11 novembro 2009
Blecaute
Descargas elétricas e temporais causaram o blecaute
Brasília/DF - Agência Brasil - O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou há pouco que o blecaute que atingiu 18 estados brasileiros na noite de ontem (10) foi provocado por raios, ventos e chuvas concentradas na região de Itaberá, no interior de São Paulo, que provocaram um curto circuito nas linhas de transmissão que partem de Itaipu.
A interrupção teria começado em três circuitos de Itaipu. De acordo com diretor do Operador Nacional no Sistema Elétrico (ONS), Luís Eduardo Barata, a pane acabou provocando o desligamento de mais dois outros circuitos de corrente contínua e de cerca de 15 outras linhas de transmissão como forma de proteger o sistema de transmissão e não danificar equipamentos.
O ministro disse que não há o que fazer para evitar novos apagões porque o que tinha que ser feito, ou seja, o reforço das linhas de transmissão, já foi feito nos últimos nove anos. Ele comparou o blecaute a uma acidente de avião ao dizer que “as máquinas são feitas para serem perfeitas, como o avião, que as vezes cai”.
Em alguns lugares, como Rio de Janeiro e São Paulo, o restabelecimento do fornecimento de energia chegou a demorar seis horas. No entanto, para o ministro Lobão, não houve demora. Ele argumentou que em alguns lugares o restabelecimento ocorreu em 15 minutos e o tempo médio ficou em três horas e meia – período que considerou razoável em comparação com outros blecautes ocorridos no Brasil e em outros países.
Lobão chegou a citar os blecautes ocorridos no leste dos Estados Unidos e no Canadá, em 2003, cujo tempo de restabelecimento chegou a quatro dias. No mesmo ano, segundo o ministro, a Itália chegou a ficar 24 horas sem energia elétrica.
O ministro disse ainda que não acredita que o blecaute tenha causado um clima de insegurança para os empresários e para os investidores estrangeiros em relação ao Brasil. “Não houve isso. Hoje a Bolsa de Valores operou em alta. Nós continuamos crescendo e vamos crescer ainda mais”, disse Lobão.
O ministro acrescentou que não acredita que o blecaute seja usado politicamente pela oposição para minar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Confio no espírito público dos deputados e senadores brasileiros.” (Luciana Lima)
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Líder do PT diz que não há risco de desabastecimento de energia
Brasília/DF - Em resposta aos pedidos da oposição, que protocolou hoje vários requerimentos cobrando explicações do governo sobre o blecaute ocorrido ontem (10), o líder do PT no Senado, Aloisio Mercadante (SP), afirmou que o país não corre nenhum risco de desabastecimento de energia e que a eficiência do sistema elétrico tem sido superior a 99% nos últimos anos.
“Do ponto de vista da oferta, não existe o risco de falta de energia. Não estou falando para o final deste governo. Não há o risco para os próximos três ou quatro anos. Mesmo o Brasil voltando a crescer, e voltará a crescer mais de 6% no ano que vem, não há nenhum problema de oferta de energia e a interligação do sistema garante o abastecimento do país”, disse Mercadante da tribuna do Senado.
De acordo com o petista, além da construção de usinas no Rio Madeira, houve expansão da estrutura de termoelétrica e das linhas de transmissão. “De 2003 até 2009, implantamos mais de 20 mil quilômetros de linhas de transmissão interligando todo o sistema e permitindo que, no futuro, o sistema interligado proteja a economia”, afirmou acrescentando que foram investidos mais de R$ 21,8 bilhões nessas obras.
Conforme dados apresentados pelo petista, a eficiência no fornecimento de energia no país foi de 99,9%, em 2007, 99,7%, no ano seguinte, e, até ontem, era de 100%, este ano. "Portanto, a interrupção é absolutamente marginal".
Ainda segundo o líder petista, foram investidos outros R$ 7,9 bilhões na instalação de 81,8 mil transformadores para dar sustentação à rede de transmissão. “Melhoramos a interligação do sistema, aumentando a oferta de energia”, acrescentou.
Mercadante também descartou comparações da situação atual à vivida durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. “Ninguém vai ser chamado amanhã cedo a desligar sua televisão, a ter que apagar luz da sua casa e ter que cortar o consumo de energia em 20%”, afirmou, lembrando o racionamento de energia adotado em 2001. (Ivan Richard, Agência Brasil)
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