Coluna Crítica & Autocrítica - nº 139
Por Júlio Garcia**
*Apesar de toda a pressão da chamada ‘grande mídia’, da sua
parcialidade, das pesquisas de encomenda ... e das baixarias e mentiras
divulgadas nas redes sociais pelos partidários do fascista Bolsonaro (o
#EleNão), Fernando Haddad – em apenas 20 dias de campanha! – conseguiu a
proeza de ir para o 2º turno das eleições presidenciais.
*2º
turno, novas eleições, novos debates (Haddad já mostrou que está muito
bem preparado e mostrará a abissal diferença que o separa do candidato
extremista – isso se o ‘coiso’ não fugir novamente da raia). Está também
sendo gestada uma grande Frente pela Democracia e contra o Fascismo,
que apoiará Haddad, com a participação todas as forças democráticas que
efetivamente se opõe ao atraso, ao retrocesso da extrema-direita, aos
saudosistas da ditadura militar, ao obscurantismo e ao fundamentalismo.
*A propósito da ‘onda bolsonaro’ verificada nos últimos dias
(que permitiu ao candidato do retrocesso, do preconceito e do ódio ter
uma votação bem maior do que era inicialmente prevista), importante ler o
artigo do professor Rafael Azzi, repostado no Portal O Boqueirão On
Line - https://oboqueiraoonline.wixsite.com/oboqueirao - com o sugestivo
título ‘Sua tia não é fascista, ela está sendo manipulada’ –, cujo
resumo reproduzo a seguir:
“Saiba como a longa mão de Steve
Bannon, homem-chave da campanha de Donald Trump, contribuiu para levar
Bolsonaro ao segundo turno das eleições no Brasil usando as redes
sociais da Internet. Você se pergunta como um candidato com tão poucas
qualidades e com tantos defeitos pode conseguir o apoio quase que
incondicional de grande parte da população?
Você já tentou
argumentar racionalmente com os eleitores deles, mas parece que eles
estão absolutamente decididos e te tratam imediatamente como inimigo no
mais leve aceno de contrariedade?
Até sua tia, que sempre foi fofa com você, agora ataca seus posts sobre política no facebook? Pois bem, vou contar uma história.
O principal nome dessa história é
um sujeito chamado Steve Bannon. Bannon tinha uma visão de extrema
direita nacionalista. Ele tinha um site no qual expressava seus pontos
de vista que flertavam com o machismo, com a homofobia, com a xenofobia,
etc. Porém, o site tinha pouca visibilidade e seu sonho era que suas
ideias se espalhassem com mais força no mundo. Para isso, Bannon
contratou uma empresa chamada Cambridge Analytica. Essa empresa
conseguiu dados do facebook de milhões de contas de perfis por todo
mundo. Todo tipo de dado acumulado pelo facebook: curtidas, comentários,
mensagens privadas. De posse desses dados e utilizando algoritmos, essa
empresa poderia traçar perfis psicológicos detalhados dos indivíduos.
Tais
perfis seriam então utilizados para verificar quais indivíduos estariam
mais predispostos a receber as mensagens: aqueles com disposição de
acreditar em teorias conspiratórias sobre o governo, por exemplo, ou que
apresentavam algum sentimento de contrariedade difuso ao cenário
político atual.
A estratégia seria fazer com que esse indivíduo
suscetível a essas mensagens mudasse seu comportamento, se
radicalizasse. Como as pessoas passaram a receber as notícias e a
perceber o mundo principalmente através das redes sociais, não é difícil
manipular essas informações. Se você pode controlar as informações a
que uma pessoa tem acesso, você pode controlar a maneira com que ela
percebe o mundo e, com isso, pode influenciar a maneira como se comporta
e age.
Posts no facebook podem te fazer mais feliz ou triste,
com raiva ou com medo. E os algoritmos sabem identificar as mudanças no
seu comportamento pela análise dos padrões das suas postagens, curtidas,
comentários.
Assim, indivíduos com perfis de direita e seu
tradicional discurso “não gosto de impostos” foram radicalizados para
perfis paranoicos em relação ao governo e a determinados grupos sociais.
A manipulação poderia ser feita, por exemplo, através do medo: “o
governo quer tirar suas armas”. Esse tipo de mensagem estimula um
sentimento de impotência e de não ser capaz de se defender. Estimula
também um sentimento de “somos nós contra eles”, o que fecha a pessoa
para argumentos racionais. (...)
Duas das mais importantes
democracias do mundo já foram hackeadas utilizando tais técnicas de
manipulação. O alvo atual é o nosso país, com uma das mais importantes
democracias do mundo. Não vamos deixar que essas forças nos joguem uns
contra os outros, rasgando nosso tecido social de uma maneira
irrecuperável”. (...)
*A palavra de ordem agora, portanto, - não
poderia ser outra! – é: #Todos pela democracia e contra o fascismo!
#Somos todxs Haddad 13!
...
**Advogado, Pós-Graduado em Direito do Estado, Assessor Parlamentar, Midioativista. Foi um dos fundadores do PT e da CUT. - Publicado originalmente no Jornal A Folha, (do qual é Colunista), em 11/10/2018.
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