Por Kiko Nogueira*
O Tribunal Regional Federal da 4.ª Região negou na terça-feira, dia 21, a ‘absolvição sumária’ de Marisa Letícia.
A defesa de Lula havia pedido o reconhecimento da inocência de Marisa nas duas ações penais nas quais ela era ré.
Os advogados de Lula argumentam que
Marisa não praticou nenhum ato ilícito e recorreram ao TRF4 para que
fosse reconhecido que ela é inocente.
Para o desembargador federal João Pedro
Gebran Neto, relator da Operação Lava Jato no tribunal, “a questão é
absolutamente estéril”.
“Se isso se dá na forma da absolvição
sumária ou posteriormente, com a extinção da punibilidade, é irrelevante
do ponto de vista material”, argumenta.
Ora. Pode ser irrelevante para ele, mas
não o é para a família de Marisa Letícia, que morreu humilhada,
submetida ao massacre de sua honra, seu espírito e sua mente.
Em coma no Sírio Libanês, sua tomografia ainda foi divulgada por criminosos cafajestes.
O desembargador Victor Luiz dos Santos
Laus chamou a decisão de Gebran de “democrática” e alegou que ela
“salvaguardou a memória da falecida”.
Alguém sabe onde ela está salvaguardada? Talvez em Curitiba?
Neste exato momento a mesma canalha que
atacou a mulher está de volta às redes, chafurdando na lama,
bezuntando-se com o que os juízes fizeram.
O processo é uma mistura de mesquinharia com maldade.
Moro absolveu a esposa de Eduardo Cunha, a
jornalista Cláudia Cruz, que pagou despesas de cartão de crédito no
exterior em um montante superior a US$ 1 milhão num prazo de sete anos,
entre 2008 e 2014.
Segundo Moro, Cláudia “foi negligente
quanto às fontes de rendimento do marido e quanto aos seus gastos
pessoais e da família. Não é, porém, o suficiente para condená-la por
lavagem dinheiro”.
Um deslize que acontece nas melhores famílias, enfim.
Por que o mesmo não foi feito com Marisa? A resposta é óbvia em se tratando de qualquer coisa relativa a Lula.
Desde 2008, uma adaptação da lei a
tratados internacionais, manda que, com a morte e a consequente extinção
da punibilidade de um réu, este seja declarado absolvido.
É impossível dissociar o AVC de Marisa Letícia da perseguição que ela sofreu. Pagou com a vida.
Marisa, ao menos, teve a sorte de não ver a que ponto a Justiça brasileira desceu.
*Jornalista, via DCM
http://www.diariodocentrodomundo.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário