de 38.386 para 188.347 estudantes. É o maior crescimento registrado nas matrículas em cursos superiores. O número de cursos tecnológicos e de matrículas nessa modalidade de ensino teve crescimento superior ao das graduações presenciais.

Para o secretário de educação profissional e tecnológica do MEC, Eliezer Pacheco, há uma mudança de perspectiva em andamento. “O país parece ter entendido o papel do ensino técnico e profissionalizante para o desenvolvimento. O novo Enem será fundamental para as licenciaturas e para os cursos de tecnologia”, disse.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Setec
http://portal.mec.gov.br

13 julho 2009

Gov. Yeda x Polícia Federal




'A Polícia Federal tem feito um trabalho sereno e imparcial'

O Ministro Tarso Genro (foto) manifestou-se hoje, através de nota à imprensa, sobre as acusações proferidas pela governadora Yeda Crusius em relação à suposta parcialidade da Polícia Federal na apuração dos escândalos que envolvem seu governo. A seguir, a nota assinada pelo ministro Tarso Genro:

Diante de matérias veiculadas na imprensa hoje, dia 13, o Ministério da Justiça afirma:

1. As instituições sob o comando do Ministério da Justiça se mantêm dentro do estrito cumprimento do seu dever constitucional e legal.

2. Instituições como a Polícia Federal têm feito um trabalho sereno e imparcial, reconhecido nacionalmente, agindo sempre a partir de mandados do Ministério Público e do Poder Judiciário. Jamais intervém em polêmicas políticas e jamais assume posição de parte nos debates entre partidos ou personalidades políticas.

3. É necessário reafirmar que a Polícia Federal, no cumprimento de ser dever constitucional, investiga fatos supostamente delituosos, não pessoas nem partidos.

4. O Ministério da Justiça, no Estado Democrático de Direito, continuará a cumprir o seu dever, em todos os estados do país, com a seriedade que suas atribuições determinam, sem qualquer preocupação com o vínculo ideológico ou partidário de seus governantes.

Tarso Genro
Ministro de Estado da Justiça
Brasília, 13 de julho de 2009

Debate












O ambientalismo é um movimento social?

*Por Henrique Cortez

É evidente que é um movimento social, mas creio que herdamos um equívoco de origem a partir do ambientalismo europeu, muito próximo dos movimentos pacifistas, mas sem ligação com as questões de cidadania.

A Europa já não precisa discutir os temas essenciais de cidadania, tão presentes nos países em desenvolvimento. Precisamos nos preocupar com exclusão social e econômica; educação; saúde; emprego/renda; trabalho escravo degradante; desenvolvimentismo predatório; direitos indígenas; quilombolas; populações tradicionais; reforma agrária etc.

Raras ONGs ambientalistas conseguem traçar uma agenda comum com os agentes sociais e os movimentos populares como a CPT, o MST, o MAB, as organizações de defesa dos direitos humanos, dos indígenas, dos quilombolas.

Reafirmo que isto pode ter sentido na Europa, mas, no caso do Brasil e demais países em desenvolvimento, é ilógico.

Felizmente, a imensa maioria dos militantes ambientais já superou a fase inicial do movimento, baseado na defesa "das plantinhas e bichinhos", mas acredito que precisamos dar um passo além de nossos companheiros europeus, que não precisam e não querem questionar o modelo de desenvolvimento de seus países.

No Brasil e nos demais países em desenvolvimento, adotamos um modelo de desenvolvimento socialmente injusto, economicamente excludente e ambientalmente irresponsável, e este é o grande tema que nos aproxima de todos os demais movimentos sociais. Pelo menos deveria nos aproximar.

Se não questionarmos o modelo de desenvolvimento, ficaremos presos a temas meramente acessórios, em um ambientalismo de butique que não vai muito além de discutir as sacolinhas de supermercado ou fazer a separação do lixo reciclável.

Também não podemos deixar de lado o atual padrão de consumo, que é evidentemente insustentável. Consumo sustentável supõe grandes mudanças culturais, com significativos impactos sociais e econômicos.

Nosso isolamento dos movimentos sociais e polulares foi questionado, de forma impecável, pelo Correio da Cidadania, no editorial "Apelo aos ambientalistas". No editorial, o Correio questiona: "O terrível golpe sofrido pelo povo brasileiro com a edição da Medida Provisória 458, que legaliza a grilagem de 67 milhões de hectares de terra na Amazônia, chama a atenção das forças democráticas e progressistas para a necessidade, urgente, de revisão de suas estratégias e táticas.

Não há mais como atuar isoladamente. Somente a formação de uma grande frente de resistência às investidas do capital pode ter alguma eficácia.

Não é possível, pois, que as entidades ambientalistas, após a derrota acachapante que acabam de sofrer, não percebam que, se tivessem atuado de forma articulada com o MST, com o CIMI, com as entidades de defesa dos afro-brasileiros e com os partidos de esquerda, teriam tido mais possibilidades de vitória".

De fato, o ambientalismo continua incapaz de se articular com os movimentos sociais e populares. Ao contrário dos demais movimentos sociais, os ambientalistas, em geral, têm dificuldades em assumir o questionamento do modelo de desenvolvimento, da economia que está ‘matando o planeta’, da exclusão econômica e outras questões que estão profundamente relacionadas à crise ambiental.

Vivemos em um planeta finito e com recursos naturais igualmente finitos. No entanto, o nosso modelo econômico é baseado em produção e consumo infinitos. É evidente que este modelo não funciona por muito tempo. Além de ambientalmente irresponsável, este modelo também é socialmente injusto e economicamente excludente, porque apenas atende à sanha consumista de uma fração da população.

