28 junho 2009
Golpe em Honduras
Golpe militar em Honduras
O presidente de Honduras, Manuel Zelaya, detido e exilado por um golpe militar neste domingo, negou ter renunciado ao cargo, após a divulgação de uma suposta carta de renúncia no Congresso.
Em declarações à imprensa da Costa Rica, para onde foi mandado nas primeiras horas do domingo, Zelaya disse que o que ocorreu no seu país foi “uma conspiração política apoiada por um golpe militar”. “Nunca renunciei e não vou usar esse mecanismo”, afirmou Zelaya. “Isso é mais um crime”, disse. A suposta carta de renúncia lida pelo Congresso tem data do dia 25 de junho.
Crise política
O golpe militar que expulsou Zelaya do país ocorreu após dias de uma intensa crise política no país, por conta de um projeto do presidente para consultar a população sobre uma possível reforma constitucional. O plano do presidente foi considerado ilegal pelo Congresso e pela Justiça do país e enfrentava a oposição também do Exército. Ainda assim, Zelaya havia decidido realizar a consulta popular neste domingo.
A oposição o acusava de querer mudar a Constituição para permitir sua reeleição, mas o presidente afirmava que não seria candidato a um novo mandato e que uma eventual mudança constitucional somente beneficiaria seus sucessores.
Centenas de pessoas saíram às ruas da capital, Tegucigalpa, para protestar contra a prisão e o exílio de Zelaya.
Tropas do exército dispararam bombas de gás lacrimogêneo para tentar dispersar os manifestantes.
Reação contra o golpe
Em uma reunião de emergência em Washington, a Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou o que chamou de “golpe de Estado” em Honduras.
A OEA se havia dito preocupada com as consequências que um enfrentamento entre os diferentes poderes poderia ter sobre "o processo político institucional democrático e o exercício legítimo do poder".
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu a Honduras que “respeite as normas democráticas e o Estado de direito”. A prisão de Zelaya também foi condenada pela União Européia.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, aliado político de Zelaya, acusou o “império ianque” pela derrubada do presidente hondurenho. Hugo Chávez, disse neste domingo (28) que se o embaixador em Honduras for agredido ou a embaixada tomada terá que agir, inclusive militarmente. O embaixador da Venezuela na OEA, Roy Chaderton, denunciou neste domingo um presumível sequestro, em Tegucigalpa, de diplomatas de seu país, Cuba e Nicarágua, depois da detenção do presidente de Honduras, Manuel Zelaya.
"Quero alertar que esses embaixadores foram capturados, sendo vítimas de maus-tratos por militares encapuzados, estando entre eles a chanceler [de Honduras] Patricia Rodas", disse Chaderton durante reunião de emergência da organização, com sede em Washington.
Chávez condenou em uma entrevista concedida à Telesur o que chamou de "golpe de Estado troglodita" contra o presidente Manuel Zelaya e opinou que "o império [EUA] tem muito a ver" com o que acontece em Honduras. O presidente venezuelano pediu para que os militares hondurenhos não deem margem a um "genocídio" por seguir ordens "da burguesia, dos ricos".
O povo "está saindo às ruas em defesa da democracia, mas está desarmado", disse o presidente venezuelano. Chávez assegurou que os países membros da Alba (Aliança Bolivariana para as Américas), à qual pertence Honduras, farão tudo o que estiver em suas mãos "para restituir" o governo constitucional do país centro-americano.
Posição do Brasil
Em uma nota divulgada pelo Itamaraty, o governo brasileiro disse "condenar de forma veemente a ação militar" que tirou Zelaya do poder e o levou para fora do país.
A nota diz que "ações militares desse tipo configuram atentado à democracia e não condizem com o desenvolvimento político da região" e pede que Zelaya seja reposto "incondicionalmente" em seu posto.
O presidente Lula fez a seguinte declaração, segundo o site G1: "Nós não podemos aceitar ou reconhecer qualquer outro governo que não seja o presidente Zelaya; não podemos aceitar que alguém veja alguma saída para o seu país fora da democracia, fora da eleição livre e direta. Portanto, ele deve retornar à presidência. É a única condição para que a gente possa estabelecer relações com Honduras." (Com a BBC Brasil, G1 e a Folha Online).
*Foto: Esteban Felix, da AP. Centenas de simpatizantes de Zelaya protestaram contra sua deposição.
**Edição e grifos deste blog (atualizado às 12,11 hs do dia 29/06/09).
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Um comentário:
Péssimo exemplo FFHHCC.
Péssimo exemplo Brasil!!
A escola do mau, baseada na reeileição começou no Brasil com FFHHCC.
Gostaram da idéia na Venezuela e temos o CCCCCHHHHHAAAAAVVVVVEEEEESSSSS e, por pouco não tivemos, o ZZEELLAAYYAA.
Parabéns ao Hondurenhos que demonstram não tolerar ditaduras nem ditamoles.
O Grande Mérito da Atual Administração Hondurenha que Admiro e reconheço é convocarem eleições diretas IMEDIATAMENTE e, claro, 100 o Mala do Zelaya...
Boa sorte a America Latina com esta Aula Magna de Democracia e sem necessidade de bisbilhoteiros esternos deste ou de outros continentes!!
Viva a América Latina!!
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