A eleição se aproxima do seu ato final em São Paulo.
Num primeiro momento, parecia que seria
um espetáculo teatral com estrutura clássica de três atos: apresentação,
climax e desenlace. O climax seria a definição de quem iria para o segundo
turno contra Russomanno. Ou Serra ou Haddad. E o desenlace, como sempre nessa
estrutura, óbvio. Quem fosse, seria o vitorioso.
Mas isso que parecia o óbvio nunca convenceu este
blogueiro. E não ocorreu. Não haveriam só três atos nesta campanha. Russomanno
não foi para o segundo turno. E Serra no
segundo turno não conseguiu ameaçar Haddad.
Mas isso não significa que a eleição esteja decidida.
Se o candidato de sempre do tucanato tem uma qualidade
ele é a da insistência. Ele parece um daqueles seres que ressuscitam sempre no
final do filme para te assustar. Quando já lhe haviam enterrado num caixão de
aço, eis que surge do nada e transformam o final da história em algo quase
imprevisível.
Serra ainda pode querer dar este susto final na
campanha de Haddad. E conta pra isso com toda a aliança midiática tradicional.
Suas chances, sem dúvida, são quase desprezíveis. O
voto tem história e os sinais que a história do voto dão em São Paulo é de que
o desejo de mudança é maior do que qualquer preconceito, incluindo o anti-petismo.
Além disso, a diferença entre Haddad e Serra no debate
SBT-UOL foi tão grande que qualquer eleitor mais consciente passou a ter
vergonha de votar no tucano.
Enfim, Serra ainda está a rondar a vitória tão
aguardada por tanta gente emSão Paulo. A vitória de uma cidade que deseja ser
feliz e não se entrega covardemente a um projeto que se orgulha de resgatar
símbolos fascistas, como a dimensão lombrosiana na definição do caráter.
O momento é de quase vitória do melhor projeto para
São Paulo, mas isso não é o suficiente para comemorações. O tempo não é o de
comemorações.
Haddad tem tudo para ganhar as eleições. E se vencer,
teremos tudo para cobrar dele um bom governo. Mas poucas vezes tanta boataria e
baixaria foram plantadas no submundo de uma campanha como nesta reta final da
eleição paulistana.
Os capangas de Serra na rede inventaram até o
cancelamento do ENEM.
Por isso, olho vivo. Eles ainda não desistiram desta
eleição. E vão fazer qualquer coisa pra empastelá-la. Eles são os mortos vivos. (por Renato Rovai).
*Via Blog do Rovai - http://revistaforum.com.br/blogdorovai/ - Edição final deste Blog
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