Organizado por mulheres, movimento #EleNão ocorreu na Redenção
Milhares de pessoas protestam contra Jair Bolsonaro | Foto: Alina Souza
Porto Alegre/RS- Correio do Povo - O sábado ensolarado e com altas temperaturas, em Porto Alegre, foi
marcado por um ato contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL), que reuniu
milhares de pessoas no Parque Farroupilha (Redenção). Organizado por
mulheres, o movimento #EleNão contou com apresentações artísticas e
musicais, além de manifestações de ativistas no carro de som.
A
mobilização teve início por volta das 13h, quando começou a
concentração do junto ao Monumento ao Expedicionário. Foram
confeccionadas faixas e camisetas temáticas para o protesto. Entre as
peças levadas pelos manifestantes, a hashtag "#EleNão" era unanimidade
em adesivos, camisetas estampadas, bandanas, cartazes ou chapéus. Além
disso, muitos cartazes destacavam a relação entre existência e
resistência e o repúdio a frases polêmicas dito pelo candidato.
Após
as atividades desenvolvidas no local, os manifestantes seguiram em
caminhada pela avenida José Bonifácio em direção à João Pessoa, passando
por baixo do viaduto Imperatriz Leopoldina e ingressaram na avenida
Loureiro da Silva. A manifestação foi até a esquina da Loureiro com a
José do Patrocínio, onde o grupo ingressou, posteriormente passando pela
rua da República, João Alfredo e Travessa do Carmo até estacionar o
carro de som no Largo Zumbi dos Palmares (Epatur).
O
protesto foi finalizado por volta das 19h30min, mas manifestantes
seguiram bloqueando o acesso da José do Patrocínio pela avenida Loureiro
da Silva por alguns minutos. Depois, a multidão dispersou. A Empresa
Pública de Transporte e Circulação (EPTC) estimou que pelo menos 25 mil
pessoas participaram da mobilização. Conforme levantamento das
organizadoras, pelo menos 70 mil estiveram no ato.
“Convidamos
todos a virem com suas famílias, homens e mulheres, filhos e filhas,
para caminharmos juntos contra a onda do ódio e do fascismo no País, a
qual o candidato Jair Bolsonaro representa e incentiva”, destacou a
organização do evento, que além de mulheres conta com o apoio de grupos
de ativistas, LGBTs, de movimentos negros e estudantes.
De
acordo com uma das organizadoras do ato em Porto Alegre, a professora
da rede estadual Giany Rodrigues, 31 anos, a ideia de realizar o
protesto surgiu pelas redes sociais, quando um grupo intitulado
"Mulheres contra Bolsonaro" foi criado e, posteriormente, hackeado.
"Estávamos analisando a conjuntura política, tudo o que estava
acontecendo e o grupo foi criado", contou. Segundo ela, o engajamento
das usuárias no Facebook chamou atenção.
A organização do
ato afirmou que foi "o primeiro de muitos". "Depois que o grupo foi
hackeado, entendemos que não era mais momento de deixar a discussão na
internet, precisávamos mostrar nas ruas", destacou. Conforme Giany, as
organizadoras formam um grupo diverso, cada uma defende um candidato
diferente e todas tinham medo da repressão dos eleitores de Bolsonaro.
"Eles tendem a não entender o que significa democracia e diferença de
opinião, o que não tem ligação com o que o candidato que defende que
casas coordenadas por mães e avós são fábricas de desajustados, como
disse o vice de Bolsonaro, general Mourão", afirmou.
Segundo
Giany, a expectativa da organização do ato foi superada. "A eleição é
um momento importante, mas a nossa resistência têm que permanecer",
enfatizou.
#EleNão no mundo
Líder nas pesquisas de intenção de voto nas eleições 2018, Jair Bolsonaro é alvo de protestos em todo País e também no mundo. Manifestações ocorreram durante esse sábado em cidades da Alemanha, França, Suíça, Itália e Portugal.
Em
Genebra, na Suíça, as pessoas protestaram na frente à sede da
Organização das Nações Unidas (ONU) na Europa. Elas levavam cartazes com
palavras contrárias ao candidato e pediam o fim do "fascismo". Em
Paris, na França, onde a candidata de extrema-direita Marine Le Pen, da
Frente Nacional, tem ganhado força nos últimos anos, pelo menos 250
pessoas se organizaram no centro da cidade para protestar contra o
candidato brasileiro.
Imagens publicadas nas redes sociais
com a hashtag #Elenão mostram também manifestações em Milão, na Itália.
Em Barcelona, na Espanha, e em Lisboa, em Portugal, também houve
protestos.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, a criadora do
grupo afirmou que "só acendeu um fósforo no barril de pólvora" com a
criação do grupo.
*Via http://www.correiodopovo.com.br
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