05 outubro 2018

'A gente se abraça no domingo!' - (Coluna Crítica & Autocrítica - nº 138)

Deputado Federal Marco Maia, nº 1314  (PT/RS) - o segundo da esquerda para a direita - com companheiros/apoiadores em Santiago/RS

Por Júlio Garcia**

*‘Esquema Globo-Ibope-Moro-Palocci fecha o cerco ao PT: começou a guerra!’ – A seguir, reproduzo parte de recente postagem realizada pelo jornalista Ricardo Kotscho em seu Blog, “(...) diante do fracasso das candidaturas reformistas de ‘centro’, o Grupo Globo resolveu apoiar, na falta de outra opção mais confiável, o capitão reformado Jair Bolsonaro, único candidato com chances de derrotar o PT, o inimigo a ser abatido. Com Haddad crescendo sem parar e Bolsonaro estacionado ou começando a cair, era preciso agir rápido.

No sábado, a cobertura torta e manipulada das magníficas manifestações da mulherada do #EleNão pelo Brasil inteiro, as maiores desde as Diretas Já, dando a elas o mesmo destaque das carreatas pró-Bolsonaro, foi a primeira indicação de que o jogo agora era para valer. Variadas matérias sobre Bolsonaro, incluindo uma entrevista exclusiva no avião que o levou ao Rio, e o depoimento da ex-mulher negando todas as acusações que havia feito contra ele, publicadas pela revista Veja, ocuparam a maior parte do tempo do Jornal Nacional. (...)

No final da tarde, antes do Jornal Nacional, a Globo News já deitou e rolou em cima de uma “delação premiada” do ex-ministro Antonio Palocci, feita em abril à Polícia Federal, e liberada pelo juiz Sérgio Moro só agora, a seis dias da eleição, depois de ser rejeitada pelo Ministério Público Federal por falta de provas. As acusações de Palocci contra Lula, Dilma e o PT foram dadas como fato consumado, transitado em julgado.

Tudo seguiu o script: o JN abriu com o crescimento de 4 pontos de Bolsonaro no Ibope, chegando a 31%, e Haddad estacionado em 21%, vendo sua rejeição disparar para 38% em poucos dias, a apenas 6 pontos abaixo de Bolsonaro. Para o segundo turno, em que Haddad levava ampla vantagem, foi apontado o empate em 42%.

Como é que o capitão conseguiu subir tanto no período em que choveram denúncias contra ele e boa parte do Brasil foi às ruas protestar contra a sua candidatura? Difícil entender... (...) A seguir, logo depois dos comerciais, como se já estivesse tudo planejado desde cedo, entrou o bombardeio contra o PT embrulhado no pacote entregue por Moro com a delação de Palocci, que William Bonner apresentou como a bala de prata tão aguardada. 

Ali nada acontece de graça, e só têm o direito de surpreender os mais jovens que não viveram a campanha presidencial de 1989, na primeira eleição direta para presidente depois do golpe de 1964.” (...)

*Ricardo Kotscho aproveita e manda ainda um importante ‘recado’ para o companheiro candidato a Presidente pelo PT/PCdoB/Pros/PCO: “Haddad, mire-se no exemplo de Lula em 1989: a última semana é guerra”.

*‘O “racismo” anti-PT’ - Também o nosso – sempre – Deputado Flávio Koutzii, meu bravo amigo e companheiro de lutas, com quem militei por tantos anos – e com quem tive o privilégio de trabalhar na Casa Civil (Palácio Piratini), no saudoso Governo Olívio Dutra (1999/2002) -, assim pronunciou-se esta semana (portal Sul21): “Tenho acompanhado sistematicamente os programas eleitorais, especialmente os dedicados à campanha presidencial. Uma característica extraordinariamente marcante no discurso dos candidatos da direita é a referência obsessiva – politicamente interessada – ao PT.

Destaco isto porque o caráter cotidiano deste comportamento vai naturalizando o inaceitável, o “racismo” anti-PT. Não é mais só a diferença com adversários políticos como nós somos, é a busca da estigmatização absoluta. Da sinonimização do PT com o mal. Da tentativa do nosso extermínio.

E isto não é vitimização, nem mimimi. O centro da política é óbvio. Mas igual me pareceu importante esta nota, porque na verdade esta brutal intensidade é uma expressão aguda do bolsonarismo da sociedade brasileira e um reducionismo e “boçalização” do pensamento.

Lembro bem que Sartre explicava em ‘O que é racismo’ que a existência ‘de um inferior’ garantia automaticamente a ideia de superior ao outro. Mas, mais violento se transforma o comportamento opressor dos anti-petistas, na medida em que essa tentativa de reduzir o valor “dos PT” é bloqueada por um enorme passado, quase 30 anos – com erros e acertos – voltados ao povo brasileiro. Por isto não basta atacarem a sigla, teriam – como tentam – de anular o passado e extinguir a memória. Mas não vão levar. A gente se abraça no domingo.” (Desnecessário dizer que ‘assino embaixo’).

*Por fim, como regularmente faço nos períodos eleitorais – e com total transparência, responsabilidade e satisfação! - estou ‘abrindo’ o voto que darei nestas eleições: Para Deputado Federal votarei em Marco Maia 1314; Deputado Estadual: Nelsinho Metalúrgico 13630; Senadores: Paulo Paim 131 e Abigail 651; Governador: Rossetto 13; Presidente Haddad 13. #Para o Rio Grande – e o Brasil – Ser Feliz de Novo!
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**Advogado, Pós-Graduado em Direito do Estado, Assessor Parlamentar, Midioativista. Foi um dos fundadores do PT e da CUT. - Publicado originalmente no Jornal A Folha, (do qual é Colunista), em 05/10/2018.

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