26 novembro 2019

Servidores públicos estaduais iniciam greve por tempo indeterminado no RS


Servidores de diferentes setores lotaram o salão de eventos do Hotel Everest. (Foto: Marco Weissheimer/Sul21)

Por Marco Weissheimer*
Centenas de servidores públicos, integrantes de diversas carreiras do Estado, lotaram o salão de eventos do Hotel Everest, no centro de Porto Alegre, em uma assembleia convocada para organizar a greve iniciada nesta terça-feira (26) contra o atraso, parcelamento de salários e retirada de direitos pelo governo Eduardo Leite (PSDB). A mobilização extravasou os limites do salão de eventos. A calçada e o saguão do hotel também ficaram tomados por servidores de diversos setores do serviço público, que decidiram cruzar os braços para protestar contra as políticas do atual governo. Os relatos falaram de um clima de mobilização e indignação inédito no Estado.
“Estamos construindo a maior greve que esse Estado já teve. Há uma mobilização nunca vista antes neste Estado e um sentimento de indignação muito forte. Os frigoríficos já estão parando no interior por conta da paralisação dos fiscais. Vai faltar o galeto, a carne e o leite, vai faltar tudo”, exemplificou Antonio Augusto Medeiros, da Associação dos Fiscais Agropecuários do Rio Grande do Sul (Afagro). “Estamos reivindicando um direito básico, que é receber o nosso salário. Nós já perdemos tudo, então nada irá nos intimidar neste momento”, disse ainda Medeiros. Entre os serviços que serão impactados pela greve dos fiscais estaduais agropecuários está a fiscalização dos abates nos frigoríficos, o lançamento e o controle dos dados da vacinação contra febre aftosa e a fiscalização da deriva do agrotóxico 2,4 D.
O presidente do Sindicaixa, Érico Corrêa, reconheceu que será uma dura batalha, mas também destacou que os servidores estão com muita disposição de derrotarem o “pacote da morte” enviado por Eduardo Leite à Assembleia Legislativa. “O governador sabe que a população nos apoia, a sociedade conhece as mentiras do governo e está vendo a situação de desespero que os servidores estão vivendo”, afirmou. Ao falar da solidariedade da população com os servidores, Érico Corrêa citou as 180 moções de apoio à mobilização que já foram aprovadas em Câmaras de Vereadores no interior do Estado. A partir desta terça-feira começaram a ser constituídos comandos de greve em cada local de trabalho do serviço público no Estado. (...)
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