20 abril 2011

Meio Ambiente


O RS e o Zoneamento Econômico Ecológico

Governo busca parceria do Ministério do Meio Ambiente para realização de zoneamento ecológico

Porto Alegre/RS - O governador Tarso Genro, durante almoço no Palácio Piratini, entregou nesta terça-feira (19) à ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, proposta do Estado para a realização do Zoneamento Econômico Ecológico (ZEE) no Rio Grande do Sul. O ZEE insere-se na Política Nacional de Meio Ambiente e será um instrumento dos gestores e da sociedade para assegurar a utilização sustentável dos territórios a partir de seus recursos naturais, socioeconômicos e ambientais.

Tarso explicou que parte dos recursos destinados ao zoneamento já está prevista na carta-consulta ao Banco Mundial. O restante deverá vir do Governo Federal, por meio de construção conjunta entre Ministério do Meio Ambiente, Ministério do Planejamento e Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Após o almoço, em reunião de trabalho, a ministra Izabella colocou à disposição do Governo gaúcho uma equipe técnica para ajustar a parceria. Com isso, a expectativa é de que os investimentos necessários à realização do ZEE sejam inseridos no Plano Plurianual Federal de 2011. (...)
-Clique Aqui para ler a postagem na íntegra (oriunda do Portal do Gov. do RS).

*Foto acima: Governador Tarso Genro, Ministra Izabella Teixeira e o dep. Adão Villaverde (PT/RS), Pres. da AL/RS.

18 abril 2011

Charles Chaplin (II)



Chaplin: a silenciosa crítica de um gênio


Alex Minoru*  escreve:


Nossa homenagem a Charles Chaplin pelo seu 122º aniversário. Esse artista que revolucionou o cinema e soube fazer de sua obra um poderoso instrumento de crítica à sociedade moderna e ao seu modo de produção com tremenda sensibilidade e senso de humor.

O fantasma da pobreza

Charles Spencer Chaplin, o genial criador do personagem Carlitos e de obras clássicas do cinema, nasceu em 16 de abril de 1889.

Ele, no entanto, tinha tudo para ser mais um garoto de enorme potencial e talento a ser engolido pelo capitalismo na batalha diária pela sobrevivência. Sobre sua infância em Londres ele declararia anos mais tarde:

“Durante a infância, a fome e o medo do amanhã eram duas constantes em minha existência. Por mais rico que possa vir a ser, jamais conseguirei me libertar desse medo. Sinto-me como um homem perseguido por um fantasma – o fantasma da pobreza.”


Seus pais eram artistas de music hall, espécie de teatro de variedades muito popular na Inglaterra vitoriana. A vida confortável começou a decair quando o pai de Chaplin rendeu-se ao alcoolismo e separou-se de sua mãe, Hannah Hill.

Ela passou a cuidar sozinha de seus dois filhos, Charles e Sydney. A voz de Hannah começou a falhar e ela teve que abandonar os palcos, sem emprego e sem dinheiro, realizou um esforço sobre-humano para manter os filhos limpos, protegidos e aquecidos, inclusive utilizou tecido de seus vestidos para costurar agasalhos a eles. A fome os rondava permanentemente, mudavam sempre para uma casa pior que a anterior. Sem moradia acabaram em um asilo. Nesse período, Charles e Sydney tiveram que se afastar da mãe, poucas semanas depois os dois foram transferidos para um orfanato, aumentando ainda mais essa distância.

No filme O Garoto há uma cena memorável: os funcionários de um orfanato, com a ajuda de um policial, tentam separar Carlitos da criança que ele cuidava como seu filho desde bebê, o desespero do Vagabundo e do Garoto com essa separação, a luta para permanecerem juntos mesmo com toda a pobreza que os rodeava, sem dúvida é uma alusão ao período em que Chaplin foi forçado a afastar-se de sua mãe. (...)

-Leia a íntegra da postagem  Clicando Aqui


*Alex Minoru é formado em artes cênicas pela Universidade Estadual Paulista e dirigente da tendência Esquerda Marxista do PT.

16 abril 2011

Charles Chaplin



O último discurso

Charles Chaplin*


Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio... negros... brancos.

Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.

Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos!

Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, ms dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de faze-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.

É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!

Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo – um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!

* O ator e diretor inglês Charles Spencer Chaplim (1889 - 1977), se vivo fosse, comemoraria 122 anos neste 16 de abril. Ao grande 'Carlitos', a singela homenagem do Blog. - Discurso oriundo do filme  'O Grande Ditador'.

15 abril 2011

Blogueiros e Tuiteiros


Assembleia apoia 1º Encontro de Blogueiros e Tuiteiros do RS

Deputado Villaverde recebeu os organizadores do evento na Sala da Presidência

Porto Alegre/RS - O presidente da Assembleia Legislativa, Adão Villaverde (PT), recebeu organizadores do 1º Encontro de Blogueir@s e Tuiteir@s do RS, na Sala da Presidência do Palácio Farroupilha, nesta quinta-feira (14). Durante o encontro (foto acima), Villaverde confirmou apoio da Casa para a divulgação do evento, que será realizado entre os dias 27 e 29 de maio, na Câmara de Vereadores de Porto Alegre.

O presidente do Parlamento gaúcho apresentou o programa Destinos e Ações para o Rio Grande aos organizadores do encontro, convidando-os a participar e divulgar a programação da Casa Legislativa. Entre os grandes debates previstos neste ano pela ALRS, está o que abordará o tema educação e inclusão digital, no 18 de maio.

De acordo com Pedro Loss, organizador do encontro, está se fortalecendo no estado o movimento voltado a quem utiliza a internet e seus espaços. “As pessoas querem a democratização da comunicação e há interesse de que realmente a comunicação seja para todos e livre, sem o privilégio de somente a grande mídia pautar e informar a sociedade”, destacou Loss.

Participaram também da audiência a organizadora do encontro, Cristina Rodrigues, e o diretor do departamento de Publicidade da ALRS, Tiago Senandes Silva Machado.

Outras informações podem ser obtidas no endereço http://blogprogrs.com.br/

...

*Fonte: sítio da AL/RS http://www.al.rs.gov.br e Blog 'O Boqueirão' http://oboqueirao.zip.net/

14 abril 2011

A Presidenta Dilma na China




Após participação na 3ª Cúpula dos BRICS, em Sanya, China, nesta quinta-feira (14/4), a presidenta Dilma Rousseff afirmou que Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul estão engajados no crescimento econômico com justiça social e no desenvolvimento ambientalmente sustentável de suas economias.

Em sua fala de pouco mais de cinco minutos, a presidenta frisou a necessidade de reformulação do Conselho de Segurança das Nações Unidas, do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.

Ressaltou, ainda, que a criação do G20 representou um avanço e um primeiro sinal de reconhecimento da necessidade de mudanças na governança global e que os BRICS querem intensificar a coordenação nos temas tratados no âmbito do G20, “mantendo a abertura ao diálogo no que se refere às aspirações de todos os países em desenvolvimento”.

“Sabemos que nenhuma nação, por mais poderosa que seja, pode superar seus desafios sozinha. Queremos somar esforços para promovermos nossas relações econômico-comerciais, científicas e tecnológicas, educacionais e culturais (…). Crescemos com distribuição de renda, equilíbrio macroeconômico e redução de vulnerabilidade externa. Acreditamos que a prosperidade verdadeira só pode ser a prosperidade compartilhada por todos”, disse. (...)
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*Foto: O primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, o presidente da China, Hu Jintao, a presidenta Dilma Rousseff e o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, durante declaração à imprensa na 3ª Cúpula dos BRICS. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR - Via Blog do Planalto

13 abril 2011

'Liberdade é uma estrada rumo ao infinito'


Sobre a diferença entre democracia e liberdade

         Ana Helena Tavares*  escreve:


'Democracia é uma praça cheia de gente.
Pessoas de todos os sexos, etnias e credos, que, dentro dos limites de uma Constituição representativa, que cria parâmetros e norteia, não têm medo de expressar suas opiniões e, ainda assim, convivem em harmonia, tolerando pacificamente o contraditório.(...) O problema nas ditaduras é que quem escolhe isso não é nem você nem a maioria – é a minoria “iluminada” e embebida de ódio. Tiranos têm raiva da própria incompetência e temem a democracia porque sabem que não conseguiriam se destacar não fosse pela força. Seu medo é gerado pelo ódio.'

Seja a Cinelândia, das passeatas com milhares, seja aquela pracinha de sua cidade interiorana. Lá na velha Athenas, foi assim que a palavra democracia foi criada: para ser abrigada num púlpito público, localizado no centro da pólis (denominação dada às antigas cidades gregas que deu origem ao nome política), cujo objetivo era dar voz a todos, sendo respeitada a vontade soberana da maioria. Vale o que mais de 50 por cento acham bom.

Esta vontade, muitas vezes, pode ir contra nossa vontade. Quem mora, por exemplo, num condomínio, sabe bem o que é não ser livre para alterar a fachada de sua varanda. Mas, ao coro dos insatisfeitos, resta contentar-se e conseguir convencer os outros de suas idéias. Dá trabalho, claro. Ser déspota é imensamente mais fácil, porque prosperar numa democracia requer gasto de saliva e talento para o diálogo – palavrinha mágica.

Quanto mais vemos os outros sofrerem, mais gostaríamos que o mundo fosse assim: pessoas dialogando em paz. É, por assim dizer, um ato solidário, conflitante com o ódio (de desapego a si e à sua vontade, quando esta perde). E disto só os tiranos opressores têm medo. E como o mundo está cheio deles! Há até aqueles que querem discursar nas praças de outros países…

Liberdade é uma estrada rumo ao infinito.

Quando este rumo é roubado, tudo parece cansaço. Mas a liberdade é um raio de sol, onde nos apegamos e nos refazemos. É um oásis alucinógeno que nos faz caminhar sedentamente até ele. Mas, se acaso lá chegássemos, e nos deparássemos com muitos lagos, viria de certo a forte dúvida: em qual beber?

Liberdade não tem norte e é conflitante com o amor.

Senão vejamos… Consta que John Lennon, autor da frase – “Amo a liberdade, por isso deixo tudo o que amo livre” – morria de ciúmes de Yoko Ono. E o que é o ciúmes senão o medo de perder o que se ama? E como amar sem ter ciúmes? E o que é o amor senão um “prender-se por vontade”? Seja a alguém, a algo ou a uma terra, quem ama cuida e quem cuida cria laços, elos de uma corrente imaginária mais forte do que as físicas.

Mas liberdade é também ter o direito de escolher a quem ou a que se prender. O problema nas ditaduras é que quem escolhe isso não é nem você nem a maioria – é a minoria “iluminada” e embebida de ódio. Tiranos têm raiva da própria incompetência e temem a democracia porque sabem que não conseguiriam se destacar não fosse pela força. Seu medo é gerado pelo ódio.

E o ódio nada mais é do que uma vontade de ter “licença para matar” ou destruir. O agente secreto da rainha inglesa tinha, mas seguia ordens.

Liberdade é um faroeste sem xerife.

É, no fundo, uma utopia. Não creio que tenha havido na história da humanidade alguém totalmente livre de amarras afetivas e sociais. Até os mais libertários revolucionários não estão a salvo de influências externas. Nesse sentido, a busca pela liberdade talvez se configure numa desesperada tentativa de fuga. Às vezes, uma fuga de si mesmo.

Como se pudéssemos enganar nossas dores, a liberdade é um querer intenso, que, quanto mais sofremos, mais queremos. É, por assim dizer, um desejo solitário (de desapego ao magnetismo do que está à sua volta), pois dá asas a todas as vontades individuais, sem observar as dos outros (tantas vezes conflitantes) arcando com o caos que isto pode gerar.

E, por mais saciado que este desejo nos pareça, sempre desejaremos mais liberdade. Este é o desejo de todos os desejos: desejar mais e mais. Porque, se não houver o que desejarmos, que graça tem o mundo? Apenas tédio e inércia.

Mas o problema é: o que desejar? Muitos não sabem nem querem saber. A prisão, não a física, mas a mental é cômoda. Libertar-se é perigosíssimo. E disto todo ser humano tem medo.

Eu tenho. É o novo ao seu alcance. É o mergulho no desconhecido. É a anarquia. “Graças a Deus”, diria Zélia Gatai, uma anarquista de carteirinha que passou a vida defendendo a democracia. E que lindo era o amor dela pelo nosso Amado.

Sim, é preciso amar para ser democrata, mas a liberdade plena, como utopia que é, conflita tanto com o amor como com o ódio.

Senão vejamos… O ódio, expresso em palavras ou atos, num regime (verdadeiramente) democrático, te levará à cadeia; num mundo livre (caso existisse) te levaria a ser morto. É a (falta de) lei da selva.

O amor num mundo livre? Só quando a humanidade for reinventada.

Sugestão? Ame numa democracia.

*Ana Helena Tavares é editora do sítio 'Quem tem medo de democracia'?

12 abril 2011

1º Fórum da Igualdade


Painelistas não acreditam em liberdade sem igualdade

Porto Alegre/RS - O segundo dia do Fórum da Igualdade iniciou com o Painel Democratização da Democracia: Existe Liberdade sem Igualdade?, com o dirigente nacional do MST João Pedro Stédile e o professor Pedrinho Guareschi. Os debatedores foram o escritor Vito Gianotti e a jornalista Verena Glass.

O dirigente do MST João Pedro Stédile afirmou ser urgente e necessário que os movimentos sociais, as universidades, a opinião pública discutam os problemas históricos que nos tornaram uma sociedade tão desigual e injusta. Ele levantou o que identifica como os principais problemas da classe trabalhadora, fornecendo uma série de dados que comprovam que o Brasil está longe de ter igualdade.

O primeiro ponto foi a concentração da riqueza, muito maior do que a concentração da renda, segundo ele. Citou o estudo Atlas Social do Brasil, realizado pelo IPEA, importante instrumento para subsidiar o debate. Conforme Stédile, 1% de famílias são donas de 48% do PIB nacional. Essa mesma concentração aparece na concentração de terras e minérios, onde também 1% de proprietários no Brasil são donos de 46% das terras. Nas empresas, 33% do volume negociado no Brasil está na mão de 100 empresas. Junto com a concentração, ele citou a herança da sociedade escravocrata, o analfabetismo, a falta de moradia e a destruição do meio ambiente.

“Vemos cada vez mais desequilíbrios, desastres permanentes. Isso é consequência direta da forma irresponsável que o capital vem se apropriando dos recursos naturais do país”, salientou. Stédile também falou da campanha contra o uso dos agrotóxicos, a única maneira do capital se desenvolver na agricultura. “O agronegócio não produz alimento, mas sim lucro. Para isso, usam cada vez mais veneno. Nenhum é biodegradável. Esses venenos matam os seres vivos no solo, matam a água e ficam nos alimentos. “O Brasil tem uma incidência de 40 mil novos casos de câncer de estômago por ano, e a causa são os alimentos que ingerimos. Esse problema é grave”.

Precisamos ter claros os nossos valores

O professor Pedrinho Guareschi pediu permissão para filosofar sobre os conceitos de liberdade e igualdade, incluindo a fraternidade, os três pilares da revolução francesa. Ele tratou de três pontos: a sociedade que temos, o que é liberdade e igualdade e o que a comunicação tem a ver com isso.

Guareschi chamou as visões de mundo de que discorreu de cosmovisões. Diferenciou as visões de ser humano, valores, movimentos históricos e comportamentos nas forças em luta: liberalismo, comunitário-solidária e totalitário-massificadora. “Para o liberalismo, o ser humano é um indivíduo que não tem nada a ver com os outros, se tornou uma peça-máquina. Na opinião do outro fórum, liberdade é fazer o que se quer. Já na nossa visão, a comunitário-solidária, o ser humano é pessoa=relação. Algo que não pode ser se não tem o outro. Nós somos os outros, mas construímos subjetivamente nossa singularidade. Na nossa visão, somos companheiros. Não somos indiferentes ao outro. Somos solidários. Solidariedade no sentido de sólido. Sinônimo de sindicato. Aquele que age junto. Na prática, quem briga, sabe o que é solidariedade”, explicou.

O professor também destacou que muita gente confunde igualdade com igualitarismo. Para Guareschi, a formulação de Boaventura Souza Santos é a que melhor defini a sua conceituação de igualdade: “Devemos lutar pela igualdade sempre que a diferença nos inferioriza, mas devemos lutar pela diferença sempre que a igualdade nos descaracteriza.” É por essa sociedade que brigamos, disse ele.

Sobre a comunicação, lembrou como as famílias que têm o monopólio dos meios no país se estabeleceram. E criticou que o produto da comunicação passa a ser uma mercadoria e a finalidade da empresa apenas o lucro. “A nossa única alternativa é a ênfase no princípio da participação, democracia versus cidadania, cidadania como participação”. Guareschi finalizou colocando as tarefas que considera urgentes: resgatar a comunicação como serviço, comunicação como direito humano e cidadania, passar de uma democracia representativa para uma democracia participativa e a criação de conferência e conselhos.


Os quatro cavaleiros do apocalipse


O escritor Vito Giannotti iniciou dizendo que este fórum só poderia ser em Porto Alegre, berço do Fórum Social Mundial e de uma história de lutas. Assim como Stédile, afirmou que não há democracia, pois não temos igualdade. Para sustentar sua afirmação, citou matéria da revista Veja sobre educação no RJ.

A reportagem rotula crianças da favela, todas negras, de filhos de traficantes, muitos já na criminalidade. “Com isso, a revista condena milhares de crianças que moram nas favelas. Elas nunca vão chegar a uma universidade. Tem mais estudantes negros estudando medicina em Cuba do que no Brasil. Cadê a igualdade”, questiona.

Vito defendeu a revisão de todas as concessões de rádio e TV e suas redistribuições. “Porque os trabalhadores não tem uma rádio FM. Deveríamos ter uma TV dos trabalhadores em cada estado. Quem disse que tem quer ser de direita pra ter concessão", provocou.

Segundo Vito, a Veja, a Globo, a Folha S.Paulo e o Estado de S.Paulo são os quatro cavalheiros do apocalipse. “Eles não querem conselho, por exemplo, porque vai limitar as sesmarias deles. Por isso, chamam de ditadura. Mas não adianta xingar, temos que fazer. Temos que nos convencer que ou damos passos na democratização no governo Dilma ou a direita volta. E para convencer precisamos ter 60 mil pessoas na rua, seguindo o exemplo da Argentina.

