12 novembro 2009

Decisão equivocada








'O não-voto que condena Battisti'


Deu no blog do Luis Nassif: A decisão do Ministro José Dias Toffoli de não participar do julgamento de Battisti, alegando razões de foro íntimo, é complicada para sua biografia.

Se o voto fosse pela extradição, seria de convicção. Se seu voto fosse pela não-extradição, seu não-voto condena Battisti.E condena exclusivamente porque Toffoli não quis correr um risco pessoal, de meter sua colher em uma questão polêmica.

Confesso não ter opinião sobre Battisti. Sobre Toffoli, temo ter formado opinião.
http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/

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Nota: este blogueiro compartilha da mesma surpresa e decepção do jornalista L. Nassif. (Júlio Garcia)

11 novembro 2009

Blecaute















Descargas elétricas e temporais causaram o blecaute

Brasília/DF - Agência Brasil - O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou há pouco que o blecaute que atingiu 18 estados brasileiros na noite de ontem (10) foi provocado por raios, ventos e chuvas concentradas na região de Itaberá, no interior de São Paulo, que provocaram um curto circuito nas linhas de transmissão que partem de Itaipu.

A interrupção teria começado em três circuitos de Itaipu. De acordo com diretor do Operador Nacional no Sistema Elétrico (ONS), Luís Eduardo Barata, a pane acabou provocando o desligamento de mais dois outros circuitos de corrente contínua e de cerca de 15 outras linhas de transmissão como forma de proteger o sistema de transmissão e não danificar equipamentos.

O ministro disse que não há o que fazer para evitar novos apagões porque o que tinha que ser feito, ou seja, o reforço das linhas de transmissão, já foi feito nos últimos nove anos. Ele comparou o blecaute a uma acidente de avião ao dizer que “as máquinas são feitas para serem perfeitas, como o avião, que as vezes cai”.

Em alguns lugares, como Rio de Janeiro e São Paulo, o restabelecimento do fornecimento de energia chegou a demorar seis horas. No entanto, para o ministro Lobão, não houve demora. Ele argumentou que em alguns lugares o restabelecimento ocorreu em 15 minutos e o tempo médio ficou em três horas e meia – período que considerou razoável em comparação com outros blecautes ocorridos no Brasil e em outros países.

Lobão chegou a citar os blecautes ocorridos no leste dos Estados Unidos e no Canadá, em 2003, cujo tempo de restabelecimento chegou a quatro dias. No mesmo ano, segundo o ministro, a Itália chegou a ficar 24 horas sem energia elétrica.

O ministro disse ainda que não acredita que o blecaute tenha causado um clima de insegurança para os empresários e para os investidores estrangeiros em relação ao Brasil. “Não houve isso. Hoje a Bolsa de Valores operou em alta. Nós continuamos crescendo e vamos crescer ainda mais”, disse Lobão.

O ministro acrescentou que não acredita que o blecaute seja usado politicamente pela oposição para minar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Confio no espírito público dos deputados e senadores brasileiros.” (Luciana Lima)

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Líder do PT diz que não há risco de desabastecimento de energia

Brasília/DF - Em resposta aos pedidos da oposição, que protocolou hoje vários requerimentos cobrando explicações do governo sobre o blecaute ocorrido ontem (10), o líder do PT no Senado, Aloisio Mercadante (SP), afirmou que o país não corre nenhum risco de desabastecimento de energia e que a eficiência do sistema elétrico tem sido superior a 99% nos últimos anos.

“Do ponto de vista da oferta, não existe o risco de falta de energia. Não estou falando para o final deste governo. Não há o risco para os próximos três ou quatro anos. Mesmo o Brasil voltando a crescer, e voltará a crescer mais de 6% no ano que vem, não há nenhum problema de oferta de energia e a interligação do sistema garante o abastecimento do país”, disse Mercadante da tribuna do Senado.

De acordo com o petista, além da construção de usinas no Rio Madeira, houve expansão da estrutura de termoelétrica e das linhas de transmissão. “De 2003 até 2009, implantamos mais de 20 mil quilômetros de linhas de transmissão interligando todo o sistema e permitindo que, no futuro, o sistema interligado proteja a economia”, afirmou acrescentando que foram investidos mais de R$ 21,8 bilhões nessas obras.

Conforme dados apresentados pelo petista, a eficiência no fornecimento de energia no país foi de 99,9%, em 2007, 99,7%, no ano seguinte, e, até ontem, era de 100%, este ano. "Portanto, a interrupção é absolutamente marginal".

Ainda segundo o líder petista, foram investidos outros R$ 7,9 bilhões na instalação de 81,8 mil transformadores para dar sustentação à rede de transmissão. “Melhoramos a interligação do sistema, aumentando a oferta de energia”, acrescentou.

Mercadante também descartou comparações da situação atual à vivida durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. “Ninguém vai ser chamado amanhã cedo a desligar sua televisão, a ter que apagar luz da sua casa e ter que cortar o consumo de energia em 20%”, afirmou, lembrando o racionamento de energia adotado em 2001. (Ivan Richard, Agência Brasil)

'MUDA OAB'













ELEIÇÕES DIRETAS NA OAB

*Por Paulo Torelly

'O Brasil precisa da OAB e a advocacia precisa de uma entidade democrática para bem servir ao país'

Quem será o próximo presidente nacional da OAB? Nem mesmo os advogados brasileiros têm qualquer idéia! É incrível, mas a OAB, num país onde o povo elege diretamente os seus governantes, não possui eleição direta para presidente nacional nem representação proporcional nos seus conselhos. No final deste ano seremos apresentados para o presidente “eleito” por um reduzido número de notáveis profissionais que, após decidirem, buscarão a chancela para o “ungido” no “colégio eleitoral” previsto em lei.

E o que dizer do sistema de partido único que vigora nos conselhos seccionais que dirigem a entidade nos Estados da Federação?! O sistema de proporcionalidade adotado pelos clubes de futebol, onde todas as chapas que disputam as eleições acabam compondo os conselhos com o número de representantes proporcional aos votos recebidos, inexiste na OAB. Quem ganha leva tudo e os demais votos, quase sempre da maioria que escolheu outras propostas e somada supera a chapa vitoriosa, são desprezados. Além dos cinco diretores eleitos para dirigir a entidade em cada Estado, dezenas de conselheiros são eleitos na mesma chapa que irá fiscalizar e aprovar as contas da diretoria correligionária.

Uma limitação da democracia representativa, apontada por especialistas em teoria da democracia, está nos centros invisíveis de decisão (‘arcana imperii’), pois poucos ou mesmo ninguém além dos detentores do poder e de seu círculo de relações sabem qual o sentido e a razão de ser das prioridades e escolhas adotadas. Logo, o importante num processo democrático, mais do que obter vitórias numéricas, reside na possibilidade de participar na definição da agenda de debates. Não há democracia sem respeito pela minoria. A corrupção e os desmandos, que nos deixam prostrados, começam com o abuso do poder econômico nos processos eleitorais, passam pelos “escambos” políticos envolvendo o espaço que deveria ser público e dificultam ou mesmo impedem o envolvimento e o controle do poder pela cidadania. E a OAB, por ser composta por seres humanos e não por anjos, não está infensa a tais mazelas.

