05 novembro 2012

Uma homenagem a Carlos Marighella

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Mariguella



Há 43 anos, completados neste domingo, o Brasil perdia uma de suas maiores lideranças: Carlos Marighella era assassinado pelos agentes da ditadura militar em uma emboscada enquanto esperava companheiros na Alameda Casa Branca, na região dos Jardins em São Paulo.

Foram mais de 30 anos de vida dedicados à liberdade e a justiça para a nossa gente. Uma perda imensurável para todos nós. Deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), Marighella foi cassado, preso e barbaramente torturado pela ditadura Vargas.

Viveu a maior parte da vida na clandestinidade, sem nunca parar de lutar, nem de pensar o Brasil. Clara Charf, sua companheira e militante dos direitos humanos, concedeu uma entrevista em que conta histórias sensacionais dele e cuja leitura eu recomendo aqui no blog.

Morreu quando ia ajudar companheiros a sair do país

Felizmente, tive a honra de conhecê-lo em 1967. Ele estava na clandestinidade e era uma lenda para todos nós que lutávamos naquele período. Ele impressionava pela convicção e pela compreensão que tinha sobre o nosso país e o nosso povo. Fundou a Aliança Libertadora Nacional (ALN) e travou o combate, pagando com a vida, para que pudéssemos usufruir da liberdade e da democracia.

Neste domingo, mais uma vez, sua morte foi lembrada por dezenas de manifestantes que depositaram flores na Alameda Casa Branca, onde Marighella foi assassinado. O ato, como bem definiu Clara, é uma forma de desfazer as mentiras contadas pela ditadura.

Ela contou, ainda, que naquele 4 de novembro, Marighella tinha saído de casa para encontrar companheiros perseguidos políticos para ajudá-los a sair do país. “Nessa travessia, foi assassinado”. E como guerreira dos direitos humanos que é, Clara manifestou seu repúdio à onda de violência que assola o país como um todo.

A luta contínua por liberdade e democracia

“Nós sempre lutamos pela liberdade, pela igualdade, pela democracia, pela possibilidade de as pessoas seguirem sua vocação, de todos terem direito ao trabalho e ao lazer. E nos defrontamos com essa violência bárbara, que está acontecendo não só em São Paulo, como em outros Estados do Brasil”, afirma Clara.

Violência que tem resquícios na ditadura, como bem definiu o deputado Adriano Diogo (PT-SP). “É uma coisa bestial. Há jovens na periferia sendo executados”, afirmou. (Por José Dirceu)

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