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Zumbi nasceu em Palmares, em 1655. Era neto da princesa Aqualtune, filha de um
importante rei do Congo. Ainda bebê, Zumbi foi aprisionado pela expedição de
Brás da Rocha Cardoso e entregue ao padre Antônio Melo, em Porto Calvo. Recebeu
o nome de Francisco e uma educação formal. Aos 10 anos, já sabia latim e
português e, aos 12, tornou-se coroinha. A inteligência do menino recebia
elogios do padre, segundo relatam registros existentes.
Com
15 anos, Francisco fugiu de volta a Palmares, adotando o nome de Zumbi e
passando a fazer parte da Família Real, pois foi adotado pelo então rei Ganga
Zumba. A nação palmarina começou a se formar por volta de 1597, com Aqualtune.
Rapidamente a comunidade cresceu, porque era constantemente alimentada pela
chegada de negros fugidos, de índios e de brancos pobres. Palmares chegou a ter
30 mil habitantes e, com sua organização e conseqüente fortalecimento, passou a
ser visto como uma ameaça perigosa ao poder colonial. Além de praticarem uma
agricultura considerada avançada para os padrões da época, desenvolveram uma
atividade metalúrgica organizada para sua defesa e subsistência e chegaram a
estabelecer comércio com localidades próximas.
Entre
1596 e 1716, os palmarinos resistiram a 66 expedições coloniais, tanto de
portugueses como de holandeses. Foi a maior e mais longa expressão
contestatória da escravidão em todo o mundo. De todos os líderes da resistência
negra, dois se tornaram conhecidos: Ganga Zumba e Zumbi. Zumbi, porém, foi o
líder mais famoso da confederação de quilombos de Palmares, que se estendia
pelos territórios atuais de Alagoas e Pernambuco.
Ganga
Zumba, cansado de muitas guerras, assinou um acordo de paz com os portugueses,
em 1678. Isso desagradou uma parte significativa dos quilombolas, que viam a
transferência para Cucaú como uma forma de controlar a comunidade, além de não
resolver o problema da escravidão. Foi nesse momento que Zumbi rompeu com Ganga
Zumba, sendo aclamado Grande Chefe por aqueles que ficaram em Palmares.
Durante
um ataque em 1694, Zumbi caiu ferido em um desfiladeiro, o que gerou o mito de
que o herói se suicidara para evitar a escravização. No entanto, em 1695, Zumbi
voltou a comandar ataques, mostrando que estava vivo.
Depois
de 17 anos de combates, Zumbi foi traído por um de seus principais comandantes,
Antônio Soares, e assassinado durante expedição de Domingos Jorge Velho, em 20
de novembro de 1695. A cabeça de Zumbi foi decepada e levada para Recife, onde
foi pendurada em local público até sua total decomposição. Palmares resistiu ainda
por mais de 30 anos antes de sucumbir definitivamente. Em homenagem a Zumbi, a
data de sua morte foi escolhida como Dia Nacional da Consciência Negra.
Fonte:
http://www.acordacultura.org.br/herois/heroi/zumbidospalmares
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