08 março 2017

Violência: No Dia da Mulher, nada a comemorar


O Brasil é um dos piores lugares do mundo para se nascer menina, aponta relatório. Os indicadores confirmam

A situação das mulheres segue precária no Brasil

Fim de tarde de sábado 25 de fevereiro. A garota de 13 anos caminha sozinha pelo Centro de São Paulo, após se perder dos amigos durante um bloco de Carnaval. Dois homens adultos a atacam. É segurada com força, blusa rasgada. Ela consegue se defender e fugir.
Madrugada de 27 de fevereiro, também Carnaval, Elisabeth Henschel, de 23 anos, toma cerveja num bar com o namorado na região central do Rio de Janeiro quando é apalpada nas nádegas por um homem. Ao interpelá-lo, leva dois socos no rosto. “Quando abri os olhos, só vi sangue”, relembra. “Pelo fato de estarmos com uma roupa mais curta, os homens acham que os estamos provocando, que têm livre acesso ao nosso corpo”, diz a jovem, que usava um maiô com a estampa “Feminist” (feminista, em inglês). 
Henschel foi uma das mais de 2 mil mulheres agredidas durante o Carnaval no Rio. Balanço divulgado pela PM revelou que ao menos uma mulher foi agredida a cada quatro minutos no estado. Durante os cinco dias de festa, a polícia atendeu 15.943 solicitações. Dessas, 2.154 foram pedidos de socorro sobre violência contra a mulher. (...)
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