Em geral, todos têm deixado em paz a senhora Michelle Bolsonaro, mulher do presidente eleito.
Ela, porém, parece estar mexendo com que estava quieto, ao
desfilar com uma camiseta com a frase com que a juíza Gabriela Hardt,
que substituiu Sérgio Moro, cortou a fala do presidente Lula quando este perguntou se, afinal, o acusavam ( e o acusam) de ser dono do sítio em Atibaia.
D. Michelle deveria saber que, agora, ela pode ser interrogada por
qualquer um e deve explicações sobre todas as manifestações públicas que
fizer – e usar uma camiseta com frases políticas é uma das formas de
fazê-lo.
Fazendo isso, a senhora se sujeita a várias perguntas que, para pessoas de vida privada, seriam impertinentes.
Por exemplo: foi Jair Bolsonaro quem lhe deu e pediu que usasse esta camisa?
A história de que os cheques de Fabrício Queiroz foram depositados na
sua conta é procedente? Se a senhora foi ao banco ou se mandou alguém
lá, porque não depositar na conta dele, se o trabalho é o mesmo?
A senhora usou este dinheiro ou repassou a Jair ou a alguém? Sabia do
que se tratava? Fez outros depósitos por simples “repasse” do marido de
cheques de terceiros?
A senhora nunca foi uma figura política e, na política, a gente tem
de manter decoro e ter a ciência de que a regra do “bateu, levou” é uma
constante.
Por isso, sem nem 1% da arrogância com que a frase foi usada pela
juíza, atrevo-me a dar-lhe um conselho: “se começar nesse tom, a gente
vai ter problema”.
Com todo o respeito.
...
(Por Fernando Brito, no Tijolaço)
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