04 abril 2011

Debate


Retomando o debate

Wladimir Pomar*  escreve:

Parte da esquerda que se opôs ao governo Lula e ao PT, e continua se opondo ao governo Dilma, defende teses recorrentes de que o governo Lula teria consolidado o capitalismo e instrumentalizado o Estado no Brasil. Lula e o PT, ao invés de marcharem rumo ao socialismo, teriam mantido a hegemonia das relações sociais de existência do capitalismo e permitido o apoderamento da máquina pública por representantes de grandes grupos econômicos. (...)

O pressuposto de tal projeto seria, ao chegar ao poder, apropriar socialmente os excedentes econômicos provenientes das rendas e estabelecer o controle público sobre o petróleo, telecomunicações e potenciais hidráulicos. Isto é, sobre tudo que é patrimônio da nação, inclusive a terra, cujo resultado econômico seria apropriado para fins públicos. Não o fazendo, Lula e o PT teriam assumido o neoliberalismo da social-democracia do PSDB para aplicar fielmente a agenda da burguesia.

Essas teses, no entanto, parecem ter pouco a ver com a realidade brasileira e sua história. Por exemplo, as relações sociais capitalistas começaram a disputar a hegemonia sobre o conjunto das relações sociais presentes no Brasil a partir dos anos 1930. E conquistaram tal hegemonia a partir dos anos 1950-1960. Ao serem eleitos para o governo, não para o poder, Lula e o PT já encontraram essa hegemonia plenamente consolidada.

É possível transformar tais relações e quebrar aquela hegemonia sem uma revolução social? A eleição de um governo de esquerda, ou de um governo de coalizão dirigido por Lula, constituiu algum tipo de revolução social? Se a resposta à primeira pergunta for não, e à segunda for sim, será necessário fundamentar em que consistiu a revolução social da eleição de Lula. Se, ao contrário, a resposta à segunda pergunta for não, os socialistas precisam considerar que estão diante de uma contradição inesperada, para a qual precisam encontrar estratégias e táticas não previstas nos manuais do passado. (...)
-Leia a íntegra do artigo (postado originalmente no sítio Correio da Cidadania*) Clicando Aqui

Nenhum comentário: