30 julho 2024

Venezuela: o golpe está aí, cai quem quer

Golpismo ganha fôlego com fake news, apoio dos EUA e conivência de uma parte da esquerda

    Revolução colorida se arma na Venezuela = Créditos: Reprodução/Twitter


Por Yuri Ferreira*

Existe um golpe de Estado em curso na Venezuela. Os atos terroristas de opositores ao redor do país, como o fechamento de estradas, ataques a hospitais e manifestações violentas, têm se intensificado. As táticas são similares às registradas no Brasil entre outubro de 2022 e janeiro de 2023.

Iniciou-se o tal "banho de sangue" ou a "guerra civil fratricida" das previsões de Maduro na semana passada.

Maria Corina Machado afirma que possui as atas eleitorais. Não as apresenta publicamente, mas diz que em sua contagem paralela, seu candidato Edmundo González tem mais de 70% dos votos.

Segundo a contagem dos opositores, Maduro teria menos de 3 milhões de votos. Curiosamente, o bolivarianismo teria perdido mais de um milhão de votos comparados com os 4,3 milhões que teve em eleições boicotadas pela oposição em 2020, quando o país estava em situação econômica muito mais frágil.

Ou seja: a revolução bolivariana teria ficado menos popular depois de apresentar um crescimento de 18% em 2022, 4% em 2023 e projeção de 4,2% para 2024, segundo dados oficiais do banco central do país.

O problema é que esse fato eleitoral sem precedentes apresentado pela oposição não teve provas publicadas, apenas as declarações de Maria Corina Machado. É bravata. 

O CNE afirmou que publicará hoje as atas eleitorais. Independentemente da publicação, a oposição de extrema direita continuará gritando golpe.

E o golpe anda em marcha rápida:

  • Nas ruas, além dos atos golpistas, derrubam-se estátuas de Chávez, no mesmo modelo das revoluções coloridas, como as ocorridas na Ucrânia, Geórgia e na Primavera Árabe.
  • O secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, já deu o sinal: "Temos sérias preocupações de que o resultado anunciado não reflita a vontade ou os votos do povo venezuelano".
  • A OEA deve se reunir rapidamente para decidir se apoiará a tomada violenta do poder. Em 2002 e 2017, apoiou as tentativas de golpe na Venezuela. Em 2019, repetiu o fato na Bolívia.
  • Edmundo González já foi proclamado presidente eleito pela oposição e pelo ex-presidente paralelo, Juan Guaidó.
  • A direita neoliberal e a extrema direita já sinalizaram apoio aos golpistas, nomeadamente os continuistas do Grupo de Lima, somado ao Chile de Boric, El Salvador de Bukele e outros países governados pela direita.

Tudo indica um golpe de Estado.

O peso virá do Brasil, México e Colômbia, que podem reconhecer o resultado eleitoral e diminuir o volume da gritaria sobre golpe. Lula conversará com Biden nesta terça-feira (30). E pode decidir o futuro da Venezuela pelos próximos anos.

*Via Revista Fórum

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