É urgente uma reforma institucional da OAB para que a advocacia brasileira possa votar em eleições livres e diretas para escolher o presidente nacional da entidade, bem como para instituir a proporcionalidade nos Conselhos Seccionais e no Conselho Federal. Assim, todos os segmentos de opinião da profissão terão espaço. Será apenas um começo, mas esta é uma pauta que exige perseverança e o fortalecimento de uma consciência democrática. O Brasil precisa da OAB e a advocacia precisa de uma entidade democrática para bem servir ao país.

*Paulo Peretti Torelly
é Advogado, integrante da chapa 3 - 'Mov. Muda OAB/RS'

**Fonte: sítio http://www.mudaoab.com - Edição e grifos deste blog

10 novembro 2009

Pré-Sal








Seminário do Pré-Sal, em Porto Alegre, terá presidente da Petrobras

Os debates sobre o Pré-Sal ganham força no cenário nacional. As votações no Congresso Nacional se iniciarão no próximo dia 10 de novembro. A descoberta das novas jazidas de petróleo e de gás no litoral brasileiro marcará o futuro das próximas gerações de brasileiros. É por esses e outros motivos que o mandato do deputado federal e líder do Governo Lula na Câmara, Henrique Fontana (PT), organiza o Seminário "Pré-Sal e Biocombustíveis – Novos Desafios para o Brasil". O evento será realizado no dia 5 de dezembro, em Porto Alegre, a partir das 9h, no auditório da FETAG Rua Santo Antônio, 121).

Para debater o Pré-Sal estão confirmadas as presenças do presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, e a do presidente da Petrobras Biocombustíveis, Miguel Rossetto. Para o deputado, "se no passado recente do Brasil precisamos lutar para garantir que ‘O Petróleo é nosso’; se em tempos bem mais recentes o debate nacional em torno da descoberta de reservas bilionárias de petróleo e gás estaria marcado pela possibilidade de um processo de privatização; com o Governo Lula nós podemos ter duas certezas: o Pré-Sal é nosso e os recursos oriundos da sua exploração, produção e comercialização serão investidos no futuro do povo brasileiro".

Henrique Fontana também lembra que "hoje estamos dedicados a outro debate: como garantir a melhor produção de petróleo e gás dessas reservas e como os recursos podem melhorar a vida da população. A descoberta do Pré-Sal, ao lado do investimento em fontes de energia renováveis e da criação da Petrobras Biocombustível, representam grandes conquistas para os brasileiros e novos desafios para o Brasil".

O líder do Governo considera a atividade importante, pois o momento exige responsabilidade política, social, econômica e ambiental. "Convidamos a todos e a todas, para debatermos juntos estes temas no seminário "Pré-Sal e Biocombustíveis – Novos desafios para o Brasil". (Ass. de comunicação deputado federal Henrique Fontana)

*Edição e grifos deste blog

09 novembro 2009

'MUDA OAB'













MANIFESTO PELA DEMOCRACIA NA OAB - MOVIMENTO MUDA OAB – CHAPA 3

No próximo dia 16 de novembro acontecem as eleições para a nova direção da OAB/RS. O advogado Leonardo Kauer concorre pela chapa 3 (foto), tendo como candidata à vice a advogada Mônica Montanari. Segundo consta na apresentação da chapa 3, de oposição, "o Muda OAB é um movimento de advogados e advogadas que se constituiu em 2003, diante da compreensão que tinham em comum de que a Ordem precisava de uma renovação substancial, eis que os grupos políticos que vinham, e ainda vêm se alternando no poder da entidade, em pouco ou nada diferiam". Leia a seguir o Manifesto da chapa Muda OAB:

O Movimento MUDA OAB – Chapa 3 – dirige-se aos colegas advogados e advogadas do Rio Grande do Sul e do Brasil para reiterar o compromisso de lutar pela implantação do DECÁLOGO DA MUDANÇA* e trabalhar pela democratização da Ordem dos Advogados do Brasil.

O Movimento Muda OAB surgiu diante da necessidade sentida pelos colegas de romper com o revezamento entre as duas facções que historicamente administram a OAB/RS e implantar imediatamente tais mudanças.

A evolução civilizatória amalgamou os conceitos de democracia e república. Apreendemos na Faculdade de Direito que a república é uma forma de governo caracterizada na essência pela temporalidade dos mandatos dos governantes e a democracia é um regime de governo caracterizado pelo reconhecimento de que o poder político emana da soberania popular. A idéia de república impõe o exercício temporário e desinteressado do poder e a democracia não existe sem o governo pelo povo.

Tristes tempos em que – mesmo diante da ausência de qualquer instrumento de controle do poder – a autoproclamação da honestidade e da transparência constituem bandeiras de gestão para uma entidade. Mas o que deveria ser pressuposto revela apenas uma atenção maior com a forma e a aparência das coisas, pois ainda hoje, dentre tantas mazelas, somos brindados com a velha prática de EDIÇÕES ESPECIAIS da "Revista da OAB" com dezenas de fotos do candidato oficial nas vésperas da eleição. Mas é apenas mais um dentro de um sistema que gerou e segue gerando dividendos de toda natureza para um seleto grupo de pessoas que se alternam em duas facções de uma mesma autocracia, incluindo "rompimentos" de última hora e mudanças de lado com o propósito de continuar dentro da "máquina". Uma estrutura que gerencia milhões de reais arrecadados compulsoriamente dos advogados e que ignora o sentido republicano de um controle externo de contas.

A ausência de critérios universais para a indicação do quinto constitucional é outro motivo de constrangimento público para a advocacia e contrasta com o silêncio dos dirigentes e correligionários postulantes ao título de magistrados diante das violações diárias das prerrogativas profissionais no Foro e do aviltamento dos honorários profissionais e do mercado de trabalho do advogado.

Todos esses fatos têm uma origem comum: o sistema de partido único que vigora nos conselhos da entidade, onde a Chapa que recebe o maior número de votos na eleição, quase sempre uma fração inferior a maioria da totalidade dos eleitores, administra sozinha os interesses da advocacia. O propósito de exclusão dos advogados e advogadas do quotidiano da entidade fica ainda mais evidente diante do medo do voto direto e do sistema de concílio adotado para a escolha do Presidente Nacional, pois a cada três anos um novo dirigente é apresentado para todos sem ter havido a participação da advocacia na sua escolha.

É manifesta a ausência de identidade com as concepções democráticas de gestão da coisa pública e do ideário republicano, definidoras da própria consciência pública e do bem comum, o que foi construído no curso da experiência histórica brasileira. A OAB vive no espectro da República Velha. A negação dos valores da isonomia, da cidadania, do pluralismo político e da ordem democrática, consagrados na Constituição Federal e no Estado Democrático de Direito, revelam o descompasso da OAB com o conjunto da profissão e dos princípios constitucionais que regem a república.

É URGENTE UMA REFORMA INSTITUCIONAL NA OAB PARA QUE SEJAM IMPLANTADAS ELEIÇÕES DIRETAS PARA PRESIDENTE NACIONAL DA ENTIDADE E PROPORCIONALIDADE ENTRE OS DIVERSOS SEGMENTOS DE OPINIÃO DA PROFISSÃO NA COMPOSIÇÃO DOS CONSELHOS SECCIONAIS E DO CONSELHO FEDERAL.

O Brasil precisa da OAB e a advocacia precisa de uma entidade democrática para zelar pela profissão e bem servir ao país.

Participe! O Movimento MUDA OAB – Chapa 3 – conta com o teu apoio.

VOTE PARA MUDAR! VOTE CHAPA 3: MUDA OAB!

*Carta de princípios do Movimento Muda OAB (Decálogo da Mudança).

Fonte: sítio da Chapa Muda OAB: http://www.mudaoab.com/index.php

(Edição e grifos deste blog)

08 novembro 2009

Poema

















MADRIGAL À CIDADE DE SANTIAGO

Chove em Santiago
meu doce amor.
Camélia branca do ar
brilha sombria ao sol.

Chove em Santiago
na noite escura.
Ervas de prata e de sonho
cobrem a vadia lua.

Olha a chuva pela rua,
queixa de pedra e cristal.
Olha no vento esvaído
sombra e cinza do teu mar.

Sombra e cinza do teu mar
Santiago, longe do sol;
Água da manhã antiga
treme no meu coração.

Federico Garcia Lorca
(Seis Poemas Galegos)

Acenda Meu Fogo




The Doors - Light My Fire

07 novembro 2009

Carta











Carta a um jovem internauta


*Por Frei Betto

Sei que você passa longas horas no computador navegando a bordo de todas as ferramentas disponíveis. Não lhe invejo a adolescência. Na sua idade, eu me iniciava na militância estudantil e injetava utopia na veia. Já tinha lido todo o Monteiro Lobato e me adentrava pelas obras de Jorge Amado guiado pelos "Capitães de areia".

A TV não me atraía e, após o jantar, eu me juntava à turma de rua, entregue às emoções de flertes juvenis ou sentar com meus amigos à mesa de uma lanchonete para falar de Cinema Novo, bossa nova – porque tudo era novo – ou das obras de Jean Paul Sartre.

Sei que a internet é uma imensa janela para o mundo e a história, e costumo parafrasear que o Google é meu pastor, nada me há de faltar...

O que me preocupa em você é a falta de síntese cognitiva. Ao se postar diante do computador, você recebe uma avalanche de informações e imagens, como as lavas de um vulcão se precipitam sobre uma aldeia. Sem clareza do que realmente suscita o seu interesse, você não consegue transformar informação em conhecimento e entretenimento em cultura. Você borboleteia por inúmeros nichos, enquanto sua mente navega à deriva qual bote sem remos jogado ao sabor das ondas.

Quanto tempo você perde percorrendo nichos de conversa fiada? Sim, é bom trocar mensagens com os amigos. Mas, no mínimo, convém ter o que dizer e perguntar. É excitante enveredar-se pelos corredores virtuais de pessoas anônimas acostumadas ao jogo do esconde-esconde. Cuidado! Aquela garota que o fascina com tanto palavreado picante talvez não passe de um velho pedófilo que, acobertado pelo anonimato, se fantasia de beldade.

Desconfie de quem não tem o que fazer, exceto entrincheirar-se horas seguidas na digitação compulsiva à caça de incautos que se deixam ludibriar por mensagens eróticas.

Faça bom uso da internet. Use-a como ferramenta de pesquisa para aprofundar seus estudos; visite os nichos que emitem cultura; conheça a biografia de pessoas que você admira; saiba a história de seu time preferido; veja as incríveis imagens do Universo captadas pelo telescópio Hubble; ouça sinfonias e música pop.

Mas fique alerta à saúde! O uso prolongado do computador pode causar-lhe, nas mãos, lesão por esforço repetitivo (ler) e torná-lo sedentário, obeso, sobretudo se, ao lado do teclado, você mantém uma garrafa de refrigerante e um pacote de batatas fritas...

Cuide sua vista, aumente o corpo das letras, deixe seus olhos se distraírem periodicamente em alguma paisagem que não seja a que o monitor exibe.

E preste atenção: não existe almoço grátis. Não se iluda com a idéia de que o computador lhe custa apenas a taxa de consumo de energia elétrica, as mensalidades do provedor e do acesso à internet. O que mantém em funcionamento esta máquina na qual redijo este artigo é a publicidade. Repare como há anúncios por todos os cantos! São eles que bancam o Google, as notícias, a wikipédia etc. É a poluição consumista mordiscando o nosso inconsciente.

Não se deixe escravizar pelo computador. Não permita que ele roube seu tempo de lazer, de ler um bom livro (de papel, e não virtual), de convivência com a família e os amigos. Submeta-o à sua qualidade de vida. Saiba fazê-lo funcionar apenas em determinadas horas do dia. Vença a compulsão que ele provoca em muitas pessoas.

E não se deixe iludir. Jamais a máquina será mais inteligente que o ser humano. Ela contém milhares de informações, mas nada sabe. Ela é capaz de vencê-lo no xadrez – porque alguém semelhante a você e a mim a programou para jogar. Ela exibe os melhores filmes e nos permite escutar as mais emocionantes músicas, mas nunca se deliciará com o amplo cardápio que nos oferece.

Se você prefere a máquina às pessoas e a usa como refúgio de sua aversão à sociabilidade, trate de procurar um médico. Porque sua auto-estima está lá embaixo e o computador não haverá de encará-lo como se fosse um verme. Ou sua auto-estima atingiu os píncaros e você acredita que não existem pessoas à sua altura, melhor ficar sozinho.

Nas duas hipóteses você está sendo canibalizado pelo computador. E, aos poucos, se transformará num ser meramente virtual. O que não é uma virtude. Antes, é a comprovação de que já sofre de uma doença grave: a síndrome do onanismo eletrônico.

*Frei Betto (foto) é escritor, autor dos livros 'Fidel e a Religião', 'Batismo de Sangue', 'Aquário Negro', entre outras obras.

(Fonte: Correio da Cidadania)

06 novembro 2009

Angie




Angie - Rolling Stones

*Da série 'do baú'

Fracassa acordo em Honduras















Gobierno constitucional declara fracaso en acuerdo de Tegucigalpa

Tegucigalpa/Honduras - Telesur - El presidente constitucional de Honduras, Manuel Zelaya, declaró fracasado el Acuerdo Tegucigalpa/San José con el que se pretendió poner fin a la crisis política en el país centroamericano, el pronunciamiento se produce luego de la conformación unilateral de un supuesto Gobierno de Unidad y Reconciliación por parte del régimen de facto hondureño.

