Segundo Jair Bolsonaro, os protestos no Chile são “atos terroristas”.
Haja terrorista.
Agora à tarde [25/10], 820 mil pessoas, segundo os cálculos da própria policia, reuniram-se nas Praça Itália e avenidas adjacentes [números finais apontam que mais de 1 milhão de pessoas participaram dos protestos somente em Santiago].
Um mar de gente que, considerando-se a população de 18 milhões de chilenos e a de 209 milhões de brasileiros significaria ter aqui um ato com 11 milhões de pessoas. E foi o mesmo pelo resto do país.
Mas a direita burra, como é a do senhor Bolsonaro e a do títere norte-americano que ocupa o lugar de secretário-geral da OEA, Luís Almagro, preferem achar que tudo é obra de Nicolás Maduro.
Incrível como Maduro, num país arruinado e conflagrado, consegue fazer a esquerda ganhar as eleições na Bolívia e na Argentina, desestabilizar o Equador, responder pela agitação no Equador e no Chile e, de quebra, alugar o barco do Greenpeace para jogar petróleo na costa nordestina.
Mas, sem nenhum sinal objetivo de desordem pública, o presidente diz que as Forças Armadas devem se preparar para reprimir conflitos de rua.
Quais? Só se for os que ele está estimulando.
Este processo é perigoso e imprevisível. A população está “de saco cheio” de suas instituições políticas, acanalhadas, distantes dos seus problemas e ativas apenas no que é para retirar direitos.
As barbas do vizinho estão ardendo e vocês não colocam as suas de molho.
(Por Fernando Brito, in Tijolaço)
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