20 setembro 2025

Brasil dá ao mundo uma lição de democracia ao condenar os golpistas de 8 de janeiro

O país mostra que, mesmo com todas as suas contradições e desafios, tem maturidade institucional para resolver crises dentro do marco legal

Deputado federal Alexandre Lindenmeyer (PT-RS) | Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

Por Alexandre Lindenmeyer (*)

O Brasil vive hoje um momento histórico que ecoará por gerações e atravessará fronteiras. A condenação, pelo Supremo Tribunal Federal, dos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 — incluindo generais e articuladores civis — representa muito mais do que a punição de criminosos: é a afirmação vigorosa de que a democracia brasileira resistiu, reagiu e venceu.

Por décadas, golpes de Estado e ditaduras na América Latina deixaram marcas profundas: censura, tortura, desigualdade e medo. O fantasma do autoritarismo sempre rondou nossas instituições. Mas, desta vez, a história seguiu outro rumo. Ao responsabilizar os golpistas, o Brasil envia uma mensagem clara ao mundo: a democracia pode — e deve — triunfar sobre a tirania.

Essa decisão histórica tem impacto que vai além das nossas fronteiras. Em tempos em que regimes autoritários tentam avançar em várias partes do globo e ataques às instituições democráticas se multiplicam, o exemplo brasileiro funciona como farol. Ele demonstra que estabilidade política, crescimento econômico e coesão social dependem da defesa firme da ordem democrática e do combate às tentativas de usurpação do poder popular.

Não se trata apenas de fazer justiça pelo que aconteceu em Brasília naquela manhã de janeiro. Trata-se de consolidar um pacto civilizatório. A democracia não é um bem adquirido de uma vez por todas — ela exige vigilância, coragem e ação cotidiana. Os golpistas buscavam semear o caos, desacreditar as instituições e reverter, pela força, a escolha do povo nas urnas. Ao condená-los, o Brasil reafirma que a soberania não se negocia, a liberdade não se entrega e a independência nacional não se dobra à truculência.

A mensagem é poderosa: generais não estão acima da Constituição, nem qualquer líder ou facção pode desafiar impunemente o Estado Democrático de Direito. O país mostra que, mesmo com todas as suas contradições e desafios, tem maturidade institucional para resolver crises dentro do marco legal.

Esse triunfo, no entanto, não encerra a luta. A história ensina que o autoritarismo é persistente e que a democracia deve ser defendida todos os dias, nas urnas, nas ruas, nos parlamentos e nos tribunais. O Brasil, ao vencer este embate, não apenas fortalece seu presente: ele oferece ao mundo um caminho possível, um sopro de esperança para povos que ainda enfrentam a opressão.

Hoje, o Brasil diz ao mundo que as ditaduras podem ser derrotadas. Diz que soberania é inseparável de liberdade, e que a força de um país reside na coragem de seu povo em defender suas instituições. É um recado histórico: a democracia brasileira sobreviveu ao golpe e saiu mais forte — e esse exemplo pode iluminar o futuro de todas as nações que acreditam na liberdade.

(*) Deputado federal PT-RS - via Sul21

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