En declaraciones a la radio local desde la embajada de Brasil en Tegucigalpa, la capital hondureña, Zelaya rechazó que sea Micheletti el que presida el intento de Gobierno de coalición, ya que en su condición de golpista no es reconocido como gobernante de Honduras y su régimen de facto es objeto de sanciones económicas por parte de la comunidad internacional.

"No puede presidir un Gobierno de Unidad y Reconciliación un presidente de facto que nadie lo ha reconocido en el mundo", dijo Zelaya a la radio Globo.

El legítimo jefe de Estado de Honduras emitió estas declaraciones luego de que el representante de su gobierno, Jorge Arturo Reina, anunciara el fracaso del acuerdo.

Reina, en declaraciones a la prensa durante la madrugada de este viernes, luego de vencido el plazo para la creación de la coalición gobernante de conciliación, anunció que el Gobierno constitucional daba por fracasado el acuerdo.

Reina expresó el rechazo del Gobierno constitucional hondureño sobre el anuncio realizado unos minutos antes por Micheletti, quien decretó la conformación del Gobierno de Unidad y Reconciliación, aún cuando el gobernante legítimo de Honduras, Manuel Zelaya, no ha sido restituido en su cargo, otro punto específico contenido en el referido acuerdo.

La conformación unilateral de la coalición conciliadora fue catalogada por Reina como una falta de voluntad del régimen de facto para cumplir con el acuerdo Tegucigalpa/San José, firmado por ambas partes (constitucionales y golpistas) la semana pasada.

"Con esto se manifiesta la falta de voluntad para cumplir la letra y el espíritu del acuerdo, desconociendo la propuesta del plan Arias, las resoluciones de la Organización de Estados Americanos (OEA) y de la Organización de las Naciones Unidas (ONU)", dijo Reina.

"Declaramos fracasado el Acuerdo por el incumplimiento del régimen de facto del compromiso de que en esta fecha debería estar organizado e instalado el Gobierno de Unidad y de reconciliación nacional, el que por Ley debe ser presidido por el presidente electo por el pueblo de Honduras, José Manuel Zelaya Rosales", añadió el representante de Zelaya.

Además leyó un documento de siete puntos, entre los que pidieron impedir que el pueblo de Honduras sea defraudado con la realización de elecciones fraudulentas, en referencia al proceso electoral que los golpistas prevén realizar el próximo 29 de noviembre.

Puntos de documento:

1.- No estamos dispuestos a perder los derechos del pueblo legitimando este golpe de Estado.

2.-No aceptamos que se materialice la sociedad y que el presidente de Honduras se anombrado en las cúpulas de las Fuerzas Armadas.

3.- La democracia es un bien supremo de la sociedad y el único camino para enfrentar los problemas de la tercera economía más pobre de Latinoamérica, por lo que no estamos dispuestos a permitir que se nos robe, con este tipo de trampas, nuestra democracia.

4.- La violación permanente a los derechos humanos, la cancelación de las libertades públicas y la confiscación de medios de comunicación, igual que la situación del presidente electo por el pueblo, rodeado por sus militares en la sede diplomática de Brasil y la persecución política, es la prueba más evidente de la preparación de un gran fraude político-electoral para el 29 de noviembre.

5.- Anunciamos nuestro total desconocimiento en este proceso electoral y a los resultados de los vicios antes mencionados. Elecciones bajo dictadura son un fraude para el pueblo.

6.- Invitar, de manera inmediata, a los cancilleres de la OEA a que se pronuncien sobre lo que acontece en el gobierno legítimamente electo por el pueblo hondureño y continúen la condena y el desconocimiento del régimen de facto.

7.- Agradecemos al pueblo, al apoyo brindado por la comunidad internacional, a la OEA, al secretario Insulza, al ex presidente de Chile, Ricardo Lagos Escobar, a la ministra del Trabajo del Gobierno de Estados Unidos, señora Hilda Solís.

Gobierno constitucional no encubrirá fraude

Además, Reina aseguró que "el gobierno electo por el pueblo no se prestará a encubrir, con apariencias, la ilegalidad profunda que encierra el golpe de Estado y la criminal conducta que se desempeña sobre el pueblo de Honduras y que se prepara como un gran fraude electoral".

Resaltó que el Gobierno de Unidad y Reconciliación debía ser encabezado por Zelaya, quien es el mandatario que los hondureños eligieron, quien fue separado de su cargo a través de un golpe de Estado el pasado 28 de junio.

En ese sentido, aseguró que ese proceso de reconciliación fue parte de una maniobra del régimen de facto, mientras que fue tomado en serio por parte del gobierno constitucional de Zelaya.

"Todo el proceso de reconciliación, al tiempo que era tomado con seriedad profunda por el gobierno del presidente constitucional Manuel Zelaya, era una pantomima de los golpistas", dijo Reina.

Asimismo adelantó que "ahora se hará un examen completo de la situación, para determinar una conducta que lleve a impedir que el pueblo de Honduras sea defraudado con una elecciones fraudulentas, en las cuales creímos que podíamos convenir para que fuesen limpias.

*Fonte: http://www.telesurtv.net/

04 novembro 2009

Coluna C&A



















Crítica & Autocrítica – nº 60

* Meio ambiente gaúcho em alerta! Agora o ataque se concentra na legislação ambiental, e vem através das propostas contidas no PL 154, de autoria do deputado peemedebista Edson Brum. A relatoria do mesmo é do deputado Marquinhos Lang, do Democratas (ex-PFL), e já está na Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da AL, com parecer ‘favorável’.

* O professor Paulo Brack, do Departamento de Botânica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), faz gravíssima denúncia sobre a política de extermínio da legislação ambiental e outros crimes ecológicos realizados pelo governo gaúcho, sob a batuta da governadora Yeda Crusius: “O setor ambiental está sofrendo uma pilhagem no Rio Grande do Sul. O Estado, na área ambiental, deveria responder às demandas da sociedade e não apenas as de um grupo de empresas. Os técnicos da área ambiental não conseguem fazer nada e são pressionados a emitir licenças para obras sem estudo de impacto ambiental prévio. O cenário é bizarro e marcado pela truculência.”

*Denuncia ainda o professor que desde o governo Germano Rigotto (2003-2006), a área ambiental do Estado foi loteada entre políticos do PSDB, numa espécie de prêmio de consolação para candidatos que não tinham sido eleitos. Já passaram pela secretaria o deputado estadual Adilson Troca, o ex-chefe da Casa Civil, José Roberto Wenzel e o candidato a deputado não eleito Mauro Sparta. “Cada um deles ficou cerca de um ano na Secretaria, sem nenhuma política consistente. No governo Yeda, a situação se agravou ainda mais”.

*Ressalta Paulo Brack que “em abril de 2007 ocorreu uma intervenção branca na área ambiental do Estado para favorecer as grandes empresas de celulose, rompendo as barreiras do zoneamento que tinha sido elaborado pelos técnicos da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). A partir daí, o governo decidiu simplesmente afastar qualquer técnico ou administrador que pudesse ser um obstáculo a essa tendência de liberação total de empreendimentos. Em 2008, exemplifica, apenas 0,4% dos pedidos de licenciamento foram recusados. “Isso vai contra toda necessidade de obedecer ao sistema nacional de meio ambiente e suas leis”. (Vide matéria completa postada originalmente no blog RS Urgente, repercutida neste blog em 27/10/09).

* A Assembléia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente (APEDEMA-RS) lançou uma ação via internet para lotar as caixas de correspondência dos deputados da comissão com mensagens de protesto e indignação contra as mudanças propostas pelo PL 154. (...)

* PED (Processo de Eleições Diretas) do PT será no próximo dia 22. As direções nacional, estaduais e municipais serão, pelo menos em tese, renovadas.

*Aliás, a renovação no partido é mais do que necessária, mas não só das pessoas: sobretudo das políticas e dos métodos utilizados por essas direções, na busca dos valores outrora tão caros aos petistas, como o da solidariedade, da coerência nas alianças, da combatividade e da ética, por exemplo.

* Algüém já disse que o governo (Lula) vai bem, mas o partido ... o partido... tem problemas, e sérios... E isso não é um fenômeno localizado, é quase que geral. Lamentavelmente.

* A bem da verdade, um dos (poucos) avanços que houve no último período, e que inclusive foi saudado por este blogueiro, foi a criação do Código de Ética do PT. Só que muitos dirigentes ainda o ignoram solenemente. Exemplo disso é o acúmulo de cargos nas Direções Executivas Municipais com funções de CCs em alguns municípios onde o PT é governo. Isso é vetado pelo novo Código de Ética Petista. Sem falar em denúncias de outras práticas não muito republicanas que nos tem chegado com preocupante regularidade... não muito diferente dos partidos tradicionais que sempre criticamos.

* Preocupado com essa série de desvios, com o burocratismo e excesso de pragmatismo (e com algumas cositas mas, como por exemplo, com os lamentáveis vetos e boicotes à companheiros históricos que tinham muito à contribuir para qualificar nossos governos, mas que estão sendo solenemente escanteados por aqueles a quem ajudaram a eleger, que preferem governar com os cristãos novos e aliados pouco recomendáveis política e eticamente) e para ajudar a reoxigenar a discussão (interna e externa), é que encaminhei em setembro passado à Direção Estadual, incentivado por um pequeno - mas fiel - grupo de companheiros, meu pedido de inscrição como pré-candidato à deputado estadual pelo PT. À exemplo do que fiz em 1990, quando fui candidato à deputado federal, lançado pela Regional Fronteira Oeste do PT.

* É, talvez neste momento, uma das contribuições políticas mais concretas que posso dar. Mas ainda estou refletindo sobre isso. Então, 'bola pra frente'; como diz a famosa frase de Pompeu: "Navigare necesse; vivere non est necesse", cantada magistralmente por Fernando Pessoa: ‘Navegar é preciso... viver... não é preciso’.

* Semana passada estive conhecendo a sede do Consórcio Sinos, em São Leopoldo, atendendo convite do Secretário Executivo do Consórcio, meu companheiro e amigo Júlio Quadros. Atualmente, preside o Consórcio Sinos (integrado pela maioria dos municípios da região metropolitana) o prefeito de São Leopoldo, Ari Vanazzi (PT).

* Conheço o Júlio de longa data. Tive o prazer de militar com ele desde os anos 90, no Diretório Estadual do PT. E, mais recentemente, durante quatro anos, trabalhamos juntos na CGTEE, que ele presidiu com dedicação e competência, saindo para concorrer à deputado estadual nas últimas eleições.

* Júlio Quadros foi também presidente do PT/RS, em cuja gestão ocorreu a histórica vitória de Olívio Dutra (Frente Popular) para o governo do Estado. É candidatíssimo à deputado estadual nas eleições de 2010. Atualmente, é o 1º suplente da bancada estadual do PT/RS. (...) (Por Júlio Garcia, especial para ‘O Boqueirão’)

*Crítica & Autocrítica - 'coluna eletrônica' que publico (i)regularmente no Blog 'O Boqueirão' - Leia a coluna completa em: http://oboqueirao.zip.net/

03 novembro 2009

Carente...


















Mensagens para FHC

*Por Emir Sader

FHC está carente. Já no segundo turno das eleições presidenciais de 2006, para tentar, desesperadamente, não perder, Alckmin tinha renegado as privatizações e outras proezas do governo FHC. Agora Roberto Freire quer passar a idéia de que a política econômica de Serra não seria a mesma de FHC. Na mesma linha, sabendo que a inevitável comparação entre os oito anos do governo de FHC com os oito anos do governo Lula, será devastadora para o bloco tucano-demo, Aécio diz que nao será anti-Lula, mas pós-Lula.

Toda essa tentativa de fazer como se o governo FHC não tivesse existido ou que não tivesse nada a ver com os mesmos partidos opositores de hoje, deixa FHC carente.

Mandem uma mensagem para FHC.

A minha é: prepare o balanco do seu governo, para confrontá-lo com o do governo Lula e deixe o povo decidir que futuro quer para o Brasil.

Mandem vocês as mensagens, aqui todo muito diz o que quer. Mandem, ele merece.

*Do Blog do Emir (Ag. Carta Maior - http://www.cartamaior.com.br)

02 novembro 2009

Projeto Pacificar










UniRitter lança Projeto Pacificar - Mediação de Conflitos Fundiários Urbanos

Evento terá conversa com Jacques Távora Alfonsin (foto), membro da ONG Acesso, Cidadania e Direitos Humanos.

Originado de edital da Secretaria da Reforma do Judiciário, do Ministério da Justiça, o Projeto Pacificar, voltado ao fomento de práticas de mediação de conflitos no âmbito do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI), corresponde a atividade de extensão interdisciplinar, com atuação conjunta do UniRitter e da Prefeitura Municipal de Canoas, com foco na mediação de conflitos fundiários urbanos. O projeto, que no Centro Universitário é coordenado pela Profª. Larissa Veri Boratti, do Curso de Direito, terá lançamento oficial no dia 4 de novembro, a partir das 10h, no Auditório San Thiago Dantas do campus Canoas do UniRitter.

Para o projeto serão selecionados sete alunos bolsistas para integrar as atividades. Podem participar acadêmicos matriculados regularmente nos Cursos de Direito, Pedagogia e Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Ritter dos Reis, a partir do 2º semestre, que terão dedicação de 20h semanais e que deverão realizar curso de capacitação a ser promovido em breve.

Programação do evento:

10h - Lançamento do Projeto Pacificar – Mediação de conflitos fundiários urbanos
Representantes: UniRitter e Prefeitura Municipal de Canoas

10h30min - Mediação de conflitos fundiários urbanos - Jacques Távora Alfonsin – Procurador de Justiça aposentado e Membro da ONG Acesso, Cidadania e Direitos Humanos

11h - Produção de irregularidades urbanas - Professor Luiz Antonio Bolcato Custódio, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do UniRitter

Público-alvo: Acadêmicos dos Cursos de Arquitetura e Urbanismo, Direito e Pedagogia do UniRitter, a partir do 2º semestre.

