Membro do Jornalistas pela Democracia, o chargista Aroeira
destrincha a prisão de Michel Temer, por ordem do juiz Marcelo Bretas,
mas sob a sombra de uma fisionomia bastante familiar ao
ex-vice-decorativo. "Conhecer-nos-íamos por ventura de Alhures?",
pergunta o emedebista.
"A prisão do Temer é mais um crime da operação Lava Jato, mais um
abuso, mais uma operação política. A prisão do Temer não tem qualquer
justificativa legal, faz parte do espetáculo da Lava Jato depois de ter
sofrido derrotas importantes na última semana", diz Breno Altman sobre a
decisão do STF que transfere para a Justiça Eleitoral as denúncias de
caixa dois e a desilusão da Lava Jato que vislumbrava ter Deltan
Dallagnol como novo procurador-geral da República.
Altman ressalta que Temer não merece a empatia da população
brasileira, porém a prisão do ex-presidente não tem fundamentações
jurídicas para ser realizada. É uma ilegalidade explícita, não importam
as suspeitas ou as certezas que tenhamos sobre o Temer. Ele é um
golpista, deveria estar preso pelo levante inconstitucional, pela
intentona que levou à derrubada da presidente Dilma Rousseff, ele tem
uma história de suspeitas de corrupção, é um elemento nefasto da
oligarquia política do país, nenhuma simpatia pode haver em relação a um
sujeito desse naipe. Mas não é isso que está em questão, a questão é
deter ou não a Lava Jato, a principal operação de destruição do regime
constitucional e do estabelecimento no país de um Estado policial".
Vazamento
Minutos antes de ser preso, Michel Temer ligou para um assessor de
sua confiança e perguntou se ele sabia o motivo de ter "tantos
jornalistas na porta da minha casa". Ele foi informado, então, que havia
um "boato na imprensa" de que um mandado de prisão contra ele havia
sido expedido; ou seja, como de costume, a Lava Jato informou a imprensa
antecipadamente sobre a operação.
O relato foi feito pela jornalista Daniela Lima, da coluna Painel,
da Folha de S.Paulo. Segundo ela, Temer classificou o rumor como "uma
brutalidade". Logo em seguida, a ligação foi interrompida e o
ex-presidente não voltou mais ao telefone. O episódio mostra que, mais
uma vez, a Lava Jato informou a imprensa antecipadamente sobre a
operação.
O jornalista Kennedy Alencar também informou que Temer reagiu com a
palavra "barbaridade" sobre a prisão, ao atender uma ligação dele.
"'Barbaridade.' Assim reagiu o presidente Michel à prisão. Ele atendeu
telefonema meu e confirmou que estava a caminho do Aeroporto de
Guarulhos, acompanhado por policiais federais que cumpriam mandado de
prisão preventiva expedido pelo juiz federal Marcelo Bretas, do Rio". (Via Brasil247)
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