Correio do Brasil - Preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, quando deveria cumprir pena em regime semiaberto, o ex-ministro José Dirceu foi novamente alvo de uma ilegalidade, já em fase de investigação por parte do governo do Distrito Federal. Por ordem do governador Agnelo Queiroz, o Judiciário iniciou uma sindicância para apurar como é possível o ingresso de uma pessoa não autorizada em um presídio de alta periculosidade, que tanto serviu para fotografar um dos internos quanto pode significar um risco à sua integridade física. As fotos foram publicadas nas páginas da revista semanal de ultradireita Veja e demonstraram o nível de risco que corre o ex-ministro da Casa Civil.
“O que a revista Veja faz, esta semana, não tem outro nome senão o de crime”, afirmou o jornalista Fernando Brito, editor do site O Tijolaço.
A legislação brasileira, que protege a intimidade dos presos e impede que sejam fotografados, foi violada.
– Alguém cometeu um crime aí que precisa ser investigado. O governo investiga toda denúncia sobre o sistema penitenciário – disse o secretário de Comunicação do Distrito Federal, André Duda.
A sindicância, aberta nesta segunda-feira, visa apurar como as imagens de José Dirceu chegaram à reportagem de Veja. O acesso do fotógrafo, que poderia ser ainda um risco à segurança do interno, segundo fontes policiais, foi facilitado por servidores da Papuda, sem que o fato tenha sido observado pela segurança.
Ainda segundo Brito, “publicar fotos tiradas clandestinamente por servidores do presídio, possivelmente pagas a peso de ouro, para dar credibilidade a uma história de privilégios supostamente gozados por José Dirceu na prisão, sem um prova sequer, equivale a se publicar que a redação da revista da Abril é sede de bacanais, regadas a champagne, com mulheres agenciadas por Carlinhos Cachoeira, com base em informações de um contínuo que pediu para não ser identificado”.
Leia, adiante, a íntegra do texto publicado:
Obvio que é pura invenção esta cena, mas o que impede, com o ódio que a revista tem a Dirceu e com um histórico de roubar imagens de câmara de segurança de um hotel para bisbilhotar quem falava ou deixava de falar com o ex-ministro, antes de sua condenação, que a revista invente o que quiser sobre sua vida na Papuda?
A ética?
Ora, por favor, vamos evitar as piadas, não é?
Mas é preciso dizer o que é a verdade.
A Veja age como uma mosca varejeira na situação que foi criada pelo absurdo que está sendo promovido pelo Sr. Joaquim Barbosa, ao deixar durante cinco meses um condenado ao regime semi-aberto em clausura absoluta, usando de mil formas para evitar que ele exerça a pena da maneira que a lei e o tribunal determinaram: trabalhar durante o dia e recolher-se ao presídio à noite.
E o que está sendo “motivo” desta procrastinação são justamente “reporcagens” como estas, baseadas – se é que são – em fontes anônimas.
Joaquim Barbosa fez o que pôde para tornar adequada às suas vontades a Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, agora entregue a um juiz filho de um deputado do PSDB.
Em relação a Dirceu, revogou a decisão tomada pelo presidente interino do STF, Ricardo Lewandowski, que mandava traitar a análise do pedido de autorização de trabalho do ex-ministro.
Pior, confessou, de público, ter conduzido a dosimetria da pena atribuída a ele e a outros réus com o fim de evitar que ficassem em regime semi-aberto.
Joaquim Barbosa, a esta altura, não apenas deixa de agir com o equilíbrio de um juiz, mas se assemelha àquela postura descrita por Roberto Jefferson diante do mesmo Dirceu, de quem disse despertar “os seus instintos mais primitivos”.
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