Por Fernando Brito*
Dava para sentir o cheiro, ontem à noite, quando escrevi aqui sobre a capa da Veja, ainda sem ter acesso ao conteúdo da “reportagem” da revista.
O texto, publicado hoje, confirma a natureza da substância excretada pela revista.
Nisso, nenhuma surpresa para quem sabe o que Veja se tornou.
Uma imundície.
O surpreendente é que o Ministério Público tenha chegado ao ponto de atacar com estes meios o Supremo Tribunal Federal.
É uma evidente retaliação pelas decisões – raras, aliás – de Tóffoli de relaxar as ordens de prisão urdidas entre os procuradores e o juiz Sérgio Moro.
E uma mais que evidente advertência aos demais ministros do STF que não se atrevam a por reparos ao que se resolve em Curitiba ou ao embaixador desta estranha república em Brasilia.
O Supremo Tribunal Federal deixou criar-se um tumor e não pode reclamar de que tenha sido engolfado por ele.
Pretendem que seja simples meirinho da corte curitibana.
Cada ministro tem de cuidar, agora, do que fala, com quem fala e como fala, à medida em que permitiu – e acabou de reiterar isso – que escutas ilegais atinjam a própria Presidência sem que nada aconteça a seus responsáveis, coloca a si mesmo como “grampeável”.
Não fez graça o Ministro Luís Roberto Barroso ao brincar dizendo que nada se obteria de escutas ao seu telefone.
Fez desgraça, porque não é o que se ouve ou que mais importa, mas a preservação da privacidade, valor que não é um bem pessoal, mas social.
Porque rompe-la é soltar um bando de porcos a fuçar a vida alheia, movidos por seus ódios, suas mesquinharias.
E pelo seu desprezo à lei e à Justiça.
*Jornalista - Editor do Tijolaço
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