14 fevereiro 2012

'Crack, é possível vencer'

 
RS recebe técnicos de Brasília para implantar projeto de combate ao crack

Foi dada a largada na parceria entre os governos federal e estadual na luta contra o crack no Rio Grande do Sul. O enfrentamento à droga, que já era um dos projetos prioritários acompanhados pela Sala de Gestão do Governo do Estado, ganhou novo reforço com a escolha do RS, por parte do Ministério da Justiça, para receber o programa federal "Crack, é possível vencer".

Para elaborar as ações que serão desenvolvidas no Estado, desembarcaram em Porto Alegre na tarde desta segunda-feira (13) 38 técnicos dos ministérios da Justiça, da Saúde, do Desenvolvimento Social, da Casa Civil e da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, além de profissionais da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. Eles apresentaram os três eixos nos quais está baseado o plano federal: Cuidado, Prevenção e Autoridade.

O eixo Cuidado está relacionado à saúde e ao tratamento dos usuários, e envolve ações como a abertura de leitos especializados e construção de novos Centros de Atendimento Psicossocial (Caps) funcionando 24h. Também prevê o financiamento de vagas em comunidades terapêuticas reconhecidas pela rede de saúde. No foco Prevenção estão previstas campanhas de conscientização, capacitação de profissionais e trabalho junto às escolas, entre outras iniciativas. Autoridade é o eixo que envolve a segurança, o combate ao tráfico e ao crime organizado, a integração das polícias e o controle das fronteiras.

Por parte do Estado, há cerca de 40 técnicos participando do encontro, representando as secretarias da Justiça e dos Direitos Humanos, que coordenará o projeto gaúcho, de Saúde, de Trabalho e Desenvolvimento Social e de Segurança Pública. Também acompanham o evento os secretários Fabiano Pereira, da Justiça e dos Direitos Humanos, e Airton Michels, da Segurança Pública, que apresentaram dados sobre a situação da droga no RS.

Durante a apresentação, Fabiano lembrou que há mais de 55 mil usuários de crack no RS, e que o tema tem ligação direta com o aumento da criminalidade. Segundo o secretário, 61% dos detentos do Presídio Central de Porto Alegre têm envolvimento com o tráfico de drogas. "Sem dúvida, a repressão e o atendimento na saúde são muito caros a nós, mas a prevenção tem papel fundamental na reversão deste cenário", disse o secretário, acrescentando que o Programa de Oportunidades e Direitos (POD) da SJDH oferecerá alternativas de capacitação profissional, cultura e lazer como instrumentos de prevenção à droga.

Para a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, o RS possui diferenças marcantes no uso da droga em relação a outros Estados, principalmente nas chamadas "cracolândias". "Não há como comparar a cena de uso daqui com as de São Paulo ou Rio de Janeiro, por exemplo. Aqui são menores e mais esparsas, mas nosso projeto contempla também essas situações". Regina destacou ainda que a meta não é zerar o consumo de crack, mas, sim, cuidar do maior número de dependentes. "Esse é nosso papel, esse é nosso foco", completou a secretária.

O encontro prossegue durante toda esta terça-feira (14) no Novotel, na zona norte da Capital, com a formação de grupos de trabalho por áreas específicas. Às 16h30min, a equipe receberá a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, o governador Tarso Genro e o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati.

*Fonte: http://www.estado.rs.gov.br/

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