20 março 2014

"Nós vamos quebrar o tabu da reeleição", diz Carlos Pestana, chefe da Casa Civil do governo Tarso Genro



Porto Alegre/RS - por Cleidi Pereira, de ZH - Com números e dados de programas na ponta da língua, o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, ensaia os argumentos que também serão exaustivamente repetidos pelo governador Tarso Genro (PT) nos próximos meses.

Pestana abriu mão de concorrer a deputado estadual para coordenar, pela segunda vez, a campanha de Tarso. Agora, com o desafio de reeleger um governador, algo inédito no Rio Grande do Sul.
Nos próximos meses, o papel da Casa Civil, segundo o secretário, será "mais de gerência política do que administrativa do governo". Uma das últimas missões de Pestana, que deve deixar o cargo em maio, é negociar a aprovação do pacote enviado pelo Executivo à Assembleia. Os projetos de reestruturação de carreiras, com impacto de R$ 85 milhões, precisam ser aprovados até 5 de abril.
Pestana será substituído por Maria Eulália do Nascimento, atual secretária adjunta de Educação.
ZH — O senhor passou os últimos três anos se preparando para ser candidato a deputado estadual. Por que desistiu de concorrer?
Pestana — Recebi um convite do governador, em fevereiro, para coordenar a campanha. Minha campanha para deputado estadual tinha como razão de ser a defesa do projeto que ajudei a construir nesses três anos de governo. O convite de voltar a coordenar a campanha cumpre esse papel de poder também, em outra esfera, continuar não só na defesa, mas na construção da reeleição desse projeto,  que acho que melhorou muito a vida dos gaúchos.
ZH — O que muda na campanha deste ano em relação à de 2010?
Pestana — A grande diferença é que, bom, nós governamos esses três anos. Então, a campanha deverá mostrar aquilo que o governo realizou. Vamos mostrar à população que efetivamente o Rio Grande do Sul melhorou, e muito, em todas as áreas.
ZH — O desafio, então, é maior?
Pestana — Evidentemente. Quebramos um tabu na eleição anterior, que foi o de eleger um governador no primeiro turno. Nós vamos quebrar um segundo tabu, reelegendo o governador agora (o Rio Grande do Sul nunca reelegeu um governador).
ZH — O governo passou a maior parte do tempo sem uma marca para apresentar. Agora tem?
Pestana — O governo, como teve várias ações e conquistas, efetivamente não teve uma marca concreta, mas um conjunto de ações que possibilitaram essa melhoria no Estado. Aquilo que melhor sintetiza, que é um marco do governo, é o desenvolvimento econômico e social. Tivemos o maior investimento privado, que foi a Celulose, o maior volume de investimentos públicos desses últimos anos, distribuímos renda e constituímos políticas sociais.
ZH — Tarso se arrependeu de ter vinculado sua candidatura à reeleição à aprovação do projeto que prevê a renegociação da dívida?
Pestana — Tenho certeza de que não, porque temos a convicção de que esse projeto vai ser aprovado. Foi encaminhado pelo governo federal, a partir de uma negociação que nós encaminhamos. Se vai ser aprovado daqui a alguns meses, isso é parte do debate que estamos travando hoje. O governador não só não se arrependeu como tem a convicção de que o projeto será aprovado, e isso vai representar uma nova perspectiva para Estado.
ZH — O alinhamento de estrelas foi um dos argumentos usados na campanha de 2010 para justificar a dobradinha Dilma-Tarso. Só que, em alguns casos, como o da dívida, o alinhamento não tem funcionado. Como vocês responderão a essa crítica que virá dos adversários?
Pestana — A premissa não é verdadeira. Esse alinhamento funcionou. Em janeiro de 2011, a presidenta veio e já enfrentou o tema do arroz., ou seja, garantiu o preço mínimo. Depois, tivemos um conjunto de negociações que foi extremamente positivo para o RS. Por exemplo: o acordo sobre os créditos da CEEE, mais de R$ 3 bilhões, a ampliação da margem fiscal que nos possibilitou aumentar investimentos, anúncios e entregas de obras, como a BR-448. Não houve um desalinhamento das estrelas. O Rio Grande do Sul nunca teve uma presença tão forte da presidenta. Esse alinhamento não só permanece como deve se aprofundar para o próximo período.
ZH — Em 2010, Tarso prometeu pagar o piso aos professores. Hoje, apesar de o governo alegar que nenhum professor recebe abaixo do piso, essa é uma das principais cobranças da categoria. Como Tarso vai enfrentá-la?
Pestana — O reajuste dos professores é o maior da história. Fora a Brigada Militar, que recebeu 104%, não tem nenhuma categoria pública ou privada que ganhou esses percentuais. Todos os professores recebem o valor do piso. Os professores tiveram o maior reajuste de sua história,. Ou seja, numa inflação de 25%, 26%, ter ganho real de 50%. Tenho a convicção de que há, por parte dos professores, um reconhecimento do esforço do governo. Estamos recebendo da oposição a crítica de que estamos sendo irresponsáveis com as finanças justamente porque fizemos uma opção muito clara de valorização dos servidores. Se tem um governo que pode melhorar as condições dos professores, com certeza, é o nosso. (via http://zerohora.clicrbs.com.br/)

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