Por Laís Garcia*
Vivemos hoje em um mundo onde o virtual,
por vezes, se confunde com o real, então valorizamos esse virtual de uma forma
tão intensa que, por inúmeros motivos, acaba por nos trazer sofrimento.
Experienciamos no nosso cotidiano fatos que afetam diretamente a nossa
autoestima: abrimos o Facebook, Instagram e outras redes sociais e nos
deparamos com amigos e celebridades esbanjando felicidade, dinheiro e amor
próprio. São fotos lindas, lugares paradisíacos, as
melhores comidas e festas regadas pelo champagne mais caro, frases prontas e
inúmeras declarações de amor que demonstram o relacionamento (e vida) perfeitos
que se tem.
Mas será que é isso mesmo? Será que isso
tudo é tão real assim?
Mostrar a fragilidade é
algo pouco comum; não dá likes e nem
traz followers, mas não quer dizer
que ela não exista. A vida não é o tempo todo feliz e perfeita nem mesmo para
aquela figura pública que só traz sorrisos e patrocinadores em seu feed.
Mesmo sabendo disso, é
comum que acabemos criando um ideal inatingível de padrão de vida - o que nos
trará, sem dúvidas, frustrações e desapontamentos. A constante busca pela
excelência em todos os âmbitos da nossa vida não é algo saudável, nos traz
sofrimento em razão das metas que estabelecemos que não são possíveis de serem
alcançadas.
Em terapia é possível
trabalhar tais frustrações, estabelecer metas reais (possíveis de serem
atingidas), checar as evidências do que está dando certo agora e como isso aconteceu;
trabalhar a discrepância entre o que se deseja e quais os comportamentos que se
está tendo para alcançar estes objetivos levando em consideração o que é
possível e o que não é, além de tornar consciente e tranquilo o processo de
aceitação daquilo que não se vai conseguir mudar.
*Laís
de Mattos Garcia (foto) é Psicóloga formada pela Unisinos (São Leopoldo/RS).
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