Há 42 anos, a noite do AI-5
Por José Dirceu*
A 13 de dezembro de 1968, há exatos 42 anos, o regime ditatorial impunha ao país o Ato Institucional número 5 - o AI-5 como ficou conhecido - um golpe dentro do golpe militar de 64 e que representou o mais longo período discricionário e de exceção, terror e pesadelo registrado na história do Brasil.
Naquela noite, estávamos presos no Forte de Itaipu, do Exército, na Praia Grande (SP). Aguardávamos com grande esperança a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que nos devolveria a liberdade. A mim e aos companheiros líderes estudantis Luiz Travassos, Antônio Guilherme Ribeiro Ribas e Vladimir Palmeira.
Fôramos presos no XXX Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) em Ibiúna (SP). Já haviam sido soltos, por decisão da Justiça Militar, outros presos na mesma condição, como Omar Laino, Valter Cover, Franklin Martins e Marco Aurélio Ribeiro.
O ato suspendeu todas as garantias constitucionais
Foi enorme a nossa surpresa e perplexidade, então, quando fomos informados que a ditadura militar dirigida então pelo marechal-presidente de plantão, Arthur da Costa e Silva, havia decretado o AI-5, que não apenas extinguiu o direito sagrado do habeas corpus como todas as demais garantias constitucionais.
Naquela noite o AI-5 liquidou de uma só vez com todo resquício de democracia que ainda existia no Brasil. Começavam os anos de chumbo, um longo período em que não havia lugar para a liberdade, mas onde não faltaram os que deram a própria vida para que eu e todos nós pudéssemos hoje eleger a primeira mulher presidente do Brasil.
A eleita, Dilma Rousseff, é exatamente uma representante autêntica daquela geração de 68, que resistiu à ditadura e a derrotou depois de um longo processo de reveses e vitórias, de lutas políticas, sociais e de resistência armada. (...)
Foi enorme a nossa surpresa e perplexidade, então, quando fomos informados que a ditadura militar dirigida então pelo marechal-presidente de plantão, Arthur da Costa e Silva, havia decretado o AI-5, que não apenas extinguiu o direito sagrado do habeas corpus como todas as demais garantias constitucionais.
Naquela noite o AI-5 liquidou de uma só vez com todo resquício de democracia que ainda existia no Brasil. Começavam os anos de chumbo, um longo período em que não havia lugar para a liberdade, mas onde não faltaram os que deram a própria vida para que eu e todos nós pudéssemos hoje eleger a primeira mulher presidente do Brasil.
A eleita, Dilma Rousseff, é exatamente uma representante autêntica daquela geração de 68, que resistiu à ditadura e a derrotou depois de um longo processo de reveses e vitórias, de lutas políticas, sociais e de resistência armada. (...)
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