247* - O "mercado", denominação que a imprensa
conservadora dá às elites nacionais, 1% da população composta por
banqueiros, altos executivos e rentistas, admite abertamente: Haddad é o
favorito para vencer as eleições. Um dos jornais que funciona como
"Diário Oficial" deste segmento, o Valor Econômico, da família Marinho,
escreveu com todas as letras nesta quarta (12): "Fernando Haddad ainda é
o que mais assusta o mercado, ao ser considerado um nome cada vez mais
forte na disputa de segundo turno com Bolsonaro". E mais: "Falta pouco
menos de um mês para a eleição e, aos poucos, o cenário mais temido pelo
mercado financeiro vai ganhando força. Geraldo Alckmin (PSDB), o
preferido dos investidores por seu discurso reformista, continua
patinando, enquanto os candidatos de perfil esquerdista Ciro Gomes (PDT)
e Fernando Haddad (PT) avançam, ganhando fôlego para enfrentar Jair
Bolsonaro (PSL), líder nas pesquisas de intenções de voto, no segundo
turno".
Qual o temor das elites? O artigo do Valor Econômico é exemplar, ao
revelar abertamente o que temem os ricos: um governo que favoreça os
pobres. O texto é direto: "Hoje o que se tem de concreto é um discurso
que vai na contramão de tudo o que o mercado considera fundamental para a
economia voltar aos trilhos.
O programa do PT prevê, por exemplo,
ampliação de financiamentos por parte de bancos públicos e reversão de
medidas como o teto de gastos e a reforma trabalhista. Também defende um
regime de câmbio "mais estável" e a revisão do sistema de metas de
inflação, além do uso de US$ 40 bilhões das reservas internacionais para
financiar a infraestrutura". Ou seja, o programa do PT é o inverso do
programa de Temer, Alckmin e Bolsonaro -e o 'mercado' está apavorado com
isso.
No artigo, assinado pela repórter Lucinda Pinto, assinala-se que o
mercado, apesar de ver a candidatura de Ciro como "esquerdista",
identifica um perfil mais aceitável no ex-governador do Ceará: "Ciro
Gomes é outro nome que gera muita tensão entre investidores. Embora
tenha um discurso também fiscalista, referendado por seu assessor
econômico, Mauro Benevides, Ciro defende medidas consideradas
populistas. Uma delas é a promessa de oferecer um mecanismo para tirar o
consumidor do SPC, o que passaria pelo uso dos bancos públicos. Também
propõe um duplo mandato para o BC - de inflação e emprego -, o que
aponta para menor autonomia para a autoridade monetária. E fala em
buscar um nível de câmbio que estimule a economia, o que arranharia o
regime de câmbio flutuante."
Leia toda a reportagem aqui.
*Fonte Brasil247
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