Mais informações e inscrições: setor de Atividades Complementares (Sala 100) - campus Canoas ou pelo fone (51) 3464-2025. (Por Andréa Lopes, do sítio do UniRitter)

*Edição e grifos deste blog

29 outubro 2009

Plegaria a un labrador



Victor Jara & Quilapayún - Chile - 1968

A 'Segurança Pública' no RJ








‘Rio virou um laboratório de técnicas genocidas’


Toda a grande mídia tem dado vasto destaque nas últimas duas semanas à "escalada da violência" no Rio de Janeiro. Mas há sempre o questionamento acerca do quanto isso chega a ser um acontecimento fora do comum.

Além do mais, há pouca possibilidade de uma análise mais sóbria, que fuja da idéia de que há um confronto entre as forças da lei e as forças do crime. Muitos especialistas, defensores dos direitos humanos, entidades e militantes apontam que há complicações mais profundas na política de segurança que se acostumou a aplicar no Brasil atual.

É o caso da socióloga Vera Malaguti Batista. Militante acadêmica do Instituto Carioca de Criminologia, ela defende teses muito diferentes, quando não opostas, às que estão implícitas no discurso predominante da grande mídia, que com suas análises apenas colabora em formar um consenso generalizado na população. (Valéria Nader)


Correio da Cidadania: Como você analisa a atual política de segurança pública do Rio de Janeiro? Pode ser classificada como adequada?

Vera Malaguti: Lembrando uma polêmica que aconteceu um tempo atrás entre Marta Suplicy e Joel Rufino dos Santos: a Marta dizia que a esquerda precisava de uma política de segurança pública e o Joel Rufino disse que política de segurança pública é coisa da direita, e que a esquerda precisa mesmo é de política de Direitos Humanos. Há uma grande discussão em torno disso, que redundou em um fracasso, no chamado ‘realismo de esquerda’, na idéia de que a esquerda tinha de praticar uma política de segurança pública mesmo sem ter derrotado o capitalismo. Acabou dando o que deu na Europa, nos Estados Unidos. A esquerda contribuiu para a expansão do sistema prisional neoliberal; a esquerda começou a assimilar, a dar a mesma resposta da mídia, e para a mídia, ao invés de desconstruir o conceito de segurança pública no sentido de lei e ordem. Contribuiu para essa gestão criminal da pobreza, ao discurso que prega o ordenamento dos deserdados da ordem neoliberal.

Hoje, vemos um monte de sociólogo – e eu posso falar porque sou socióloga também – fazendo projetinho de segurança pública. É uma vergonha o que está acontecendo no Rio de Janeiro, eu olho o jornal e não acredito na quantidade de pessoas aplaudindo essa aliança entre o governo do estado do Rio e o governo federal. Eu entendo aliança eleitoral em função da governabilidade, sou muito compreensiva com as dificuldades de governabilidade do governo Lula, mas tudo tem limite ético. Acho que o governo federal apoiar essa política de segurança truculenta do Rio de Janeiro é perder o rumo da História. São muitos equívocos, tem ministro da Justiça pedindo fim da progressão...

A esquerda tem medo do lúmpen e há uma má compreensão da questão criminal pela teoria marxista. É preciso parar de contribuir com a implementação da ordem neoliberal e começar a proteger os pobres do massacre.

Vi um levantamento que aponta que desde o começo de 2007 houve 21 mil homicídios no Rio de Janeiro. A polícia do Rio mata, com aplausos da imprensa, da elite e de parte do mundo acadêmico e da esquerda, 1300 pessoas por ano – e isso são os números oficiais!

Acho que esse governo do estado do Rio de Janeiro trabalha em um tripé de negócios privados, grande mídia e segurança pública. Não tem projetos de política pública.

CC: Há uma ligação entre a propalada escalada da violência e a escolha do Rio para sediar os Jogos Olímpicos?

VM: A mídia fala de explosão de criminalidade porque legitima essas políticas tenebrosas, exterminadoras, truculentas. Com a luta de classes nesse capitalismo de barbárie, a violência não aumenta só no Rio de Janeiro, é o modelo econômico que gera violência, os últimos episódios demonstraram: há uma visão de segurança pública baseada numa ideologia apartadora à la Bush. Há um conflito social, apela-se para a indústria bélica e essa indústria se aquece. Isso produz o discurso jurídico do Inimigo, alguém que pode ser torturado, exterminado, alguém cujas famílias vão pagar também.

Quando o secretário de segurança fala que os últimos eventos foram "nosso 11 de setembro", há também uma tentativa da imprensa de esconder a qualificação desse debate, fica sempre naquele papo da "escalada de violência".

Houve um coronel, além de várias outras pessoas que entendem de polícia, que disse ser um absurdo usar helicóptero da maneira como se vem usando. Ali não tem confronto, é extermínio, homicídio. Nenhuma polícia do mundo usa helicóptero daquele jeito, isso faz parte de uma ideologia de guerra, inspirada nos modelos de apartação mais questionados no mundo contemporâneo. Um sistema que produz o policial matador.

Aí a elite fica espantada quando vê dois policiais passando por cima de um cara agonizando para roubar seu casaco, seu tênis. Ora, para o cara que mata cinco, que mata vinte, o que é roubar para ele? A polícia vai punindo, torturando, roubando, saqueando.

É o que acontece quando você dá todo poder à polícia, não há freios democráticos. O governador disse que a polícia não tem política, pois, para ele, política é só a troca de favores, a barganha e negociação de cargos.

É a naturalização da morte. Isso expõe tremendamente o policial também, afeta muito a vida dele, da família dele, tem muito sofrimento. Precisamos de um grande movimento com as mães dos meninos mortos, dos policiais, contra a naturalização da morte.

CC: Há alguma chance de os problemas serem, pelo menos em parte, resolvidos até as Olimpíadas?

VM: Temos que botar pra correr quem está gerindo a cidade e o estado – e essa mentalidade dos grandes negócios esportivos, da concentração das multinacionais. É preciso fazer das Olimpíadas um grande projeto para o povo.

Veja como foi o Pan-americano, todo dia tinha massacre no Morro do Alemão. Teve dia que chegaram a 20 mortos. E a grande pergunta tinha de ser: estão derrotando o tráfico? Os dirigentes da segurança pública dizem que está tudo no Alemão, então aquela matança não serviu pra nada. O Pan-americano não trouxe nada para o Rio, apenas alguns investimentos milionários, todos concentradíssimos. Proporcionou muitas viagens para governadores, dirigentes, políticos. E o Maracanã hoje não tem mais vendedor ambulante, flanelinha... essas pessoas são presas, a pobreza é tratada como sujeira.

E o Rio virou um laboratório de técnicas genocidas. Daqui até 2016, esperamos derrotar esse pessoal (que está hoje nos governos municipal e estadual).

CC: Ou seja, os conflitos vão se acirrando, a temperatura só tende a subir...

