11 julho 2022

Alerta a quem não quis ver a escalada terrorista


Infelizmente, isso não vai parar. O clima de insanidade em que estamos submersos pelo bolsonarismo torna, mais que previsível, inevitável que a tragédia de Foz do Iguaçu seja apenas um dos episódios de uma série de barbaridades que teremos de superar até que se tire do poder o bárbaro que nos governa.

Havia gente naturalizando o que já é uma sequência de episódios violentos – o ataque de drone em Uberlândia, a agressão ao juiz que prendeu Milton Ribeiro, a bomba da Cinelândia – e não havia nenhuma adivinhação quando disse, na sexta-feira, que o terror bolsonarista só ia avançar, saindo das ofensivas sem consequências maiores para cenas de sangue e morte, tal como ocorreu com o terror direitista que marcou os estertores da ditadura, no finzinho dos anos 70 e início dos oitenta, quando chegou à bomba do Riocentro.

Havia e há ainda, porque não se envergonham de chamar de “troca de tiros” um assassinato deliberado, onde o assassino “volta” para matar alguém e a vítima. já mortalmente ferida, reage.

E que culpa a “polarização” por isso, como se fossem as duas partes iguais.

Polarização, lembrei no vídeo, já tínhamos em 2010 e a grande mídia chamava de terrorismo uma bolinha de papel e, agora, acha que balas de pistola merecem o mesmo tratamento.

É este tipo de tolerância que permite a Jair Bolsonaro, que insufla, todos os dias – desde o “vamos fuzilar a petralhada” – este clima de violência vir, cinicamente, dizer que a são  "caluniadores que agem como urubus para tentar nos prejudicar 24 horas por dia” e que é a “esquerda que acumula um histórico inegável de episódios violentos”.

Ninguém esperaria, é certo, algo diferente dele.

Quem tem compromisso com a democracia não pode ficar no “muro”, neste caso.

Do contrário, mais dia, menos dia, eles vão invadir sua festa.

...

*Por Fernando Brito, jornalista/RJ, no seu conceituado Blog Tijolaço

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