*Juntos com Rossetto pelo Rio Grande*
No final da década de 1990, nos disseram que as políticas “modernizantes” do neoliberalismo seriam as únicas capazes de retirar nosso estado da profunda crise que vivia, e com elas poderíamos retomar o desenvolvimento. Venderam nosso patrimônio, demitiram servidores, cortaram recursos da saúde, educação e segurança, renegociaram a dívida em benefício da União, contra os interesses do Rio Grande. Mas o estado não melhorou, não voltou a crescer, não resolveu a crise, nem pagou a dívida.
Juntos ocupamos as ruas, organizamos a resistência e mobilizamos a sociedade gaúcha contra a apropriação privada do estado que empobrecia a nossa gente.
Ao lado de milhares de militantes e lutadores sociais – socialistas, progressistas, humanistas, ambientalistas, ou apenas sonhadores –, elegemos o primeiro governo do campo popular e de centro esquerda.
Com a coragem de mudar, invertemos prioridades, retomamos políticas públicas, investimos em quem mais precisava, e apoiamos a nossa produção. Com a democracia participativa garantimos voz a quem não tinha vez. Sem desconhecer as dificuldades e os limites, começamos a construir um caminho, e o Rio Grande voltou a crescer, sem vender um parafuso de seu patrimônio. O interesse público se sobrepôs ao interesse privado, e a cultura republicana saiu fortalecida.
Em 2007, a promessa de futuro veio embalada no “Déficit Zero”. A nova ilusão do liberalismo econômico afirmava que ao fazer o “dever de casa”, enxugando o estado para equilibrar as contas públicas, o bolo do crescimento poderia ser repartido com todos. Os cortes, mais uma vez, atingiram políticas essenciais, os servidores, o investimento, e a população mais vulnerável.
Resultou em um estado deprimido economicamente, sem projeto de desenvolvimento, sem diálogo e sem participação, marcado pela repressão às manifestações e aos movimentos sociais. O crescimento não veio, a dívida aumentou, os serviços pioraram, e o estado perdeu o ritmo de crescimento do Brasil com Lula.
Animados por uma ampla aliança da esquerda gaúcha, percorremos o estado em caravana, e dialogamos com amplos setores da sociedade gaúcha. Juntos formulamos um programa de desenvolvimento para o Rio Grande sair da crise crescendo.
Governamos com participação social, recuperamos as funções públicas do estado, promovemos o investimento público e privado, distribuímos renda, e iniciamos o percurso de recuperação das finanças e reestruturação da dívida com a União. Sabemos que não fizemos tudo, mas recolocamos o Rio Grande do Sul, no Brasil e no mundo.
Hoje, com indignação acompanhamos o impeachment que cassou o mandato legítimo da presidenta Dilma Rousseff em 2016, e vimos ser perpetrado mais um golpe contra a nossa democracia. Com grande preocupação, e profunda tristeza, vemos a cultura reacionária e obscurantista de direita, emergente do golpe, promover a intolerância política, o estado de exceção, o preconceito, o racismo, o machismo, e a violência protofascista no nosso país.
O governo ilegítimo, instalado no Palácio do Planalto, aplica a receita do ajuste e austeridade determinada pelo mercado financeiro global, desmonta o Estado social, entrega riquezas nacionais, e afunda em casos de corrupção.
A resistência que vem das ruas, e reclama justiça e democracia, tem a cara da juventude, das mulheres, de estudantes, dos excluídos, dos movimentos sociais e sindicais, da intelectualidade libertária, dos trabalhadores e trabalhadoras, do campo e da cidade, e conta com a solidariedade ativa e participante da militância petista, socialista e democrática.
E novamente o estado está diante de um dilema e de um desafio: acreditar no neoliberalismo restaurado e suas políticas de ajuste fiscal e austeridade, conduzidas pelos governos Sartori e Temer, com venda do patrimônio, parcelamento de salários, corte de recurso em saúde, educação e segurança, demissão de servidores, redução de investimentos, abandono dos setores produtivos; ou buscar um caminho estratégico de retomada do desenvolvimento econômico e social com soberania e participação popular.
Nos momentos mais difíceis da história do nosso estado, o PT demonstrou capacidade de apresentar à sociedade gaúcha um projeto de crescimento econômico, com inclusão social, ambientalmente sustentável; e disponibilizar quadros políticos preparados e responsáveis para responder aos desafios do presente.
Miguel Rossetto é um destes companheiros, com uma trajetória política que o identifica profundamente com o Brasil e com o Rio Grande.
Conhecemos o Rossetto desde a luta dos trabalhadores, da defesa de direitos, do chão da fábrica, ao estudioso da realidade gaúcha e brasileira, do sindicato, do partido, do parlamento, da resistência democrática.
Compartilhamos com ele – como governadores, como ministros, como companheiros – a experiência de governar por duas vezes o Rio Grande, e o Brasil com Lula e Dilma.
Reconhecemos em Rossetto, competência, capacidade de trabalho, e estatura ética.
Rossetto reúne com certeza as qualidades necessárias para representar o PT na reconquista do governo do Rio Grande e no reforço à campanha de Lula para presidência da República em 2018.
Esta carta é um convite à toda militância do PT, a caminharmos juntos,
Juntos com Rossetto pelo Rio Grande,
Juntos com Lula pelo Brasil.
Um forte abraço e boa luta,
Olívio Dutra e Tarso Genro.
...
*Via http://portal.ptrs.org.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário