O Jornal Nacional de 03.04.2018 lembrou os tempos da ditadura militar, quando era porta-voz oficial dos generais
Eu reconheço que houve um episódio em que nós estivemos realmente
no limite, que foi aquele tuíte da véspera da votação no Supremo da
questão do Lula. Ali, nós conscientemente trabalhamos sabendo que
estávamos no limite. Mas sentimos que a coisa poderia fugir ao nosso
controle se eu não me expressasse. Porque outras pessoas, militares da
reserva e civis identificados conosco, estavam se pronunciando de
maneira mais enfática. Me lembro, a gente soltou [o post no Twitter]
20h20, no fim do Jornal Nacional, o William Bonner leu a nossa nota. General Villas Bôas, comandante do Exército, em entrevista à Folha
A fala do general Villas Bôas evidencia a trama política contra
Lula. Deixa claro que houve ingerência em decisão do STF (Supremo
Tribunal Federal). Gleisi Hoffmann, presidenta do PT, no twitter
O papel da Rede Globo foi o de fazer as relações públicas do
processo do golpe, para a destituição de Dilma, a prisão de Lula e agora
a viabilização do governo de Bolsonaro. Gleisi, em entrevista ao site argentino Contexto
Sendo prevalecente nesse STF o entendimento de que a execução
provisória não compromete o princípio de presunção da inocência, não há
como reputar ilegal, abusivo ou teratológico acórdão que rejeita habeas
corpus, independentemente da minha posição pessoal quanto ao tema de
fundo. Ministra do STF Rosa Weber, dando o voto
decisivo no 6 a 5 que manteve o ex-presidente Lula preso, em nome da
“colegialidade” [no dia seguinte ao tuíte do general]
Então a corte não pode evoluir jamais. Ricardo Lewandowski, ministro do STF, interrompendo Rosa Weber
A minha perplexidade é grande. Ministro Marco Aurélio, do
STF, estranhando a decisão de Rosa Weber, que contrariou sua própria
opinião [ela sempre foi contra a prisão depois de condenação em segunda
instância] e manteve Lula na cadeia
Comissão Executiva Nacional do PT apontou a gravidade da
usurpação confessada pelo general Villas Bôas para impedir que o STF
conceda liberdade a Lula
É grave a entrevista do comandante do Exército, general Villas Bôas,
na qual ele confessa ter interferido diretamente para impedir o Supremo
Tribunal Federal de conceder habeas corpus ao ex-presidente Lula, em
abril deste ano.
Ao afirmar que, a seu critério, a liberdade de Lula seria motivo de
“instabilidade”, o general confirma que a condenação do maior líder
político do país foi uma operação política, com o objetivo de impedir
que ele fosse eleito presidente da República.
Está demonstrado, agora, que não apenas o sistema judicial ligado a
Sergio Moro, a Rede Globo e a grande mídia participaram dessa operação
arbitrária e antidemocrática, mas também a cúpula das Forças Armadas.
O general Villas Bôas afirma querer “despolitizar” as Forças Armadas,
mas sua confissão compromete os comandos militares com o golpe e
demonstra que eles exercem de fato uma tutela inconstitucional sobre as
instituições, jogando inclusive com a liberdade de um cidadão
injustamente condenado.
A entrevista compromete a cúpula das Forças Armadas com a visão
autoritária do processo político de Jair Bolsonaro, que faz graves
ameaças à oposição, por meio de declarações e textos que circulam nas
redes sociais.
O PT conclama as forças democráticas do país a repudiar e denunciar a
usurpação confessada pelo general Villas Bôas e a defender a democracia
contra as ameaças de Bolsonaro. Não há limites para a tirania depois
que ela se instala.
Comissão Executiva Nacional do PT
Fonte: Viomundo
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