É necessária uma atitude politicamente ativa, lúcida e responsável que realmente questione o modelo atual. Não é fácil nem simples, porque serão exigidas profundas transformações, que modificarão as relações de trabalho e consumo. Na realidade, precisamos construir uma nova sociedade, com um novo modelo econômico. Voltando ao tema central, não teremos um futuro minimamente aceitável sem uma profunda revisão dos conceitos, fundamentos e modelo da economia.

Uma agenda ambiental, minimamente coerente, resultará em impactos sociais e econômicos em escala global. Se não compreendermos isto, continuaremos tratando câncer com aspirina. Ou pouco mais que isto.

Estas questões sem resposta são fortes argumentos para que nos aproximemos dos movimentos sociais e populares, que questionam e lutam contra estas seqüelas do modelo de desenvolvimento e de consumo.

A única diferença é que eles estão tratando dos temas e agindo em escala local e o ambientalismo deve agir em escala global porque a crise ambiental não reconhece fronteiras.

Reafirmo que não tenho as respostas, mas também reafirmo a minha convicção pessoal de que precisamos de uma ampla reflexão, de uma severa autocrítica no que fazemos ou propomos e de humildade para nos integrarmos aos demais movimentos sociais, companheiros de jornada por um outro mundo possível.

Ou, então, assumimos um mero e decorativo ambientalismo fashion, fazendo de conta que é o suficiente.

*Henrique Cortez é coordenador da revista Ecodebate.
Email: henriquecortez@ecodebate.com.br

**Fonte: Correio da Cidadania

11 julho 2009

Poema














China

A maior das gauchadas
Que há na Sagrada Escritura,
- Falo como criatura,
Mas penso que não me engano! -
É aquela, em que o Soberano,
Na sua pressa divina,
Resolveu fazer a china
Da costela do Paisano!

Bendita china gaúcha
Que és a rainha do pampa,
E tens na divina estampa
Um quê de nobre e altivo.
És perfume, és lenitivo
Que nos encanta e suaviza
E num minuto escraviza
O índio mais primitivo!

Fruto selvagem do pago,
Potranquita redomona,
Teus feitiços de madona
Já manearam muito cuera,
E o teu andar de pantera,
Retovado de malícia
Nesta querência patrícia
Fez muito rancho tapera!

Refletem teus olhos negros
Velhas orgias pagãs
E a beleza das manhãs,
Quando no campo clareia...
Até o sol que te bronzeia
Beijando-te a estampa esguia
Faz de ti, prenda bravia
Uma pampeana sereia!

Jamais alguém contestou
O teu cetro de realeza!
E o trono da natureza
É teu, chinoca lindaça...
Pois tu refletes com graça
As fidalgas Açorianas
Charruas e Castelhanas
Vertentes Vivas da Raça!

A mimosa curvatura
Desse teu corpo moreno
É o pago em ponto pequeno
Feito com arte divina,
E o teu colo que se empina
Quando suspiras com ânsia
São dois cerros na distância
Cobertos pela neblina.

Quem não te adora o cabelo
mais negro que o picumã?
E essa boca de romã
Nascida para o afago,
Como que a pedir um trago
Desse licor proibido
Que o índio bebe escondido
Desde a formação do Pago?

Pra mim tu pealaste os anjos
Na armada do teu sorriso,
Fugindo do Paraíso,
Para esta campanha agreste,
E nalgum ritual campestre,
Por força do teu encanto,
Transformaste o pago santo
Num paraíso terrestre!

Jayme Caetano Braun

***

*Nota do blog: Dia 08 de julho completaram-se 10 anos da morte de Jayme Caetano Braun (foto), sem dúvida, o maior payador gaúcho de todos os tempos. Com o poema acima, a singela homenagem do blog no transcurso da data.

10 julho 2009

Golpe em Honduras (IV)







Negociações sobre crise em Honduras estão 'mortas'

Da BBC Brasil: O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou nesta sexta-feira que as negociações mediadas pela Costa Rica para tentar resolver a crise política em Honduras estão “mortas”.

Durante uma entrevista coletiva no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas, Hugo Chávez questionou a legitimidade das negociações mediadas pelo presidente costarriquenho, Oscar Arias, sobre a crise iniciada após a deposição do presidente Manuel Zelaya, em 28 de junho.

O presidente venezuelano afirmou que o presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, deveria ter sido preso após desembarcar na Costa Rica.

Na última quinta-feira, tanto o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, quanto Micheletti, que assumiu o governo interino, se recusaram a negociar pessoalmente uma solução para a crise política do país e saíram da Costa Rica.

Representantes de Zelaya e de Micheletti, no entanto, continuam no país para outras negociações.

“Erro”

Chávez também criticou o governo dos Estados Unidos por apoiar as negociações mediadas por Arias, afirmando que o presidente Barack Obama cometeu um “erro” ao apoiar o encontro entre Zelaya e Micheletti.

“O governo Obama cometeu um erro ao apoiar que um presidente legítimo receba a um interino. Deveriam prender o presidente de fato (Micheletti), há uma resolução da OEA , outra da ONU (contra o governo interino de Honduras). Foi um erro grave da secretária de Estado, Hillary Clinton, apoiar este diálogo”, disse o presidente venezuelano.

“Isto (as negociações) está morto, (foi) um erro crasso de Washington, afortunadamente, Zelaya saiu rápido da armadilha que havia lá”.


O presidente venezuelano, aliado do presidente deposto de Honduras, ainda cobrou uma postura mais firme dos Estados Unidos para condenar o golpe militar em Honduras.

“O governo dos EUA tem que mostar com ações a condenação ao golpe. Porque não retiram o embaixador em Honduras e impõem sanções. Só houve ações tímidas”, disse.

Chávez ainda afirmou ter certeza que Zelaya voltará à Presidência de Honduras, e que Roberto Micheletti terá que aceitar “que não pode mudar o curso da História”.

“Zelaya vai voltar, não sei por onde, por água, por ar ou por terra, mas vai voltar”, disse.

*Edição deste blog

Saúde Pública






Viajantes receberão informações sobre gripe A nas estradas

Assim como ocorre com quem chega e sai do Brasil por portos e aeroportos, quem viaja de carro e ônibus pelas estradas brasileiras irá receber orientações sobre o vírus Influenza A (H1N1). O material informativo vai ser distribuído a partir da próxima semana nos postos da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A ação é resultado de parceria entre a PRF e o Ministério da Saúde e busca intensificar o esclarecimento da população sobre a doença.

Os folhetos serão distribuídos em 170 postos da PRF localizados em seis estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, locais com grande fluxo de caminhões e ônibus que transitam pelo Mercosul. Os policiais farão a entrega do material durante abordagens de rotina. Também serão fixados cartazes e distribuídos folhetos em pontos de apoio em estradas, como restaurantes e postos de combustível.

Desde o anúncio da nova gripe pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em abril deste ano, o Ministério da saúde toma medidas para esclarecer a população. Até agora, foram confeccionados mais de 5,2 milhões de panfletos, 2 milhões de folders e 500 mil cartazes. Além disso, são veiculados avisos sonoros em aeroportos e anúncios em rádio e TV.

Reforço – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) adotou, na semana passada, novas medidas em portos e aeroportos para reforçar a vigilância. Entre elas, está o aumento no nível de alerta em todas as entradas do Brasil buscando detectar, diagnosticar e encaminhar para tratamento casos de pessoas suspeitas de infecção pelo vírus. Além disso, tornou obrigatória a apresentação da Declaração de Saúde do Viajante (DSV), para monitorar todos passageiros que chegam ao País via portos e aeroportos. O formulário é distribuído dentro do meio de transporte e deve ser apresentado pelos passageiros, inclusive as crianças. Foram impressos 500 mil formulários. O tempo médio de preenchimento do documento é de cinco minutos.

Recomendações - Como medida adicional, o Ministério da Saúde recomendou, quando possível, o adiamento de viagens a países onde ocorre transmissão sustentada do vírus. Nessa lista, estão dois países vizinhos, Argentina e Chile, além de Estados Unidos, México, Canadá, Austrália e Reino Unido. A recomendação vale, particularmente, para pessoas com maior risco de desenvolver formas graves da doença, como quem tem acima de 60 anos; crianças menores de dois anos; gestantes; pessoas com deficiência imunológica (pacientes de câncer e Aids, por exemplo) e doenças cardíacas, pulmonares, renais ou metabólicas.

*Fonte: Sítio Em Questão http://www.brasil.gov.br/noticias/

Santiago
















Revista do CREA-RS manda Santiago embora

*Por Marco Aurélio Weissheimer

O desenhista e chargista Santiago foi convidado a sair da revista do CREA-RS (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Rio Grande do Sul), entidade com a qual trabalhava desde 1986. Segundo informa o blog do Kayser, ele será substituído por Marco Aurélio, chargista de Zero Hora. “Ao que parece, o presidente do CREA-RS, Eng. Civil Luiz Alcides Capoani, acredita que assim sua entidade terá mais espaço na Zero Hora. A vantagem de se ter mais espaço no dito jornal, não se sabe…”, escreve Kayser. Uma outra versão que circula é que Santiago teria sido afastado em função de críticas a empreiteiras, em especial nos recentes casos do Pontal do Estaleiro e do espigão que a incorporadora Melnick planeja construir na rua Lima e Silva, bairro Cidade Baixa.

Eduardo Menezes escreve sobre o afastamento:

“A demissão de Santiago pode parecer quase irrelevante, não fosse o contexto obscurantista em que os interesses econômicos cassam as vozes divergentes. Faz companhia ao Santiago, o jornalista Wladimir Ungaretti, impedido de emitir opiniões ou críticas àquilo que é produzido pelo jornal do P-RBS. Também blogueiros processados por lumpens que vivem de patrocínio estatal e escritores de quinta categoria. Ora, o Rio Grande do Sul é dominado basicamente por dois setores da economia, pelos ruralistas no campo e pelas empreiteiras na cidade. Ambos garantiram ainda no período da ditadura militar, o monopolio midiático na Região Sul, de modo, que a construção de qualquer discurso público seja antes filtrado por seus pareceres e opiniões”.

Kayser resume: o CREA está trocando Chico Buarque por Tiririca. E sugere:

Quem quiser manifestar sua opinião, sobretudo os leitores do Conselho em Revista - profissionais com “o CREA em dia” - podem fazê-lo por meio da ouvidoria do conselho ou pelo e-mail revista@crea-rs.org.br.

*Marco Aurélio Weissheimer é jornalista da Agência Carta Maior e editor do blog RS Urgente, de onde foi extraída esta postagem.

***
**Este blog também repudia, de forma veemente, a decisão absurda e reacionária da direção do Crea e manifesta sua irrestrita solidariedade ao consagrado artista, amigo, conterrâneo e companheiro de lutas Neltair Rebés Abreu, o Santiago. (Júlio Garcia)

**Clique na charge para ampliar.

09 julho 2009

Enquanto isso, no 'Rio Grande Velho de Guerra'... (II)


















*Charge do Kayser

**Clique na charge para ampliar

FHC



















Os reconhecimentos a FHC

*Por Emir Sader

Que cada um expresse aqui o reconhecimento que FHC pede.

Felizmente para a oposição, FHC não se contêm, não consegue recolher-se ao fim de carreira intelectual e política melancólicos que ele merece. E cada vez que fala, o apoio ao governo e a Lula aumentam.

Agora reaparece para reclamar que não se lhe dá os reconhecimentos que ele julga merecer. Carente de apoio popular, ele vai receber aqui os reconhecimentos que conquistou.

Em primeiro lugar, o reconhecimento das elites dominantes brasileiras por ter usado sua imagem para implementar o neoliberalismo no Brasil. Por ter afirmado que ia “virar a página do getulismo”. Por ter, do alto da sua suposta sapiência, dito a milhões de brasileiros que eles são “inimpregáveis”, que ele assim não governava para eles, que não tinham lugar no país que o tinha elegido e para quem ele governava.

O reconhecimento por ter dito que “A globalização é o novo Renascimento da humanidade”, embasbacado, deslumbrado com o neoliberalismo.

O reconhecimento por ter quebrado o país por três vezes, elevado a taxa de juros a 48%, assinado cartas de intenção com o FMI, que consolidaram a subordinação do Brasil ao capital financeiro internacional.

O reconhecimento dos EUA por ter feito o Brasil ser completado subordinado às políticas de Washington, por ter preparado o caminho para a Alca, para o grande Tratado de Livre Comércio, que queria reduzir o continente a um imenso shopping Center.

O reconhecimento a FHC por ter promovido a mais prolongada recessão que o Brasil enfrentou.

O reconhecimento a FHC por ter desmontado o Estado brasileiro, tanto quanto ele pôde. Privatizou tudo o que pôde. Entregou para os grandes capitais privados a Vale do Rio Doce e outros grandes patrimônios do povo brasileiro. Por isso ele é adorado pelas elites antinacionais, por isso montaram uma fundação para ele exercer seu narcisismo, nos jardins de São Paulo, chiquérrimo, com o dinheiro que puderam ganhar das negociatas propiciadas pelo governo FHC.

FHC será sempre reconhecido pelo povo brasileiro, que tem nele a melhor expressão do anti-Brasil, de tudo o que o povo detesta, ele serve para que se tome consciência clara do que o povo não quer, do que o Brasil não deve ser.

*Emir Sader
é sociólogo, professor universitário, escritor e militante de esquerda

**Fonte: Blog do Emir (Ag. Carta Maior)

06 julho 2009

RS: CPI urgente!








'Fatos novos mostram que necessidade da CPI é urgente'

Do sítio PTSul: O líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa, deputado Elvino Bohn Gass, diz que depois de reveladas as denúncias de Lair Ferst ao Ministério Público Federal, a instalação da CPI da Corrupção se tornou ainda mais urgente. "E, pelo tom das acusações, Lair deve ser o primeiro a depor".

Para Bohn Gass, desde que surgiram as primeiras denúncias sobre atos de corrupção envolvendo a campanha e o governo de Yeda Crusius (foto), os acusados jamais conseguiram encerrar o assunto e, enquanto isso, a cada momento surgem novas evidências de que uma verdadeira quadrilha estaria instalada no centro do poder do Estado. "A governadora e os outros acusados ficam tentando desqualificar os denunciantes mas não explicam nada, não mostram documentos e sequer processam seus acusadores que, aliás, não são da oposição, como é o caso de Lair. Ele é tucano, mandava e desmandava no comitê de Yeda e está afirmando que tanto na campanha quanto no governo, a corrupção era uma prática constante".

Bohn Gass ressalta que os novos indícios guardam absoluta conexão com as denúncias que não pararam de surgir desde que foi descoberta a quadrilha que roubou mais de R$ 40 milhões do Detran. "Se alguém queria novas revelações, agora as tem de sobra. Os detalhes apresentados por Lair explicam alguns fatos que vieram à tona com as escutas telefônicas da Operação Rodin mas cuja extensão ainda não estava completamente definida. Novos nomes vão aparecendo e conexões vão se explicando. Precisamos da CPI até para que não se cometam injustiças e os verdadeiros responsáveis sejam punidos."

Pelo conteúdo das relevações de Lair, o líder petista considera que a pressão da opinião pública e da imprensa sobre os deputados que ainda não assinaram a CPI vai garantir as 19 assinaturas necessárias para a instalação da comissão. "Seguiremos explicando aos parlamentares que a CPI é uma obrigação do Poder Legislativo. O próprio Lair e até o vice-governador Paulo Feijó já disseram que vão falar tudo o que sabem se houver a CPI. Não há mais como fugir desta investigação. O povo gaúcho quer e merece conhecer detalhes de como tudo aconteceu." (Por João Manoel de Oliveira, do sítio PTSul)

*Edição e grifos deste blog

Golpe em Honduras (III)














“A situação dos golpistas em Honduras é insustentável”

*Leia a seguir a entrevista com o ministro Celso Amorim (na foto, com o presidente Lula) realizada pela jornalista Daniela Fernandes, de Paris, para a BBC Brasil:

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, afirmou, nesta segunda-feira, em Paris, que “a situação dos golpistas em Honduras é insustentável” e que “será muito difícil para eles se manterem no poder, porque são muito dependentes da ajuda externa”.

“Honduras é muito dependente da ajuda dos Estados Unidos, do Banco Mundial e de petróleo. Esse novo governo não tem possibilidade de durar dois ou três meses”, disse o chanceler, que acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma visita a Paris, durante uma entrevista na embaixada brasileira na capital francesa.

Além do fator econômico, Amorim afirmou que o novo governo hondurenho “não tem legitimidade internacional e nem o apoio de ninguém”.

O ministro disse esperar que a situação em Honduras se resolva “nos próximos dias ou semanas” e reiterou a necessidade de que haja uma solução rápida para a crise.

Legitimidade

Segundo o chanceler, para o governo brasileiro, a solução para a crise em Honduras tem de passar pelo retorno do presidente deposto, Manuel Zelaya, ao poder, embora sua tentativa de retornar ao país na noite de domingo tenha fracassado.

Amorim afirmou que “o novo governo (hondurenho) sequer tem legitimidade para conduzir as eleições” e, por este motivo, é preciso encontrar uma solução rápida para o golpe de Estado no país.

“Se eles (os golpistas) tiverem uma atitude de intransigência, de teimosia, o temor é de que isso gere mais demonstrações (populares) e que elas sejam reprimidas com violência, o que vai agravar muito a situação”, afirmou.

“Não há nenhum país no mundo que se disponha sequer a ter relações diplomáticas com os golpistas. A situação deles é insustentável”, afirmou o chanceler.

Amorim disse ainda que os golpistas “são um tipo de direita que não tem mais lugar nem cabimento na América Latina”.

G8

Durante a entrevista, Amorim abordou ainda os temas que serão discutidos entre os presidentes Lula e Nicolas Sarkozy, da França, em um encontro no Palácio do Eliseu, na terça-feira.

Segundo ele, os dois presidentes, às vésperas da reunião do G8 (grupo de países mais ricos do mundo e a Rússia) em L’Aquila, na Itália, na quinta-feira, vão discutir temas ligados à questão da governança global.

O governo francês vem defendendo um papel mais importante para os países emergentes nas organizações e fóruns internacionais.

“Há uma concordância dos líderes em geral de que o G8 não é mais o instrumento adequado para lidar com os grandes temas da atualidade”, disse o chanceler, ressaltando que “entre a França e o Brasil, existe uma afinidade total em relação ao reforço do G20 e à reforma do Conselho de Segurança da ONU”.

Amorim voltou a reiterar que, em termos de legitimidade e eficácia, o G8 “morreu”, como já havia dito há três semanas, também em Paris.

“Ele (o G8) nem representa mais os anseios do mundo nem tem poder mais para dizer sozinho o que vai acontecer no resto do mundo”, disse Amorim.

O único compromisso oficial da agenda do presidente Lula nesta segunda-feira é um jantar com o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates.

Após o encontro com o presidente Sarkozy na terça-feira, Lula recebe um prêmio na Unesco por sua contribuição à defesa da paz no mundo. (Por Daniela Fernandes - De Paris para a BBC Brasil)

*Edição e grifos deste blog

05 julho 2009

Golpe em Honduras (II)















Honduras: Repressão no aeroporto causa duas mortes

Da BBC Brasil: Pelo menos duas pessoas morreram neste domingo em Honduras quando soldados dispersaram uma manifestação a favor do presidente deposto Manuel Zelaya no aeroporto de Tegucigalpa.

Milhares de pessoas tentaram chegar ao aeroporto quando o avião de Zelaya deixou Washington tentando voltar para Honduras.

O avião que levava o presidente deposto fez várias tentativas de pouso no aeroporto. Por telefone, dentro do avião, Zelaya afirmou que os soldados leais ao governo interino bloquearam a pista de pouso e o alertaram que poderiam atacar o avião caso a aeronave tentasse pousar.

A aeronave de Zelaya mudou sua rota e pousou na noite deste domingo na capital da Nicarágua, Manágua.

Os soldados dispararam gás lacrimogêneo contra os manifestantes no aeroporto de Tegucigalpa e arredores, que teriam respondido com pedras, e a multidão invadiu um cordão de isolamento enquanto esperavam pelo avião de Zelaya.

Segundo informações de hospitais locais e da polícia, além dos manifestantes mortos, outras pessoas ficaram feridas no confronto.

O governo interino não deu permissão para que o presidente deposto voltasse ao país e as autoridades informaram que o avião deve pousar no país vizinho, El Salvador.

Por telefone, no avião que o levaria a Honduras, Zelaya enviou uma mensagem ao comandante do Exército hondurenho, general Romeo Vazquez.

"General, não destrua seu próprio povo e sua própria família. Nos ajude a tentar convencê-los (os responsáveis pela deposição do presidente) a reconsiderarem suas ações. O povo está nas ruas e eles não podem governar."

"Eles (os que depuseram o presidente) foram rejeitados por todos os países do mundo. Pare seus soldados, general, peço isso a você com todo meu amor como um cidadão hondurenho e como seu amigo. Pare o massacre em nome de Deus", pediu Zelaya. (...)

Violência

As agências internacionais forneceram relatos diferentes sobre os episódios de violência. Um fotógrafo da agência Associated Press informou que pelo menos uma pessoa morreu nas manifestações em favor de Zelaya, em frente ao aeroporto, enquanto relatos de mais mortes são divulgados por outras agências e meios de comunicação. Citando uma fonte policial, a agência France Presse informou que duas pessoas morreram e ao menos duas ficaram feridas, e a agência estatal de notícias da Venezuela divulgou que três pessoas morreram e várias ficaram feridas durante um ataque das forças de segurança contra apoiadores do presidente deposto. (Com a BBC e a Folha Online)

*Foto: jovem manifestante morto pelo exército hondurenho - Eduardo Verdugo/AP

*Edição deste blog

04 julho 2009

Poema















Eu Canto

Eu canto
com profundo prazer, com emoção
o povo que optou por ser livre
e que por isso sangrou.

Os heróis e os anônimos.

A América Latina
(vulcão em atividade permanente).

O fogo descendo pelas encostas das neves andinas,
Eternas, desafiadoras, majestosa...
e madrastas.

Guevara eternizando seu exemplo
nos vales e montanhas bolivianas.

Eu canto o feito épico
de Lamarca lutando contra a fome
e as injustiças no Vale da Ribeira.

As crianças da Nicarágua
entoando suas canções sandinistas
(que falam em um porvir
com rios de leite e mel).

Eu canto a epopéia vivenciada
pelos povos, todos, de nosso imenso
e explorado continente
(do Altiplano, das savanas, dos pampas sem fronteiras,
da Amazônia infinita, das selvas colombianas...).

Eu canto

os camponeses, os índios
despojados de suas terras.
Os combatentes mortos no Peru
nas selvas do Araguaia
nas ruas de Santiago...

Toda a resistência conhecida
(ou anônima)
que houve, ou que haverá (?!) em nossa
Pátria Grande

Eu canto.

A coragem da mulher salvadorenha,
chilena, brasileira, uruguaya...
A saga das loucas
da Plaza de mayo.
De todas as esposas/mães/irmãs/amigas
de todas as fortes, calejadas, saudosas, resistentes
companheiras dos desaparecidos latino-americanos...

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Por todo o sangue derramado
pelos povos.

Por tudo isso dito, e pelo que ficou
ainda guardado
esperando o seu momento,

E c o a n d o :

Eu canto!


Júlio Garcia

*(Este poema recebeu a ‘Menção Honrosa’ no
XXI Concurso Literário Felippe D’Oliveira -
Santa Maria /RS - 1997)


**Foto: Machu Picchu ('Velha Montanha' em quíchua), cidade perdida dos Incas, no coração da América Latina. *** Clique na foto para ampliar.

'É perigoso!'

















Os políticos e a imprensa

"Cuidado, apoiar o governo Lula é muito perigoso!!!"

*Por Sonia Montenegro

Em 25 de abril de 1984, a emenda que viabilizaria a eleição direta foi derrubada, apesar do grande movimento popular que clamava a volta da democracia e o direito ao voto.

Neste tempo, o político mineiro Tancredo Neves, apesar de comparecer aos comícios das Diretas Já, torcia para que a emenda não fosse aprovada, para que ele pudesse se candidatar pelo PMDB, e ser eventualmente eleito presidente pelo Colégio Eleitoral. Tancredo sabia que sua única chance seria a eleição indireta.

Em 23 de julho, PMDB e PFL assinam aliança Tancredo-Sarney, como candidatos do Colégio Eleitoral para a escolha do novo Presidente e vice da chamada “nova” República.

Tancredo conseguiu a aprovação da imprensa, já havia se entendido com o Roberto Marinho das Organizações Globo, e construiu uma grande aliança que garantiu sua vitória no Colégio Eleitoral, porém, na véspera de sua posse, foi internado, sofreu 7 cirurgias, vindo a falecer

Sua morte só foi anunciada à nação no dia 21 de abril, para coincidir com a morte de Tiradentes, seu conterrâneo e mártir da independência. Tancredo era então o mártir da República. Enquanto ele agonizava, a imprensa o beatificava, com matérias e reportagens que geraram uma comoção popular, como de costume, aliás.

Em 15 de março de 1985 Sarney assume provisoriamente a presidência, e em 22 de abril, definitivamente. Nesta altura, já tinha tido vários mandatos como deputado, governador biônico (eleito indiretamente) do Maranhão, senador e presidente do PDS. Sua vida pública já era conhecida de todos, mas teve apoio no Congresso e conseguiu inclusive aumentar em mais 1 ano o seu mandato. Depois de deixar a presidência, elegeu-se senador pelo Amapá e compunha a base de apoio do governo de FHC.

Em 2002, sua filha, Roseana Sarney se candidata à presidência pelo PFL e começa a ameaçar a ida do tucano José Serra para disputar o 2º turno da eleição com Lula. Isso deixou os tucanos de orelha em pé, com a certeza de que alguma coisa teria que ser feita para impedir a vergonha do candidato de FHC não chegar nem ao 2º turno.

No dia 1º de março de 2002, a PF invade o escritório da Lunus (MA), empresa do marido da então candidata à presidência Roseana Sarney, e encontra R$ 1,3 milhão no cofre. A imprensa divulga imediatamente a pilha de dinheiro e derruba a candidatura da Roseana.

Em 20 de março, o senador José Sarney, pai de Roseana, faz discurso no plenário e acusa textualmente o candidato José Serra como o responsável pela ação da PF. Todos os envolvidos nela eram “gente do Serra”. Não se tem notícia de que tenha sido processado por seu discurso, nem que tenha sido ameaçado por “quebra de decoro”, pelas graves acusações que fez.

“Acusam a governadora pela aprovação da Usimar e esquecem o ex-ministro José Serra, que responde ao processo 96.00.01079-0 por ‘improbidade administrativa - ressarcimento ao erário’, a outra ação, 2000.34.00.033429-7, com a finalidade de ‘reparação de danos ao erário’, e ainda a várias outras ações ordinárias, cautelares, civis públicas, populares”.

O texto acima serve apenas para mostrar a hipocrisia dos políticos e da imprensa:

1- Tancredo fingia que apoiava o movimento pelas Diretas, mas torcia para que não fosse aprovada. Obviamente, a imprensa tinha conhecimento de tudo, mas como não interessava, não divulgava. (Há pouco tempo o jornalista Maurício Dias escreveu a esse respeito em Carta Capital)

2- Sarney, quando era da base de apoio do governo FHC era um político ilustre. Foi presidente do Senado no 1º ano do mandato de FHC (entre 1995 e 1997), seguido de ACM, Jader Barbalho...

3- As abundantes irregularidades do Senado agora denunciadas, já acontecem há pelo menos 15 anos, segundo se diz, mas só agora existe um real interesse em denunciá-las. Aliás, mais uma vantagem de ter Lula no poder: pela 1ª vez, os políticos que mandaram e desmandaram por todo tempo neste país querem apurar as irregularidades, embora retrocedam quando estas retroagem a 2002. FHC espertamente disse que o que aconteceu no seu governo já faz parte da história.

4- Renan Calheiros renunciou à presidência do Senado porque tem uma filha fora do casamento (reconhecida por ele) que foi sustentada por um empresário, mas FHC tem um filho também fora do casamento (não reconhecido por ele), que é sustentado pela Rede Globo (sua mãe é jornalista global, e foi transferida para a Espanha, para não causar transtornos ao pai), mas disso a imprensa não fala, exceto a revista Caros Amigos, que divulgou o fato, e não foi acionada nem contestada. Agora Renan é corrupto, mas ele foi Ministro da Justiça de FHC.

5- Sempre que são feitas denúncias de corrupção, a imprensa elege os “arautos da moralidade” para fazer seus comentários indignados. Os cidadãos desavisados tendem a acreditar que essas figuras são corretas, o que não corresponde à realidade. É pura hipocrisia!

6- Se a imprensa tivesse compromisso com a verdade, escolheria aqueles com ficha limpa, tendo portanto uma enorme responsabilidade pela péssima qualidade do nosso legislativo.

7- A imprensa apoiou o golpe de 64, a ditadura, o Collor, o FHC, e continuará apoiando o que de pior existe na política brasileira, para preservar seus interesses e de seus anunciantes. Essa é a sua lei maior!!!

8- José Agripino Maia é primo de Agaciel Maia, que em 19 de junho último casou sua filha, e contou com a família de Agripino pra prestigiar a festa! Fez-se na política nos tempos da ditadura, quando a corrupção não era noticiada pela imprensa, mas ainda assim, basta procurar para encontrar uma série de denúncias e irregularidades em sua vida pública, como dinheiro “por fora” para campanhas eleitorais. É dono também de alguns veículos de comunicação.

9- Heráclito Fortes também é político dos tempos da ditadura, e faz parte da “tropa-de-choque” do banqueiro condenado Daniel Dantas. Tinha em seu gabinete, desde 2003, como funcionária fantasma morando em São Paulo, Luciana Cardoso, filha de FHC. Recentemente defendeu o pagamento de R$ 6,2 milhões em horas extras para 3.883 funcionários durante o mês de janeiro, em pleno recesso, quando não houve trabalho parlamentar no Congresso.

10- Arthur Virgílio é o rei da cara-de-pau. Bradava contra o caixa 2 do PT, que chamam de “mensalão” apenas para dar uma impressão de maior gravidade, mas em entrevista ao Jornal do Brasil em 19/11/2000, reconhece que “foi obrigado” a fazer caixa 2 na campanha para o governo do Amazonas, e que podia reconhecer o fato publicamente porque o crime já prescrevera. Quando foi prefeito de Manaus, teve nada menos que 46 operações e obras classificadas de irregulares, por uma auditoria no Tribunal de Contas do Município (TCM) JB 18/3/92. Recentemente, divulgou-se que seu assessor pediu a Agaciel US$10 mil, garantindo que um rateio entre “amigos” quitou o empréstimo. Agaciel nega ter recebido. Por atos secretos do Senado, contratou seu professor de jiu-jitsu, 3 filhos de seu subchefe de gabinete Carlos Homero Nina Vieira, um deles morando na Espanha, e ainda a mulher e a irmã de Nina Vieira, sem contar os gastos R$ 723 mil com despesas médicas de sua falecida mãe, em 2006.

Esses são os políticos que a imprensa escolhe para dar depoimentos condenando a corrupção. Seria cômico se não fosse trágico!

Claro está que a intenção da imprensa e da oposição não é absolutamente a de moralizar o Senado, mas toda essa repentina perseguição ao Sarney tem alguns objetivos importantes para a oposição: paralisa o Senado, em tempos de crise mundial, prejudicando o governo e principalmente o país, e intimida os parlamentares da base de apoio deste governo. É como se estivessem dizendo a todos os parlamentares: cuidado, apoiar o governo Lula é muito perigoso!!!

*Artigo publicado originalmente no sítio Vi o Mundo http://www.viomundo.com.br/

03 julho 2009

Enquanto isso, no 'Rio Grande Velho de Guerra'...


















*Charge do Bier

(Clique na charge para ampliar)

Crise no Senado



PT defende lei de responsabilidade administrativa e fiscal e enxugamento

Os senadores do PT apresentaram nesta quinta-feira (2) no plenário do Senado as propostas para superar a crise administrativa e política pela qual passa a Casa. O líder do partido e do Bloco de Apoio ao Governo, Aloizio Mercadante (SP), fez um discurso na tribuna, onde explicou o que precisa ser feito para reformar a estrutura administrativa da Casa. A posição anunciada é resultado de três reuniões realizadas pelos senadores da bancada e de um encontro com o presidente José Sarney na manhã de quarta-feira.

O PT defende o fortalecimento do colégio de líderes, a criação de uma comissão especial para fazer uma lei de responsabilidade administrativa e fiscal, além de outros procedimentos para a redução das despesas e a melhoria da governança do Senado, como a extinção do Instituto Legislativo Brasileiro (ILB), Interlegis e do Serviço de Assistência Médica do Senado (SAMS).

Mandato para Diretor

Mercadante propôs que os futuros diretores do Senado tenham mandato de dois anos e que, antes de assumir o cargo, passem por sabatina dos senadores. Essa medida, sugerida ao presidente Sarney no começo da crise, já valerá para o novo diretor-geral. "Mesmo depois da eleição, quando apresentei a proposta simples de mandato fixo para o diretor, fui duramente atacado neste plenário. Bastava falar na possibilidade de substituir Agaciel Maia que imediatamente uma reação aparecia. Digo mais uma vez, essa crise não é do PT", disse.

Para Mercadante, "não é justo que nossa bancada seja cobrada por uma responsabilidade que ela não tem. Não administramos esta Casa. Não estivemos à frente da primeira secretaria. Não me parece uma boa atitude da bancada dos Democratas. Eles elegeram o primeiro secretário da Mesa Diretora durante todo o período que estive nesta Casa". (...)

Posição do presidente Lula

Segundo matéria veiculada hoje pela Folha Online, para o presidente Lula a oposição tem interesse em agravar a crise do Senado porque pretende dificultar o fim do seu segundo mandato. Lula tem afirmado que a saída de Sarney, agora, seria uma jogada da oposição (PSDB/Democratas...) para ganhar a presidência do Senado no 'tapetão', uma vez que o atual vice-presidente do senado é o tucano Marconi Perillo (PSDB/GO). Para o presidente Lula, a saída do senador José Sarney (PMDB/AP) poderia trazer instabilidade.

Ainda segundo o senador Aloisio Mercadante, que ontem participou de reunião com Lula junto com os demais senadores da bancada petista, "o presidente Lula considera a crise grave e acredita que o melhor caminho é investigar com rigor, apurar os responsáveis e propor mudanças estruturais. Ele não concorda com a licença temporária porque para ele dificilmente Sarney voltará a presidir o Senado. Se ele sair, vai gerar uma crise política séria, um cenário de instabilidade".

Ainda segundo essa fonte, Mercadante voltou a afirmar que, apesar da bancada petista defender o afastamento temporário de Sarney, o partido tem compromisso da governabilidade que está diretamente ligada ao apoio do PMDB e de Sarney. "A oposição tem interesse em aprofundar a crise para ganhar o comando do Senado no tapetão. A oposição tem interesse em aumentar as dificuldades do governo. E essa mudança não é ideal com o cenário de crise econômica que precisa de equilíbrio e responsabilidade. É uma questão de Estado e de governabilidade. O governo quer e precisa da aliança com o PMDB". (com o site do PT Nacional e a Folha Online)

*Edição e grifos deste blog.

02 julho 2009

Balanço tucano II


















*E mais: 'Gripe A': positivo!; 'Escolas de lata': positivo!...

(Charge do Kayser, atualíssima!)

**Clique na charge para ampliar.

Amazônia ameaçada














Aberração vetada

*Por Osvaldo Russo

A MP 458, que já confrontava com o art. 188 da Constituição, ao não compatibilizar a destinação de terras públicas ao plano nacional de reforma agrária, sofreu graves deformações na Câmara dos Deputados, aprovadas também pelo Senado Federal.

Reconhecendo como providenciais os vetos do presidente da República, irá inaugurar, no entanto, uma nova fase de ocupação das terras da Amazônia, cuja matriz poderá reproduzir, sem reforma agrária, o uso econômico das regiões de ocupação tradicional, baseada na concentração fundiária e na pecuária extensiva.

Os vetos evitaram, todavia, um estupro jurídico que se expressaria na legalização da chamada “ocupação indireta” e no reconhecimento de “laranjas” como testas-de-ferro de grileiros. Ao mesmo tempo, os vetos implodem o reconhecimento de empresas invasoras como “posseiras” em terra pública. Esse “novo agrarismo” não encontraria doutrina ou jurisprudência que o legitimasse no século XXI.

O tratamento diferenciado às áreas superiores a quatro módulos fiscais (400 hectares), que poderão ser alienadas após três anos de regularização, ao contrário das pequenas glebas, que são insuscetíveis de alienação por 10 anos, potencializa um ambiente de especulação imobiliária, como os chamados “contratos de gaveta” de venda ilegal antecipada de terras que poderão estar sendo consumados.

Deveria se promover o reordenamento fundiário e regularizar apenas as pequenas ocupações até quatro módulos para evitar não só a especulação, mas a concentração e a subdivisão artificial, como se tem veiculado, de grandes áreas acima de 15 módulos fiscais, cuja formalização é preciso impedir mediante fiscalização e controle social.

Nessa discussão, inverteram-se os sinais: enquanto os movimentos sociais agrários e ambientais, procuradores da República, as senadoras Marina Silva e Fátima Cleide, ambas do PT, ficaram contra a MP, os ruralistas liderados pela senadora Kátia Abreu, do DEM, se posicionaram a favor de sua aprovação.

Os vetos às violações acrescidas pelo Congresso Nacional não foram suficientes para corrigir vícios de origem da MP, mas foram necessários para impedir o reconhecimento das aberrantes “posse indireta” e ocupação ilegal de terras públicas por empresas.

*Osvaldo Russo é coordenador do Núcleo Agrário Nacional do PT

**Fonte: sítio do PT Nacional