03 setembro 2019

Roda Viva com Greenwald: a vergonha do jornalismo


Imagine o caro leitor, que não é jornalista, o que faria se encontrassem para uma conversa, o jornalista Glenn Greenwald, numa conversa tête a tête.
Claro, ia tentar arrancar dele até onde vão as revelações dos diálogos nas mensagens de Telegram de Deltan Dallagnol.
Mas você não é jornalista, meu caro e minha cara.
Porque jornalismo no Brasil virou defender a versão oficial e os jornalistas que participaram , esta noite, preferiram colocar aquele que conseguiu as informações sob uma “sabatina ética”, indagando de sua vida pessoal e condenando o fato de que, embora verdadeiras, ele não poderia divulgar informações que chegaram a ele por quem as obteve de forma ilegal.
Francamente, deu vergonha da profissão.
Passearam sobre acontecimentos que moldaram a desgraçada história que este país está vivendo e não tiveram interesse no que aconteceu, apenas na suposta ética que seria recusar o conhecimento da verdade, se ela brotasse pelo porão.
Pouco ou nada faltou para que colocassem Greenwald como criminoso por estar publicando fatos verdadeiros o que, na imprensa “morista”, não vem ao caso.
Pouco importa se as mentiras judiciais e as armações possam ter condenado pessoas, porque se condenaram, mesmo dentro de uma patranha judicial, é que são criminosos.
Se inquéritos e processos foram conduzidos de forma ilegal, pouco importa.
O Roda Viva de hoje [02/09] deveria ser copiado e mostrado nas aulas de jornalismo, como exemplo do que pode ser vergonhosa a adesão da imprensa ao poder.
*Por Fernando Brito, jornalista - Editor do Blog Tijolaço.

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