Para finalizar, Vito afirmou ser uma vergonha não termos no Brasil um jornal de esquerda. “Em 1918, tivemos 2, em 1945, eram 18. Semanal é pouco. A notícia é diária. Nós temos condições de ter uma revista semanal. O veneno da Veja chega toda semana a casa das famílias”. (...)

*Por Katia Marko, jornalista, integrante do Núcleo Piratininga de Comunicação

Fonte: http://www.forumdaigualdade.org.br/

Governo Tarso



100 DIAS DE GOVERNO

Porto Alegre/RS - O governo da Unidade Popular pelo Rio Grande chega aos 100 dias com uma série de realizações e projetos que impulsionam o Estado não só para o crescimento, para o desenvolvimento sustentável, mas também para o diálogo com a sociedade gaúcha. São ações que reafirmam os compromissos assumidos durante a campanha, baseados nos eixos da distribuição de renda, da promoção da atividade e emprego e da participação cidadã.

O tempo de governo é curto, pouco mais de três meses. Mas já é o suficiente para gaúchos e gaúchas notarem que a gestão iniciada em janeiro deu uma nova direção ao Estado. Estamos vivendo em um novo ambiente, com iniciativas de diálogo e cooperação dirigidas a todos os setores da sociedade, mantendo firmes os compromissos de campanha com o desenvolvimento econômico sustentável, a distribuição de renda e uma nova relação com o Governo Federal. (...)

-Leia a íntegra da postagem Clicando Aqui

Fonte: http://www.ptrs.org.br/

10 abril 2011

'O Rio Grande estava de costas para a União'


ENTREVISTA COM O GOVERNADOR TARSO GENRO

 Tarso Genro diz que Rio Grande do Sul está em situação de “desarranjo estrutural”

Brasília/DF -  Agência Brasil - Com o Rio Grande do Sul, a Agência Brasil abre hoje (10) uma série de entrevistas com os principais governadores do país, mostrando os desafios nesse início de gestão. O estado, de quase 11 milhões de habitantes, tem uma economia forte, baseada no agronegócio e na indústria. O Rio Grande do Sul também ostenta bons índices de desenvolvimento humano, mas, como a maioria dos estados, enfrenta problemas na área de infraestrutura.

Nos primeiros dias de governo, Tarso Genro tenta colocar as contas em dia. Cálculos apontam que o déficit do estado pode chegar a R$ 500 milhões só este ano. Para responder a isso, o governador busca o crescimento econômico, a redução das despesas públicas e a reorganização da Previdência pública estadual. Tarso, que foi ministro da Educação, da Justiça e de Articulação no governo Lula, implanta no estado iniciativas originadas na esfera federal, como o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social e o Programa de Segurança Pública com Cidadania.

Agência Brasil - Qual foi a situação econômica que o senhor encontrou ao assumir o governo do estado, e quais foram as primeiras medidas tomadas?

Tarso Genro - A situação financeira do estado é de desarranjo estrutural, não se trata de uma mera crise conjuntural. É um processo que vem há mais de 30 anos. E isso obriga os governantes a trabalharem com déficit. Esse déficit percorreu o governo do estado durante um largo período, e continuará percorrendo.

ABr - O quer pode ser feito para sanar esse déficit?


Tarso - A nossa resposta para isso é o crescimento da economia do estado, investimentos fortes para promover o crescimento, melhorar a arrecadação, tecnicamente qualificar o processo arrecadatório, modernizá-lo, racionalizar as despesas públicas de maneira adequada. E com isso obter espaço fiscal inclusive para contrair empréstimos internacionais, como já estamos fazendo. O estado tem uma situação de desarranjo completo, mas não é um estado ingovernável. Quando nos candidatamos, sabíamos que essa era a situação, por isso estamos preparados para enfrentá-la.

ABr - Qual é o tamanho desse déficit?


Tarso - O déficit para este ano está previsto em torno de R$ 400 milhões a R$ 500 milhões. Nós temos os depósitos judiciais que são usados para cobrir o déficit, mas se paga juros para isso. Então lançamos mão de empréstimos que estão à disposição para momentos de emergência. Não estamos prometendo nenhum tipo de medida violenta ou fantasiosa para solucionar as questões de estado. Mas, de qualquer forma, as grandes questões programáticas e mudanças de modelo de desenvolvimento estão sendo encaminhadas de maneira adequada.

ABr -Alguma promessa de campanha está sendo comprometida ou adiada por causa da realidade financeira?


Tarso – Nós, na verdade, não fizemos promessas de campanha, mas fizemos uma proposta de um programa de governo, com metas determinadas. E tudo aquilo que nós prometemos já está sendo encaminhado: investimentos em infraestrutura, com esses empréstimos internacionais; a redução da carga tributária das micro e pequenas empresas, que já encaminhamos; o perdão da dívida de agricultores devedores do Banrisul, que estava infernizando a vida de mais de 40 mil famílias do estado; a reorganização administrativa do estado com vistas a ter uma agência de desenvolvimento e potencializar investimentos no estado; o início do cumprimento do piso constitucional dos professores, nós já estamos fazendo proposta ao Cpers [Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul] de reduzir a diferença do piso regional para o nacional de 66% para 51% . Então, nada que prometemos deixou de ser encaminhado. Agora, com três meses de governo, essas são medidas preliminares e preparatórias, mas são medidas de fundo que vão permitir o cumprimento do nosso programa.

ABr- Os cortes orçamentários anunciados pelo governo federal recentemente afetaram o orçamento do estado?


Tarso - Certamente afetam, porque tem emendas que entram nesses cortes, mas não existe nenhum impacto significativo em relação ao Rio Grande do Sul.


ABr - Qual o objetivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social que foi criado no estado?


Tarso - É o mesmo objetivo do Conselhão Nacional, que eu montei na época do governo do presidente Lula. Transferimos a experiência para o estado, e o conselhão aqui tem a mesma finalidade: produzir políticas públicas negociadas. As políticas públicas que podem ser acordadas, elas são implementadas através de um acordo político no conselho, que define prioridades que o governo vai desenvolver de acordo com o seu programa. Dois exemplos: estamos com grupos de trabalho do conselhão instalados que vão orientar a questão da qualidade do ensino e a reforma do sistema de pedágios do estado. São questões que têm que ser negociadas socialmente que só adquirem força política vinculante, só empolgam realmente a sociedade e a própria administração pública se em torno delas se produz algum tipo de consenso para que essas políticas sejam viabilizadas.


ABr - O que pode mudar no sistema de pedágios?


Tarso - O sistema de polos é um sistema hostil que veda o direito de ir e vir criando circunstâncias muito agressivas no entorno das cidades. O sistema pode se transformar em ponto a ponto, com coordenação comunitária, ou utilizar a metodologia do governo federal para os pedágios, que reduziu bastante os custos. Aqui, os custos são altos e os pedágios praticamente cercam as cidades. As concessões se extinguem em 2013. Nós mudaremos o sistema de concessões, não extinguiremos as concessões, elas deixarão de existir e faremos licitações dentro do novo sistema.


ABr - O que precisa mudar na Previdência do estado?


Tarso - Temos que viabilizar a Previdência pública do estado e fazer uma negociação com os servidores e com a sociedade. Nossa Previdência hoje só vive graças às complementações do Tesouro Nacional. Portanto, temos que reorganizar a Previdência, em um acordo com os servidores para favorecer os próprios servidores que, em última análise, são os destinatários dessas políticas de seguridade de Previdência Social que envolvem milhares de servidores públicos.


ABr - O senhor também está apoiando a redução da aposentadoria para ex-governadores?


Tarso - Estamos trabalhando a questão do teto, da moralização das ajudas aos ex-governadores. Eles não têm culpa de receberem, mas de fato existe um abuso originário da legislação. Isso faz com que os governadores recebam uma pensão que se soma às suas aposentadorias, a valores de mandatos, a conselhos em que eles atuam e até ao que eles recebem da iniciativa privada. Então, fica um valor que seria pago para dar tranquilidade na vida do governador como aposentado, para que ele não precise depender de favores privados para viver, se torna um privilégio que soa muito mal ao Poder Executivo. Nós estamos propondo que haja uma ajuda modesta para o governador, perante o que são os salários do estado, e que essa ajuda seja paga a quem não tem outra fonte de renda, seja ela pública ou privada.


ABr - Quais são os principais problemas na área da segurança pública do estado?


Tarso - A situação da segurança pública no estado é deficiente. Aqui não se implementou de maneira ordenada o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania, o Pronasci, como ocorreu no Rio de Janeiro. Então, estamos implementando aqui o Proesci, que é o Programa Estadual de Segurança Pública com Cidadania, que é uma contraface do Pronasci. Essa implementação vai se desdobrar ainda este semestre, já temos as zonas prioritárias para que isso seja implantado, com policiamento comunitário, mulheres da paz, programas sociais para jovens, viodeomonitoramento em determinadas regiões, qualificação da polícia por meio do policiamento comunitário, esses programas que foram originários do Ministério da Justiça, inclusive na época em que eu fui ministro, e que, com a orientação do presidente Lula, nós instituímos um programa por meio de lei federal.


ABr - Recentemente, o estado sofreu as consequências das chuvas no Sul e, todos os anos também sofre com a estiagem. Existe alguma previsão de aumento de recursos para a Defesa Civil?


Tarso - Nós temos uma defesa civil muito boa, estivemos em cima do laço nos acontecimentos climáticos que tivemos no estado e temos condições de dar uma resposta imediata a qualquer tipo de catástrofe que sejam deste porte que o estado possa enfrentar. Atualmente estamos fazendo um programa de ajuda para municípios que forem atingidos, inclusive com ajuda do próprio governo federal.


ABr - O fato de o senhor ser do mesmo partido do governo federal, e já ter ocupado diversos ministérios no governo Lula, ajuda no relacionamento com o governo Dilma e na captação de recursos para o estado?


Tarso - O Rio Grande do Sul estava de costas para a União. Agora, nós estamos de bem com o governo federal, não se trata de nenhum tipo de compadrismo. É uma relação federativa onde o estado e a União, juntamente com os municípios, atuam de forma articulada, sistemática, para desenvolver determinadas políticas públicas que são de importância para todos, e isso antes não ocorria. Isso realmente foi uma mudança muito grande aqui no estado, que é muito sentida pela população.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/

09 abril 2011

Luto


 
Professor Cléo Bonotto morre em acidente de carro no interior de Santiago/RS


A pior das notícias, infelizmente, foi confirmada hoje ao final da manhã: o corpo encontrado junto ao veículo localizado pela Polícia Rodoviária Federal em um matagal à beira da BR 287 é mesmo do professor e Mestre da URI, campus Santiago, Cléo Bonotto. Ele estava desaparecido desde a noite de domingo, após ter abastecido seu carro em um posto de gasolina de Santiago.

Cléo era Mestre em História, militante das causas sociais e filiado ao Partido dos Trabalhadores. Lecionou também na UNIPAMPA (São Borja). Tinha apenas 29 anos. Uma enorme perda para a cultura, para a sociedade, para o PT.

Seu sepultamento ocorrerá às 10 horas deste domingo em Ernesto Alves (interior de Santiago), onde residia. A URI (Universidade Regional Integrada) decretou luto oficial por três dias.

Nossos mais sentidos pêsames aos pais, familiares, amigos e companheiros do inesquecível companheiro Cléo Bonotto.

*Com o blog 'O Boqueirão'  http://oboqueirao.zip.net/

Tudo o que precisas é de amor...



* All You Need Is Love - The Beatles

'Nova Pauta'


Nova Pauta - 'O primeiro a dar as últimas'

Já está no ar o mais novo site jornalíslitico da região da 'Grande Santiago'. É o Nova Pauta www.novapauta.com , editado pelo radialista Rafael Nemitz, com participação societária e editorial dos jornalistas Márcio Brasil e João Lemes.

Desejamos sucesso aos editores e que a blogosfera terrunha fique cada vez mais pluralizada ... e democratizada!

Júlio Garcia

08 abril 2011

Deputado Adão Villaverde


Aniversário do dep.  Villaverde terá ação de solidariedade em auxílio a São Lourenço do Sul


Uma grande Ação de Solidariedade será realizada durante o aniversário do Villa, nesta sexta-feira, 08/04, às 20h, na Casa do Gaúcho, em Porto Alegre. No local, haverá pontos de coleta de brinquedos e livros infanto-juvenis que, posteriormente, serão enviados para famílias de crianças e jovens atingidas pelas enchentes em São Lourenço do Sul.

Assim, Villa pede que todos os amigos e colaboradores que forem até a Casa do Gaúcho na sexta-feira levem donativos que serão de valiosa importância para quem ainda enfrenta dificuldades em virtude da grande destruição que atingiu a cidade. A iniciativa é do Gabinete Parlamentar do Villa em parceria com a divisão de Saúde Mental da Secretaria Estadual de Saúde.

Essa é mais uma ação idealizada pelo deputado Adão Villaverde aos lourencianos. No comando da Assembleia Legislativa, assim que soube dos problemas enfrentados na cidade em virtude das fortes chuvas, ordenou uma série de ações para auxiliar as famílias que tiveram perdas substanciais.

Entre as atividades, pontos de coleta de roupas e alimentos foram instalados na entrada do Legislativo gaúcho, a realização de um show com diversos artistas para a arrecadação de donativos, o envio de cestas básicas através de intermediação com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a articulação de visita das ministras da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, e da Pesca e Aquicultura, Ideli Salvatti, entre outras ações.

Gabinete do Dep. Adão Villaverde PT/RS

07 abril 2011

Deputado Henrique Fontana


 Henrique Fontana retoma suas atividades em Brasília

O deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) retomou suas atividades parlamentares em Brasília nesta quarta-feira (05), após 25 dias acompanhando a recuperação de seu filho em Porto Alegre. Gabriel está em recuperação de um grave acidente de trânsito sofrido no retorno do feriado de carnaval, mas continua internado no Hospital São José da Santa Casa.

Fontana anunciou que vai partilhar com o deputado federal Rubens Otoni (PT-GO) a relatoria da Comissão Especial da Reforma Política em razão do tempo que deverá dedicar ao período de recuperação do seu filho. “Estarei com meu tempo dividido entre os trabalhos da comissão e a recuperação do meu filho, não poderei assumir alguns compromissos, como participar das viagens que a comissão pretende realizar”, ressaltou o parlamentar. Fontana não se afastará do debate, pois defende e considera esse tema um dos mais importantes da atualidade.

A partir desta quarta-feira (06), Henrique Fontana passa a integrar a Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, que tem como objetivo a redução de mortes e lesões provocadas por acidentes de trânsito nas cidades e rodovias brasileiras.


**Nota do blog: Força, Henrique! Continuamos  na torcida pela recuperação plena do Gabriel!

05 abril 2011

Amor & Revolução



*Amor e Revolução - Trailer

(A novela estréia hoje,  22,15 h,  no canal 5)

A entrevista de Tarso aos Blogueiros gaúchos


“Não houve déficit zero. Situação fiscal hoje é mais ou menos a mesma do governo Rigotto”

                           Marco Weissheimer*  escreve:

Porto Alegre/RS - Nos últimos quatro anos, a população do Rio Grande do Sul foi bombardeada dia e noite com a propaganda de uma suposta receita mágica para as finanças do Estado: o déficit zero. Principal (e praticamente único) programa do governo do PSDB no Estado, o déficit zero foi cantado em prosa e verso como o caminho para a recuperação financeira estrutural do RS. Em artigo publicado aqui no RS Urgente, Paulo Muzell resumiu assim o legado do déficit zero: o governo Yeda fechou 2010 com um déficit de 150 milhões de reais. Os 3,6 bilhões em caixa anunciados pela ex-governadora não existem. Pelo contrário, ela deixou o governo com um saldo devedor do Tesouro Estadual no Caixa Único de 4,6 bilhões de reais. Também deixou restos a pagar de um 1,1 bilhão de reais. Além disso, registrou a menor taxa de investimento das últimas décadas.

“Não houve déficit zero nem em termos nominais nem em termos estruturais. O governo anterior deixou de fazer alguns gastos e cortou investimentos. A situação fiscal do Rio Grande do Sul hoje é mais ou menos a mesma do governo Rigotto.” A avaliação foi feita pelo governador Tarso Genro (PT), durante entrevista coletiva concedida a blogs do Estado na manhã desta terça-feira, no Palácio Piratini. A situação financeira do Estado foi um dos temas tratados na coletiva. Na avaliação do governador, há uma situação estrutural desarranjada que não será resolvida com medidas supostamente bombásticas, mas sim com um conjunto articulado de políticas de curto, médio e longo prazo. “Não adianta nada anunciar medidas anti-crise espetaculares que só rendem manchetes espetaculares. Já vimos desde o PDV (Programa de Demissão Voluntária) do governo de Antonio Britto que isso não resolve nada”, disse Tarso. (...)
-Leia a íntegra da matéria (oriunda do Blog RS Urgente*) Clicando Aqui

04 abril 2011

Debate


Retomando o debate

Wladimir Pomar*  escreve:

Parte da esquerda que se opôs ao governo Lula e ao PT, e continua se opondo ao governo Dilma, defende teses recorrentes de que o governo Lula teria consolidado o capitalismo e instrumentalizado o Estado no Brasil. Lula e o PT, ao invés de marcharem rumo ao socialismo, teriam mantido a hegemonia das relações sociais de existência do capitalismo e permitido o apoderamento da máquina pública por representantes de grandes grupos econômicos. (...)

O pressuposto de tal projeto seria, ao chegar ao poder, apropriar socialmente os excedentes econômicos provenientes das rendas e estabelecer o controle público sobre o petróleo, telecomunicações e potenciais hidráulicos. Isto é, sobre tudo que é patrimônio da nação, inclusive a terra, cujo resultado econômico seria apropriado para fins públicos. Não o fazendo, Lula e o PT teriam assumido o neoliberalismo da social-democracia do PSDB para aplicar fielmente a agenda da burguesia.

Essas teses, no entanto, parecem ter pouco a ver com a realidade brasileira e sua história. Por exemplo, as relações sociais capitalistas começaram a disputar a hegemonia sobre o conjunto das relações sociais presentes no Brasil a partir dos anos 1930. E conquistaram tal hegemonia a partir dos anos 1950-1960. Ao serem eleitos para o governo, não para o poder, Lula e o PT já encontraram essa hegemonia plenamente consolidada.

É possível transformar tais relações e quebrar aquela hegemonia sem uma revolução social? A eleição de um governo de esquerda, ou de um governo de coalizão dirigido por Lula, constituiu algum tipo de revolução social? Se a resposta à primeira pergunta for não, e à segunda for sim, será necessário fundamentar em que consistiu a revolução social da eleição de Lula. Se, ao contrário, a resposta à segunda pergunta for não, os socialistas precisam considerar que estão diante de uma contradição inesperada, para a qual precisam encontrar estratégias e táticas não previstas nos manuais do passado. (...)
-Leia a íntegra do artigo (postado originalmente no sítio Correio da Cidadania*) Clicando Aqui

Blogueiros com o Governador


Governador Tarso Genro concederá nova entrevista aos blogueiros  gaúchos

Porto Alegre/RS - Nesta terça-feira, 5 de abril, às 10h30min, no Palácio Piratini, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, concederá   nova entrevista coletiva  aos  blogueiros gaúchos.  Será a segunda entrevista de Tarso aos blogs,  sendo a primeira como governador empossado (a anterior - foto acima- ocorreu no final do ano passado, na sede da Prossergs, logo após sua eleição para o Piratini). 

Segundo foi informado, a modalidade para encaminhamento de perguntas será através de sorteio entre os participantes, já devidamente cadastrados.

02 abril 2011

Construção



* Construção - Chico Buarque

Entrevista com o Comandante Clemente


Memórias dos anos de chumbo

Por Ana Helena Tavares*

Um escritório próximo à Cinelândia, a pouquíssimos metros do teatro que foi palco do discurso oco de Barack Obama, tem sido o local das reuniões de pauta do jornal online Rede Democrática. Na noite de sexta-feira, 25 de Março, tive a felicidade de participar dessa reunião e, em seguida, entrevistar um de seus membros: Carlos Eugênio Paz.

Podem chamá-lo de comandante “Clemente”. Entrou para a Ação Libertadora Nacional (ALN), quando esta organização política ainda era o chamado “Grupo Marighela” do Partido Comunista. Era um jovem de 16 anos. Naquele ano, 1966, a ditadura brasileira estava no “olho do furacão”, como definiu, dizendo que talvez isso tenha contribuído para sua sobrevivência, além de, principalmente, a lealdade de seus companheiros.

Minha intenção era entrevistá-lo sobre a Lei de Anistia, mas a conversa, saborosamente informal, e acompanhada por outros quatro integrantes da “Rede”, todos ex-guerrilheiros, aos quais dei a liberdade de intervir no papo, durou mais de uma hora. Mesmo porque ele não tem o menor problema em falar sobre seu passado. Ao contrário, acha isso importantíssimo. Tanto que já escreveu dois livros sobre o assunto: Viagem à luta armada e Nas trilhas da ALN. Tem um terceiro, pronto pra ser publicado.

“Se é revanchismo prestar contas com a história, sou revanchista”, diz com ironia Carlos Eugênio. Na verdade, ele se considera um “humanista”, que fala do Brasil como “um país a ser reconstruído”. A pauta não poderia ser mais variada. Conseguimos ir das reformas de Jango ao “erotismo de açougue” do BBB. Dos desaparecidos políticos ao estupro como “método de governo”. Da medalha jogada por “Clemente” num bueiro em Copacabana à jurisprudência dos “crimes conexos”, gerada por sua deserção do exército. Da ausência de nomes, como Apolônio de Carvalho, nos livros de história, à onipresença do STF na interpretação das leis de hoje. De Médici como atual patrono de novos oficiais das Forças Armadas à tradição militar de não queimar arquivos… Das mentes desperdiçadas pelo golpe ao “pacto de conciliação” que inexistiu – “Onde eu assinei?”, perguntou ele. Dos mais perversos métodos de tortura, como a “malfadada coroa de Cristo”, à importância da erradicação da fome. De Karl Marx, com a mais-valia, a Jean Paul Sartre, com “o inferno são os outros”. Da ditadura entendida como “opção golpista da direita brasileira” à “democracia domesticada” pelas… “antenas de TV”.

Saí com a conclusão de que a palavra “herói” está completamente desmoralizada e de que existe uma “democracia post-mortem” para aqueles que foram tiranos em vida. Entrevista altamente aconselhável para quem ainda acha que luta armada, contra um regime de exceção, é terrorismo. “Eu tenho um profundo orgulho de ter participado dessa luta. Olha, eu vou morrer orgulhoso. Sou um nordestino orgulhoso. Meu pai dizia: “Orgulho besta!” E eu dizia: pois eu sou besta, pai.”, confessou “Clemente”. (...)
-Leia a íntegra da entrevista com Carlos Eugênio Paz - o 'Comandante Clemente', da ALN -, postada originalmente no blog 'Outras Palavras'*,  Clicando Aqui 

01 abril 2011

Pelo direito à Verdade


A Ditadura brasileira ainda viva – a cidadania torturada

     Por Alexandre Haubrich*

Aos quatro anos de idade, Edson Teles entrou em um prédio na Rua Tutóia, no bairro do Paraíso, em São Paulo para encontrar os pais, que não via há alguns dias. Simpáticos nomes o da rua e o do bairro. Edson ouviu a voz da mãe chamando seu nome, mas, quando se virou, não reconheceu o rosto e o corpo que portavam aquela voz. Em seguida, encontrou o pai, em outra sala, sentado em uma cadeira aparentemente normal para uma criança. Mas havia cintas de couro nos braços da cadeira. Era 1972, e Edson visitava os pais no DOI-CODI, centro da repressão da Ditadura Militar brasileira. “Meu filho perguntou 'por que o pai é verde?' e minha filha perguntou por que eu estava azul”, contou anos atrás a mãe de Edson, Maria Amélia de Almeida Teles.

Na última semana, em um seminário em Porto Alegre, Edson desabafou: “me envergonho de ser brasileiro. Oferecemos o Brasil para ser paraíso dos torturadores. Se torturarem em nome do Estado, aqui são anistiados”. E Edson e sua irmã Janaína não são um caso raro. Muitas crianças viram seus pais serem torturados pelo Estado brasileiro que, entre 1964 e 1985, impôs a seus cidadãos o fim da cidadania e de qualquer possibilidade de dignidade. Socos e pontapés eram carinhos. A violência vinha através de choques elétricos por todo o corpo, afogamentos, fuzilamentos simulados. Homens e mulheres, muitas vezes nus, eram pendurados em paus-de-arara, humilhados de todas as formas, reduzidos a nada. E se Edson e Janaína não são um caso raro, e tampouco a tortura a que foram submetidos seus pais foi um caso raro, também não foi a tortura a única forma pela qual cidadãos brasileiros foram agredidos por seu próprio Estado.

Assassinatos e sequestros também eram comuns. Sim, hoje ainda são. Mas, naqueles anos, quem cometia esses crimes era o Estado, e os cometia como Estado, não apenas através de indivíduos que corrompiam as instituições. O Estado e seus agentes eram os criminosos, os assassinos, sequestradores, torturadores. Brasil nunca mais. Muitos cidadãos brasileiros foram obrigados a fugir do país. Deixaram para trás seu lugar e seus familiares, amigos, colegas. Deixaram para trás toda uma vida para começarem a construir outra longe daqui.

O silêncio, para os militares e civis que referendaram o Golpe de 1964, era a causa pela qual lutavam. Gritos? Permitidos apenas nas salas de tortura, e apenas gritos de dor. Parte significativa da imprensa apoiou a Ditadura de seu início até as portas de seu fim, quando percebeu que, ou abandonava o moribundo, ou morreria junto. A outra parte da imprensa, porém, a parte séria, viu muitos de seus representantes torturados, desaparecidos ou acuados. O fetiche do silêncio.

Derrubada a democracia que se aprofundava no governo João Goulart, os golpistas não queriam mais saber de política, apenas de poder. Um professor falando sobre política em aula poderia ser denunciado por um aluno como terrorista. A mesma coisa em conversas de bar ou de qualquer lugar. O risco de tortura, assassinato ou “desaparecimento” sempre iminente. Se antes a política já era afastada do povo, em 64 o Estado tirou do povo o direito de se aproximar da política.

Com a chamada “abertura democrática” da década de 1980, não acabou-se verdadeiramente com a Ditadura. Até hoje suas sobras contaminam a vida dos brasileiros. A herança da Idade das Trevas tupiniquim está no autoritarismo e na violência policial, na despolitização popular, na agressividade da direita, na ignorância, no conservadorismo moral preconceituoso, racista, machista e homofóbico. Esses resquícios sobrevivem também no imaginário demente de alguns políticos e alguns militares que anseiam pela reinstitucionalização de todos esses absurdos.

Continuam dominando importantes setores do país as pessoas que financiaram e apoiaram de diversas formas a Ditadura Militar. Grandes empresários, destacados políticos, graduados militares. Os donos da comunicação brasileira também entram nesse bolo. É por tudo isso que, enquanto nossos países vizinhos agem para limpar a sujeira deixada por suas respectivas ditaduras – sem varrer essa sujeira para baixo do tapete –, aqui o silêncio segue imposto.

É para punir os responsáveis pelo massacre da cidadania brasileira que é necessário revisar a Lei da Anistia, assinada em 1979, que, ao mesmo tempo em que beneficiou quem lutava por um Estado democrático, absolveu automaticamente as pessoas que, em nome do Estado brasileiro, cometeram todos os tipos de crime. A tortura e o assassinato em nome do Estado foram permitidos, o que configura uma arbitrariedade e um desrespeito aos brasileiros representados por esse Estado. Os cidadãos que lutaram contra a Ditadura Militar já foram fortemente punidos das mais diversas formas ainda durante aquele período. Os representantes dessa Ditadura, não. Além disso, a Lei da Anistia foi aprovada pelos opositores ao regime com uma arma na cabeça. Da mesma forma que obtinham confissões através da tortura, os governantes de então impuseram sua própria imunidade como condição para deixarem o povo brasileiro ser re-empoderado minimamente.

A abertura imediata de todos os arquivos da Ditadura Militar e a ampla divulgação de seu conteúdo, assim como o trabalho de resgate histórico do que vivemos, é outra obrigação do Estado brasileiro. Os cidadãos têm o direito de conhecer sua própria história, a história de seu país. Se o Estado é uma instituição da sociedade, e esta é formada pelo conjunto dos indivíduos, o Estado somos nós, e nós temos o direito de conhecer a verdade e o dever de lutar por esse direito. Para que não corramos o risco de retornar àquela situação de terror precisamos saber detalhadamente o que nos levou a ela o que a manteve por tanto tempo. Só assim, com a punição dos gerentes da nossa Idade das Trevas e com o direito à verdade, poderemos realmente encarar de frente as heranças daquele tempo que ainda nos assombram.

*Alexandre Haubrich é jornalista, editor do blog Jornalismo B (http://jornalismob.wordpress.com /http://twitter.com/jornalismob / http://twitter.com/alexhaubrich)

Sobre o golpe de 64



As razões do golpe de 64

Emir Sader* escreve:

'O chamado “milagre” tinha um santo: a ditadura, a repressão, os golpes ao movimento popular e à democracia.'
 
As visões descritivas dos grandes acontecimentos históricos tendem a reduzi-los a contingências – a Primeira Guerra, a um episodio menor – ou a idiossincrasias – a personalidade de Hitler. No caso do golpe no Brasil, a imprensa golpista da época se centrava nos supostos “abusos” do governo Jango, que teriam levado à intervenção dos militares para “salvar a democracia” – lugar comum nos editoriais da época.

O movimento que desembocou no golpe de 1964 na realidade vem de longe. Podemos remontá-lo ao começo da Guerra Fria, no fim da Segunda Guerra e no começo do segundo pós-guerra, quando os EUA reciclavam sua definição de inimigos do bloco derrotado na guerra, para a URSS. Não seria possível explicar a brutalidade das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, sem levar em conta a nova atitude norteamericana de mostrar para a URSS sua superioridade nuclear, que iria definir o começo do novo período. De capa da revista Times há poucos anos antes, como herói da luta pela democracia, Stalin se tornava a encarnação do mal que haveria que evitar: o “espectro do comunismo”.

Foi nesse momento que os EUA elaboraram a Doutrina da Segurança Nacional, que propunha que os Estados se transformassem em quarteis generais na luta contra a “subversão” e o “comunismo”. Todo tipo de conflito, de divergência, de expressão de descontentamento social seria classificado como “subversão”, expressão de interesses estrangeiros e deveria ser extirpado. A instalação de ditaduras militares, que blindassem os Estados, seria o objetivo ideal. (...)
-Leia o artigo, na íntegra (postado originalmente no site da Ag. Carta Maior*), Clicando Aqui

*Foto: capa do jornal O Globo(RJ) manifestando irrestrito apoio aos golpistas (01/04/1964).