Sul21- “Mesmo
no tempo mais sombrio temos o direito de esperar alguma iluminação”. A
escolha de epígrafe feita pelo historiador Benito Bisso Schmidt para
abrir a biografia de Flavio Koutzii
marca o que o biografado acabou definindo como atualidade inesperada da
obra. A reflexão de Hannah Arendt, em “Homens em Tempos Sombrios”
dialoga com as sombras que voltaram a encobrir o presente e de como
alguns exemplos de vida podem lançar alguma luz sobre elas:
“(…)
mesmo no tempo mais sombrio temos o direito de esperar alguma
iluminação, e que tal iluminação pode bem provir, menos de teorias e
conceitos, e mais da luz incerta, bruxuleante e frequentemente fraca que
alguns homens e mulheres, nas suas vidas e obras, farão brilhar em
quase todas as circunstâncias e irradiarão pelo tempo que lhes foi dado
na Terra (…)”.
O
lançamento de “Flavio Koutzii – Biografia de um militante
revolucionário. De 1943 a 1984” (Editora Libretos), no final da tarde de
terça-feira (14), foi ele próprio um momento de iluminação. A sala
Leste do Santander Cultural ficou completamente lotada, deixando muita
gente no lado de fora. Depois, uma longa fila se formou na Praça de
Autógrafos da Feira do Livro de Porto Alegre, em busca de uma assinatura
do militante revolucionário criado no Bom Fim e que saiu mundo afora
para defender os ideais que forjaram sua alma e sua trajetória política.
Em um encontro carregado de emoção, autor e biografado falaram sobre o
longo e penoso caminho que percorreram para reconstruir a memória de uma
vida em tempos sombrios que, numa dramática ironia, voltam a sobrevoar o
presente.
CLIQUE AQUI para
ler - na íntegra - a (excelente) cobertura do lançamento do livro
biográfico de Flávio Koutzii realizada pelo jornalista Marco Weissheimer
-fotos do Guilherme Santos - no Sul21
...
Nota do Editor do Blog: Tenho o
privilégio de ser amigo e companheiro de militância do Flávio, com quem
muito aprendi, principalmente ao longo dos últimos 25 anos
(especialmente a partir do glorioso governo do PT e da Frente Popular -
1999/2002, liderado pelo Governador Olívio Dutra, quando trabalhei na
Casa Civil, comandada que foi - com galhardia - pelo companheiro Flávio
Koutzii.
Quem o
conhece minimamente sabe que o Flávio Koutzii é um exemplo de militante
aguerrido, internacionalista, lúcido, ético, companheiro, culto,
política e intelectualmente privilegiado; quem ainda não o conhece - ou o
conhece parcialmente, especialmente as novas gerações -, terá agora uma
rica oportunidade de conhecê-lo mais profundamente. Basta adquirir o
livro... e boa leitura!
Em que pese ser uma obra biográfica, como o próprio Flavio coloca, o livro contém "uma inesperada atualidade"... “São
períodos distintos, mas eles acabam se encontrando no presente. Não tem
como não misturar. Essa trajetória acaba interpelando o que estamos
vivendo hoje. A minha vivência e a de outros combatentes da minha
geração interroga o trágico presente que vivemos. Neste sentido, o livro
acabou adquirindo uma atualidade paradoxal e inesperada”. Leitura imprescindível.
Flavio
Koutzii, não é exagero dizer - pela 'obra' da sua vida -, é uma das
pessoas que Bertold Brecht consideraria como "imprescindíveis". Mais do
que merecidas, portanto, o reconhecimento e as homenagens que lhe estão
sendo prestadas. (Júlio Garcia)
*Com o Portal O Boqueirão Online
Nenhum comentário:
Postar um comentário