VM: Veja só, a mesma indústria que vai vender o helicóptero blindado vende a arma que derruba o helicóptero blindado. São redes econômicas. As favelas são punidas como um todo, mas vai sobrar para todo mundo, inclusive para os ricos. Uma elite matadora sofre com os efeitos disso também. 

CC: Há alguma ligação ou similaridade entre a atuação das facções criminosas do Rio e do PCC em São Paulo e entre as políticas de segurança dessas duas cidades?

VM: Acho que não. O que há em comum, e não só no Rio e em São Paulo, mas na Bahia e em outros lugares onde isso está começando, é que todas as facções são fruto do sistema penitenciário. A mistura de crimes hediondos, a legislação do direito penal do inimigo e o neoliberalismo produziram essa loucura.

Todos os grandes líderes entraram no sistema prisional por pequenos delitos e foram se barbarizando. Cada vez que eles têm menos expectativa de sair da prisão, de encontrar acolhimento, isso aumenta. A pauta da esquerda tinha de ser prender menos, amparar as redes de familiares de presos, estabelecer mais comunicação de dentro para fora da prisão, para acabar com essa idéia de que quem está fora é o cidadão de bem – essa expressão que a gente ouve tanto – e dentro da prisão está ‘O Mal’.

É preciso romper com essa política estadunidense proibicionista das drogas. Não se pode trabalhar uma questão de saúde pública pela legislação penal. Vários países já começaram a se desgarrar dessa política que começou com o Nixon e foi ao auge com Reagan. Temos que parar de querer resolver a conflitividade através da pena, do sistema penal.

*Valéria Nader, autora desta entrevista, é jornalista do Correio da Cidadania - http://www.correiocidadania.com.br

28 outubro 2009

1ª CONFECOM


















As propostas da CUT para construir direitos e cidadania na comunicação

*Por Rosane Bertotti

Os meios de comunicação encontram-se cada vez mais presentes, pautando a nossa agenda, formatando consciências e padrões de comportamento. Tamanha capacidade de influenciar decisões tem sido potencializada pelos avanços tecnológicos. São mudanças profundas que apontam para a necessidade de um novo marco regulatório para o setor.

A construção de um novo sistema de comunicação deverá ter como centro o interesse público e a garantia de direitos civis, sustentado por órgão regulador que tenha incidência sobre o conjunto das questões, inclusive as de conteúdo. Para ser consequente, a reformulação das leis e normas existentes, e a elaboração de novas, deve abranger o sistema de telefonia, cabo, celular, novas tecnologias e formas de comunicação propiciadas pela era digital.

Neste momento de avanço e superação, um dos maiores obstáculos - talvez o maior - à democratização das comunicações no Brasil, lembra o professor Venício Lima, tem sido a dificuldade histórica de grande parte da população em compreender a mídia como um poder e a comunicação como um direito. Entender a complexidade deste embate, e dos interesses contrariados em jogo, é chave: e desta tomada de consciência depende muito o que está por vir.

Com esta compreensão e compromisso, a CUT está mobilizando as suas bases para intervir no processo da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), remarcada pelo governo federal para os dias 14, 15, 16 e 17 de dezembro, defendendo as seguintes propostas:

1. Mudanças nos processos de concessões de rádio e TV

Hoje os critérios para novas concessões privilegiam os aspectos econômicos e o processo de sua renovação é praticamente automático. É preciso definir critérios transparentes e democráticos para concessões e renovações, a fim de garantir diversidade e pluralidade de conteúdo. Também é necessário estabelecer mecanismos de participação da sociedade no processo de outorga e renovação das concessões públicas, que hoje é de 15 anos para as TVs e 10 anos para as rádios.

O fato é que, apesar da Constituição de 88 ter colocado o Congresso Nacional como co-responsável pelas concessões e renovações, isso não está sendo efetivado. Assim, as concessões têm sido aprovadas automaticamente, às vezes pelo próprio proprietário, investido de poder parlamentar responsável pelo julgamento.

2. Regulamentação dos artigos 220, 221 e 223 da Constituição Federal

A Constituição prevê mecanismos de defesa contra programação que atente ao estabelecido no texto constitucional, proíbe a concentração abusiva dos meios de comunicação, garante espaço para a produção regional e independente, e estabelece a complementaridade dos sistemas (público, privado e estatal). Contudo, esses artigos estão há mais de 20 anos sem sair do papel. A Confecom deve definir as bases para essa regulamentação.

3. Fortalecimento do sistema público de comunicação e fomento a rádios e TVs comunitárias

É preciso estabelecer uma política de fomento aos meios públicos e comunitários, com espaço para essas emissoras no espectro analógico e digital, instrumentos de gestão democrática e mecanismos que viabilizem sua sustentabilidade, com a construção de um fundo público para seu financiamento.

4. Estabelecimento de políticas e de mecanismos de controle público de comunicação

Hoje o cidadão não tem como se defender de violações e abusos praticados pela mídia, não tem direito a participar, construir ou definir as políticas públicas de comunicação. Depois da revogação da Lei de Imprensa, perdeu-se até a regulamentação do direito de resposta, garantido pela Constituição. É preciso construir instrumentos que permitam a todos incidirem sobre essas questões.

5. Universalização da banda larga e inclusão digital

O acesso à internet é fundamental para ampliar o direito à informação e à comunicação, o que reforça a necessidade de uma política pública para garantir a universalização da banda larga e da inclusão digital. Embora o número de usuários seja crescente, o acesso residencial ainda depende do "mercado", o que exclui milhares de municípios e faz com que as tarifas brasileiras estejam entre as mais caras do mundo devido à privatização/desregulamentação das teles. Daí a necessidade de transformar a banda larga em serviço prestado em regime público, com o uso do FUST (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicação). É preciso também garantir a acessibilidade das pessoas com deficiência.

6. Horário Sindical

A exemplo do que já acontece com os partidos políticos, defendemos um espaço gratuito para as centrais sindicais nos programas de rádio e televisão, que deverá ser proporcional à sua representatividade.

*Rosane Bertotti é secretária Nacional de Comunicação da CUT e titular da Comissão Organizadora da Confecom

Fonte: sítio da CUT Nacional

27 outubro 2009

Meio Ambiente ameaçado...







RS: Deputados governistas querem flexibilizar legislação ambiental

O deputado Dionilso Marcon (PT), membro titular da Comissão de Agricultura Pecuária e Cooperativismo da Assembleia Legislativa, alerta que o PL 154/2009 que dispõe sobre o Código Estadual do Meio Ambiente do Estado, protocolado pela base do governo Yeda, não representa o pensamento dos deputados da Comissão. Segundo o deputado, o presidente da Comissão, Edson Brum (PMDB), simplesmente coletou nove assinaturas, exceto do PT e PSB, e protocolou o projeto, sem uma discussão profunda com a sociedade.

A proposta, segundo o petista, tenta flexibilizar toda a legislação ambiental do Estado do RS e se coloca em desacordo com a legislação federal, em especial no que diz respeito ao Código Florestal, garantindo igualdade entre a agricultura familiar e a agricultura empresarial. No atual Código Florestal Brasileiro a agricultura familiar tem tratamento diferenciado.

