Como se registrou aqui, ontem,
o desembargador João Paulo Gebran, amigo e admirador de Sérgio Moro,
acelerou as “providências” para ser o “grande eleitor” de 2018 e deixou
vazar para a imprensa que concluiu seu voto – cujo conteúdo é fácil de
adivinhar – sobre o recurso de Lula contra a sentença de Sérgio Moro no
estranho caso do triplex que “é”, mas não é nem nunca foi, do
ex-presidente.
O favoritismo, confirmado e consolidado de Lula nas pesquisas,
certamente, animou Sua Excelência a “correr” com o processo que, desde o
“powerpoint” do procurador Deltan Dallagnol, depende muito mais de
“convicções” do que de fatos provados.
Segundo o jornal gaúcho Zero Hora,
o voto foi entregue na tarde de sexta-feira, exatamente 100 dias após a
apelação chegar ao seu gabinete, na tarde de sexta-feira (1.º). De
acordo com a reportagem do Zero Hora, apenas três apelações da operação
ficaram menos tempo com o relator para preparação do voto.
A 8ª Turma do Tribunal Federal de Recursos prepara-se para cumprir a
“missão” escandalosamente anunciada pelo presidente da corte, Carlos
Eduardo Thompson Flores Lenz, de confirmar a sentença de Moro até agosto
de 2018, quando são feitos os registros de candidaturas.
Como se vê, este sempre foi um processo com sentença e data “pré-resolvidas”.
Quatro homens – Moro e os três desembargadores – preparam-se para
substituir mais de 100 milhões de eleitores brasileiros , num processo
de usurpação da vontade popular que nem mesmo nos tempos de “colégio
eleitoral” era tão restrito.
É evidente que, se consumada, esta monstruosidade não vai prevalecer e
levará o país a um período de mais quatro anos de governo
não-legitimado pela escolha livre de seus cidadãos.
A classe dirigente brasileira e as elites que funcionam como seu
“escudo humano” não aceita a democracia porque, como não tem um projeto
para o país, senão amarrá-lo e ordenhá-lo, é incapaz de conceber
qualquer tipo, por mais suave que seja, desenvolvimento inclusivo e com a
afirmação da nacionalidade.
E como, num país imenso como o nosso, não há desenvolvimento sem
inclusão e autodefesa econômica, não é capaz de desenvolvimento algum.
*Por Fernando Brito in Tijolaço
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