Por J-F. Rogowski*
Segundo previsão de importantes ícones do mercado financeiro
mundial, como o Citibank, por exemplo, o Brasil deverá ocupar o 5º lugar entre
as maiores economias do mundo já em 2013 com um crescimento previsto a taxa de
3,9 e 4% em 2014. (...)
O faturamento do mercado jurídico é de R$ 3 bilhões por ano e
continua em franca expansão acompanhando o crescimento da economia brasileira,
porém, este mercado é dominado por uma minoria, a grande maioria dos 700 mil
advogados brasileiros não vai tão bem assim financeiramente, ao contrário, há
evidências do empobrecimento da classe na última década.
As causas disso são muito variadas e bem conhecidas e foram
debatidas no II Congresso e Feira de Gestão Jurídica (Congrejur), ocorrido em
Porto Alegre em agosto de 2012[**], entre elas sobressai o despreparo dos
advogados a começar por cursos universitários desatualizados, fora da
realidade, que ainda dão toda ênfase no processo judicial, preparando
profissionais para a guerra, para o litígio, e não para a paz social. (...)
A advocacia brasileira vive um surto de esquizofrenia, com
dupla personalidade, alguns segmentos são supervalorizados enquanto outros são
maltratados e até perseguidos. (...)
Geralmente os advogados do governo, nas esferas federal,
estadual e municipal são bastante valorizados, a começar pela nomenclatura das
chefias, “procurador-geral” e etc., o advogado chefe do escritório de advocacia
do governo federal, o Advogado Geral da União, também é Ministro de Estado por
força de lei, além das prerrogativas de Advogado-Geral, ainda usufruiu as
benesses do cargo de Ministro.
O mesmo glamour acompanha os advogados de grandes bancas de
advocacia privada, assim como de departamentos jurídicos de grandes
conglomerados empresariais.
Entretanto, há uma maior dificuldade da luz dos holofotes
banharem àqueles profissionais que defendem outros segmentos da sociedade,
máxime, os menos ricos e os mais pobres.
Não é necessário muito esforço para compreender isso, quem
defende os ricos e poderosos é bem tratado, quem defende os pobres e fracos não
é valorizado.A própria Ordem dos Advogados do Brasil, tão combativa no passado,
sempre de pé e à ordem na defesa da sociedade, a sentinela da liberdade, hoje
parece estar passando por um processo de retraimento e elitização. (...)
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*Fonte: http://rogowskiconsultoria.blogspot.com.br/
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