PT reafirma compromisso com o voto, mas denuncia falta de lisura da
eleição, que foi distorcida pelo golpe, pela proibição da candidatura de
Lula e disseminação de fake news
O Partido dos Trabalhadores nasceu na luta da sociedade brasileira
pelo restabelecimento da democracia, em 1980. Em quase quatro décadas de
existência, o PT
sempre reconheceu a legitimidade das instituições democráticas e atuou
dentro dos marcos do Estado de Direito; combinando esta atuação com
nossa presença nas ruas e nos movimentos sociais, aprofundando a participação da sociedade na democracia.
Participamos das eleições presidenciais no pressuposto de que o
resultado das urnas deve ser respeitado, como sempre fizemos desde 1989,
vencendo ou não. Mantemos o compromisso histórico com o voto popular,
mas isso não nos impede de denunciar que a lisura do processo eleitoral
de 2018 foi descaracterizada pelo golpe do impeachment, pela proibição ilegal da candidatura do ex-presidente Lula e pela manipulação criminosa das redes sociais para difundir mentiras contra o candidato Fernando Haddad.
O devido respeito à Constituição
também torna obrigatórios a denúncia e o protesto contra as ameaças do
futuro governo de destruir por completo a ordem democrática e o Estado
de Direito no Brasil. Da mesma forma denunciamos o aprofundamento das
políticas entreguistas e ultraliberais do atual governo, o desmonte das
políticas sociais e a revogação já anunciada de históricos direitos
trabalhistas.
O resultado das urnas é fato consumado, mas não representa aval a um
governo autoritário, antipopular e antipatriótico, marcado por abertas
posições racistas e misóginas, declaradamente vinculado a um programa de
retrocessos civilizatórios.
O ódio do presidente eleito contra o PT, os movimentos populares e o ex-presidente Lula
é expressão de um projeto que, tomando de assalto as instituições,
pretende impor um Estado policial e rasgar as conquistas históricas do
povo brasileiro.
Não compactuamos com discursos e ações que estimulam o ódio, a
intolerância e a discriminação. E não aceitamos que tais práticas sejam
naturalizadas como instrumento da disputa política. Por tudo isso, as bancadas do PT não estarão presentes à cerimônia de posse do novo presidente no Congresso Nacional.
Seguiremos lutando, no Parlamento e em todos os espaços, para
aperfeiçoar o sistema democrático e resistir aos setores que usam o
aparato do Estado para criminalizar adversários políticos.
Fomos construídos na resistência à ditadura militar,
por isso reafirmamos nosso compromisso de luta em defesa dos direitos
sociais, da soberania nacional e das liberdades democráticas.
Deputado Paulo Pimenta, líder do PT na Câmara
Senador Lindbergh Farias, líder do PT no Senado
Senadora Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT
*Via http://www.pt.org.br
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