14 abril 2023

QUE COINCIDÊNCIA! Bolsonaro nomeou desembargador, pai de sócio de Moro, que pediu prisão de Tacla Duran

Marcelo Malucelli foi um dos 12 desembargadores nomeados pelo ex-presidente para o TRF-4 em novembro de 2022


Por Lucas Vasques* - O desembargador Marcelo Malucelli (foto), da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que determinou a prisão do ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran, foi nomeado por Jair Bolsonaro (PL).

Ele integrou a lista de 12 desembargadores nomeados pelo ex-presidente para o TRF-4 em novembro de 2022.

Malucelli é pai do advogado João Eduardo Malucelli, que integra, como sócio, a Wolff & Moro Sociedade de Advogados, escritório de advocacia de Sergio Moro e sua esposa, a deputada federal Rosângela Moro (UB-SP)

A proximidade não para por aí. João Malucelli, filho do desembargador que mandou prender Tacla Dura, é "genro" de Moro -  ele namora a filha do ex-juiz e hoje senador com Rosângela, a jovem Júlia Wolff Moro, que tem 22 anos. 

"Coincidências" à parte, Tacla Duran deve recorrer ao STF para derrubar a decisão do desembargador que é pai do sócio de Moro e Rosângela. 

Malucelli passa por cima  de decisão do juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba

Marcelo Malucelli revogou a decisão de Eduardo Appio, juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, que havia suspendido a ordem de prisão de Tacla Duran.

Na prática, o despacho de Malucelli decreta a prisão preventiva de Duran, passando por cima da ordem do juiz Appio que, em março, revogou a ordem para prender o advogado que havia sido ordenada em 2016 pelo então juiz e hoje senador Sergio Moro (União Brasil-PR) no âmbito da Lava Jato.

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A decisão do novo titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, agora revogada, se deu após o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspender cinco ações penais ligadas à operação, sendo que uma delas envolvia Duran. 

A nova ordem de prisão emitida por Malucelli se dá semanas após a denúncia-bomba feita por Duran em depoimento ao juiz Appio acusando Moro e o deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), que é ex-procurador da Lava Jato, de extorsão, da qual foi vítima no âmbito da operação. 

O desembargador, ao emitir ordem de prisão preventiva contra Tacla Duran, acaba beneficiando Moro, alvo de denúncias graves feitas pelo advogado que prestaria novo depoimento que poderia fazer avançar a investigação contra o ex-juiz. 

*Via Revista Fórum

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