18 janeiro 2010

Meio Ambiente








Gestão Ambiental, minha experiência

Júlio Quadros escreve:

Os episódios trágicos do começo do ano, em Angra dos Reis e em Agudo, evidenciam a necessidade de cada vez mais pensar-se em políticas públicas e privadas, ações governamentais ou da Sociedade Civil, no sentido de criar uma consciência ambiental e mecanismos de defesa e proteção ao meio ambiente.

Estas políticas podem ser desenvolvidas em órgãos que tratam diretamente da questão ambiental, mas não apenas por eles. Faço referência a dois espaços distintos da esfera pública que participei nos últimos anos.

O Consórcio Pró Sinos foi criado a partir da tragédia ambiental com a mortandade de aproximadamente um milhão de peixes em 2006, e que reúne hoje 22 prefeituras consorciadas. É presidido pelo Prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi. É um instrumento do presente e do futuro para a criação de consciência e de políticas públicas que integrem as prefeituras daquela região.

Aliás, o Consórcio de Saneamento Básico da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos - Pró Sinos assina dia 20 de Janeiro o contrato para realização de estudo sobre o Plano Regional de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos. Ao final deste estudo poderá ser apresentados programas de destinação e de reuso das mais de 500 toneladas de resíduos produzido em toda a região do Rio dos Sinos, que envolvem 32 municípios. Soluções importantes para o Meio Ambiente e o Rio dos Sinos, devem ser apresentadas ao final dos oito meses previstos neste contrato.

O Pró Sinos que é o primeiro consórcio público de saneamento básico, também desenvolve outros dois projetos: a elaboração do Plano de Bacias, que vai regular o uso da água e o Programa de Educação Ambiental, que procura ampliar a consciência ambiental entre educadores, alunos e sociedade civil organizada.

As Empresas públicas e privadas também têm papel na busca de soluções para a mitigação, redução dos impactos sobre a natureza.

Quando presidi a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica- CGTEE, além de coordenar programas importantes como o Luz para Todos e viabilizar a obra da Fase C de Candiota (que está em construção gerando mais de três mil empregos diretos), tivemos a dimensão ambiental presente.

Realizamos estudo entre CGTEE, Eletrobrás e Prefeitura Municipal de Porto Alegre, que resultou no chamado projeto ECOPARQUE. O Mesmo visava dar destino para mais de 600 toneladas de resíduo orgânico produzido por dia na cidade de Porto Alegre. Pelo mesmo, a reciclagem do mesmo geraria mais de 600 novos empregos, e transformaria o resíduo orgânico em compostagem e energia elétrica (através do gás metano). Na campanha da Prefeitura de Porto Alegre a deputada Maria do Rosário apresentou o projeto Lixo é Luz, que é uma versão do Ecoparque.

Também implementamos o programa das microalgas em Parceria com a CGTEE, Eletrobrás e Fundação Universidade do Rio Grande (FURG). O mesmo visava à captura do CO2 através de microorganismos (no caso microalgas). Tal projeto foi recentemente veiculado em canal fechado nacionalmente.

O Programa dos Quintais de Frutas Orgânicas, em parceria com a Embrapa, visando à segurança alimentar em comunidades indígenas quilombolas e de pequenos agricultores além de garantir o seqüestro de carbono. Aliás, este programa concedeu a Embrapa o 16º Prêmio Expressão de Ecologias nas categorias Tecnologias Socioambientais.Por fim lembro-me da caldeira multicombustível de São Jerônimo com processo de combustão em leito fluidizado borbulhante - instalada em parceria entre a CGTEE e a Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec), que entrou em operação queimando biomassa (cavaco de madeira e casca de arroz). A caldeira tem capacidade instalada de 1 MW e o projeto prevê a queima de vários tipos de combustíveis, que pode transformar São Jerônimo em usina de desenvolvimento de novas tecnologias.

Havendo vontade política e consciência ambiental é possível desenvolver legislação e programas que reduzam os impactos sobre a natureza e protejam o meio ambiente, a vida e o planeta.

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*Júlio Cesar R. de Quadros (foto) é jornalista, secretário-executivo do Consórcio Pró Sinos. É ex-presidente da CGTEE e do PT/RS.

**Fontes: http://oboqueirao.zip.net/ e
http://julioquadros13.blogspot.com/

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