03 dezembro 2019

O Rei Roberto Carlos e suas relações com inimigos da democracia; vídeo



Um grande amigo, médico e professor de uma das mais conceituadas faculdades de medicina do País, diz: Pau que nasce torto, morre torto.

Nesse sábado (30/11), durante um show realizado na Ópera de Arame, em Curitiba, para a gravação do especial “Roberto Carlos – Além do Horizonte”, o cantor e compositor destacou a presença na plateia de Sérgio Moro:
“Tenho o privilégio de receber aqui nessa plateia um cara que realmente admiro e respeito por tudo o que ele feito por nosso país. Estou falando de Sergio Moro…”
Enquanto batia palmas e reverenciava o homenageado, reforçou:
“Sem dúvida, um privilégio”.
Após o show, Roberto Carlos recebeu no camarim o atual ministro da Justiça e ex-juiz da Lava Jato e a sua “conja” Rosângela Moro.
Tiraram fotos.
Os três postaram em suas redes sociais, inclusive Moro, que escreveu no twitter:
“Dia de levar a esposa em show romântico e de reverenciar o Rei”.
Para quem viveu o período da ditadura militar nenhuma surpresa.
Em artigo publicado em Carta Maior em 5 de maio de 2005 — O Rei Roberto Carlos e a ditadura militar no Brasil –, o jornalista e escritor Urariano Mota lembra a passagem do cantor da juventude, da jovem guarda, para o cantor “romântico”, na medida mesma em que as botas militares pisavam com mais força a vida brasileira.



Urariano observa:
(…) a passagem do Roberto Carlos Jovem Guarda para o senhor “romântico” não se dá pelo envelhecimento do seu público.
Ora, de 1965 a 1970 correm apenas 5 anos. O envelhecimento é outro. Nesses 5, correm sangue e enfurecimento da ditadura militar, no Brasil, e crescimento da revolta do público “jovem”, no mundo.
Enquanto explodem conflitos, a canção de Roberto Carlos que toca nos rádios de todo o Brasil é Vista a roupa, meu bem (e vamos nos casar). (…)
Para Urariano, que foi preso político na ditadura militar, o namoro do Rei Roberto Carlos com o regime não foi um breve piscar de olhos, um flerte, um aceno à distância:
O Rei Roberto não compôs só a música permitida naqueles anos de proibição.
O Rei não foi só o “jovem” bem-comportado, que não pisava na grama, porque assim lhe ordenavam.
Ele não foi apenas o homem livre que somente fazia o que o regime mandava. Não.
Roberto Carlos foi capaz de compor pérolas, diamantes, que levantavam o mundo ordenado pelo regime.
Ora, enquanto jovens estudantes eram fuzilados e caçados, enquanto na televisão, nas telas dos cinemas, exibe-se a brilhante propaganda “Brasil, ame-o ou deixe-o”, o que faz o nosso Rei? O Rei irrompe com uma canção que é um hino, um gospel de corações ocos, um som sem fúria de negros norte-americanos. Ora, ora, o Rei ora:
“Jesus Cristo, Jesus Cristo, eu estou aqui
olho pro céu e vejo uma nuvem branca que vai passando
olho pra terra e vejo uma multidão que vai caminhando
como essa nuvem branca, essa gente não sabe aonde vai
quem poderá dizer o caminho certo é Você, meu Pai.
AS BOAS RELAÇÕES COM A DITADURA MILITAR NOS ANOS DE CHUMBO
Em reportagem bem apurada de Marcelo Bortolotti – Roberto Carlos , em ritmo de ditadura, Época faz um retrato minucioso das relações do cantor com o regime militar. (...)
CLIQUE AQUI para ler, na íntegra, mais esta [reveladora] postagem de Conceição Lemes no Viomundo.

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