Marcon informa ainda que o projeto está tramitando rapidamente e, se aprovado, revogará o Código Estadual do Meio Ambiente, Código Florestal do Estado do RS, Organização do Sistema Estadual de Proteção Ambiental, Preservação do Solo Agrícola, Lei do Regramento de Corte de Capoeira que alterou o Código Florestal do RS, Lei que Instituiu o Sistema Estadual de Recursos Hídricos e a Lei que Dispõe sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos. “O PL, na forma que está, fará regredir a política ambiental do Estado, presente nessas sete leis estaduais em vigor”, destaca Marcon. (Por Kiko Machado, do sítio PTSul).

*Edição e grifos deste blog

**Leia mais sobre esse tema nos blogs http://oboqueirao.zip.net/ e http://rsurgente.opsblog.org/

26 outubro 2009

Eleições no Uruguai (III)












José 'Pepe' Mujica venceu 1º turno com 49,18% dos votos

Villaverde acredita que Mujica será eleito em novembro

Acompanhando as eleições gerais do Uruguai que aconteceram neste domingo (25), no país vizinho, onde os uruguaios votaram para escolher o presidente e o vice-presidente da República, deputados e senadores, e ainda responderam indagações plebicitárias sobre anistia e voto no exterior, o deputado Adão Villaverde (PT) afirma que a Frente Ampla, do candidato José Mujica, teve uma espetacular vitória sobre os dois tradicionais adversários, blancos e colorados, e deverá ser consagrada no segundo turno, em 22 de novembro.

Mujica teve 49,18% dos votos, com uma diferença percentual de mais de 20% sobre o segundo colocado do Partino Nacional (Blanco),o ex-presidente Luis Alberto Lacalle. Faltaram apenas 18.041 votos em um universo de cerca de 2,5 milhões para Mujica ser eleito já no primeiro turno.

A Frente Ampla consquistou, ainda, metade das 30 cadeiras no Senado e deverá ter maioria se vencer no segundo turno já que o vice presidente eleito é automaticamente empossado senador. Com 50 deputados, a Frente também terá forte representação majoritária na Câmara de Deputados que tem 99 cadeiras. "Agora, no segundo turno, o que está em jogo é se vão continuar os avanços de desenvolvimento econômico com inclusão social do governo da Frente Ampla, do presidente Tabaré Vázquez, ou se restaurará a lógica neoliberal que tanto prejudicou o país", diz o deputado,

Villaverde, que representa a bancada estadual do PT e está no Uruguai a convite do presidente da Frente Ampla, o ex-ministro da Educação, Jorge Brovetto, participou de jantar oferecido às delegações estrangeira no sábado ao chegar à capital uruguaia. No domingo, esteve acompanhando Pepe Mujica em agendas eleitorais no locais de votação da capital e à noite acompanhou, com a direção da sigla, a apuração no hotel NH Columbia. (Por André Pereira, do sítio PTSul).

O PiG não vê...













Serra faz campanha antecipada e o PIG não vê


Professor DiAfonso escreve:

Uma dúvida assaz incômoda tomou conta de mim. A questão se afigurou como existencial. Consultei Kierkegaard, Nietzsche, Heidegger e Sartre, mas tais figuras do pensamento filosófico não me trouxeram respostas. Sugeriram-me, como prova do amor que cada um sente pelo conhecimento, buscar resposta na sabedoria insofismável do filósofo PRAXUM, de Tiúma-PE, pois só ele teria o dom de sacar de mim esta angústia que me consumia.

Fui ao encontro de tão nobre inteligência no finalzinho de tarde. Encontrei-o sentado numa cadeira de praia, no centro de uma clareira. Pausadamente, aquele senhor que parecia não ter envelhecido tomava goles de aguardente ao mesmo tempo em que escutava, num desses equipamentos modernos e a bom som, Bachianas Brasileiras (n. 5, Ária - Cantilena) de Villa-Lobos e lia O LIVRO DOS ABRAÇOS, de Eduardo Galeano (presente do Cumpadi TERROR DO NORDESTE). Baixou um pouco o volume, olhou-me atentamente. Levantou-se e, em seguida, pediu-me para sentar na cadeira em que estava. De pronto, rejeitei tal cortesia. Ele voltou a cravar seus olhos (misto de agudez e ternura) nos meus. E, num átimo, lá estava o mestre PRAXUM sentando no mato ralo que infestava a clareira. Sentei-me meio a contragosto e esperei que o mestre se acomodasse. Ele, então, dirigiu as primeiras palavras:

- O que o atormenta, Caro Cumpadi? Pergunte-me e tentarei responder e sanar sua aflição.

- O José Serra não está fazendo campanha antecipada, ó grande mestre de Tiúma? Perguntei-lhe de chofre.

O mestre semicerrou suas amolecidas pálpebras e assim ficou. Minutos depois, abriu os olhos completamente e retorquiu:

- Saiu no PIG?

Com ar grave, disse-lhe:

- Nunca há menção a tais fatos.

Ele, então, replicou:

- Se não está no PIG, então não há razão para sua angústia, Caro Cumpadi.

- Como assim, Mestre?!?! - repliquei.

- Se não está no PIG é porque o Serra está fazendo isso, sim.

- Mas... Por que a imprensa não noticia? - Perguntei envolvido por uma ingenuidade que me envergonhou instantaneamente.

- Vejamos: a concessão dos meios de comunicação é pública. A elite mesquinha que nos assombra como fantasmas logrou obter tais privilégios, apropriou-se desses instrumentos e afronta o poder público e o povo, verdadeiros donos desses meios...

Tomou mais um gole de aguardente e pôs-se a falar de novo:

- Você, Caro Cumpadi, acredita na incompetência da mídia corporativa quando ela deixa de dar furos ou deixa de noticiar fatos de grande importância para o crescimento do país no governo do meu Cumpadi LULA? Interessa a eles revelarem os fatos como eles são?

- Não - respondi-lhe de imediato.

- Então, como dizemos por estas bandas do Nordeste, "Num si avexi, não!" Denuncie a falta de compromisso e a descarada desinformação publicada diuturnamente por esta mídia asquerosa. Aposse-se da Blogosfera... Lá é que se dará a batalha final. Agora, vá e compartilhe isso com seus amigos de jornada. Vá que eu ficarei por aqui... Ainda há muito que tomar, muito que escutar do grande Villa-Lobos e muito que aprender.

Levantou-se quase no mesmo instante que eu. Abraçou-me afetuosamente e voltou a sentar na cadeira de praia onde antes eu havia me sentado. Pôs mais uma dose, desta vez "láiga", e aumentou o som...

Quando voltei à estrada de acesso a Tiúma, ainda pude ouvir a Ária Cantilena entoada, magistralmente, pelo filósofo PRAXUM. Os raios solares começavam a se dissipar vorazmente...

***
*Professor DiAfonso, 'Cumpadi' pernambucano que edita o excelente blog 'Terra Brasilis': http://profdiafonso.blogspot.com/