Por Fernando Brito* - Como se previu ontem, é grande o alvoroço com a decisão da 2ª Turma
do STF em retirar de Sérgio Moro o poder de investigar as “delações” da
Odebrecht relativas a Lula e as transferiu para a Justiça Federal em São
Paulo.
Miriam Leitão diz que os procuradores da Força Tarefa “não tiraram”
os processos de Sérgio Moro. o que equivale a dizer que, embora não
sejam relativos à Petrobras os inquéritos são dele. Claro, qualquer
coisa que se refira a Lula, até multa de trânsito, compete a Moro
julgar, segundo suas “convicções”.
“a força-tarefa vai protocolar
manifestações nas duas ações penais que correm na 13ª Vara Federal,
informando que entende que o STF não discutiu a competência ao retirar a
delação da Odebrecht de Curitiba”.
Merval Pereira, o que faz mal à saúde, adverte: “Os processos estão
com o juiz Sergio Moro e serão retomados com mais ênfase e os
procuradores devem estar com uma atuação frenética para dar uma resposta
a esta decisão.”
Dá vontade de perguntar ao 12° ministro do STF onde foi que ele aprendeu que os processos judiciais regem-se por “vingança”.
O que está de fato em questão – e por isso deixa a lava Jato em polvorosa – é a jurisdição universal de Sérgio Moro sobre Lula.
Recorde-se que o caso do triplex, que sustenta a prisão do
ex-presidente, foi iniciado pelo Ministério Público de São Paulo na
Justiça daquele estado e, por decisão de uma juíza de primeira
instância, remetido a Curitiba em separado dos demais envolvidos nas
investigações sobre a Cooperativa dos Bancários, que permaneceram sob
juízes paulistas e foram, em 1ª e 2ª instância, todos absolvidos.
Lula foi a exceção.
E foi porque foi a um juízo de exceção, o de Sérgio Moro e da matilha de procuradores da Força Tarefa.
A reação traz, implícito, um entendimento: só Moro seria capaz de condenar Lula com a pobreza de provas que foram apresentados.
Se é assim, só Moro podia julgar Lula, porque só ele poderia prendê-lo e tirá-lo da disputa presidencial.
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