26 setembro 2025

‘A história não morre’, diz militante contra a ditadura militar homenageada por feira literária em SP

Com o tema Resistência e Memória, SP recebe, até o dia 27 de setembro, a 11ª edição da Feira Literária da Zona Sul*

Ativista Ana Dias era casada com Santo Dias da Silva, operário que foi assassinado pelo regime em 30 de outubro de 1979 - Arquivo pessoal

Com o tema Memória e resistência – “A luta não é para hoje é para sempre”, a capital paulista recebe, até o dia 27 de setembro, a 11ª edição da Feira Literária da Zona Sul (Felizs). A programação é gratuita e acontece em escolas, bibliotecas, centros culturais e outros espaços públicos de São Paulo. Com destaque para a literatura, a atividade reúne a produção de artistas e escritores periféricos. 

Neste ano, a feira escolheu como homenageada Ana Dias, militante histórica, de 82 anos, que foi protagonista no enfrentamento à ditadura militar no estado. A ativista era casada com Santo Dias da Silva, operário que foi assassinado pelo regime em 30 de outubro de 1979 enquanto distribuía panfletos convocando trabalhadores para uma greve. 

Desde a morte de seu companheiro, Dias constrói, cotidianamente, uma trajetória de transformação do luto em luta. Foi uma das fundadoras do Clube das Mães, maior movimento feminino contra a ditadura, atuou nas comunidades eclesiais de base e no movimento contra a carestia. 

“É a teimosia, a força, a coragem e a decisão do nosso trabalho que fazem a diferença. E, neste momento, não é diferente. Tem aqueles que querem atrapalhar, mas tem muita gente para conquistar e estamos conquistando. Se hoje eu estou aqui falando não é de graça, é para manter essa história viva e permanente nos nossos dias”, enfatiza, em entrevista ao Conversa Bem Viver.

Para ela, a realização da feira também é um marco de intercâmbio entre diferentes gerações que se encontram na mobilização em defesa de direitos e de um projeto digno de vida para o Brasil.

“Eu fico muito feliz de conseguir ainda manter a cabeça boa e falar um pouco de toda minha trajetória. Felizs é um nome muito bom. Eu acredito muito nesses momentos, porque a história não morre. A história tem que estar sempre acesa na cabeça do povo, de toda a comunidade antiga e nova”, comemora. 

Para conhecer a programação completa da 10ª edição do Felizs, clique neste link. (...)

*Confira a entrevista clicando AQUI (via Brasil de Fato)

Nenhum comentário: