Por Luís Costa Pinto, do Jornalistas pela Democracia* - Hoje,
logo cedo, a internet foi impactada com o escárnio da dança de Queiroz,
mulher e filha, todos de laranja, no Einstein, dando uma traulitada na
cara do Brasil, dos brasileiros, da Justiça e do Ministério Público.
Um nojo. A bolsolândia torceu, em silêncio, para que a repercussão
fosse ínfima. Perderam, os playboys: as redes sociais fermentam,
indignadas. Inclusive as deles. Queiroz, mantenedor da família
Bolsonaro, pagador de cheque a Michele, é um fio desencapado a ameaçar a
família e o Palácio. No meio da tarde, diante da repercussão, os
advogados de Queiroz deram uma resposta pedestre. O Einstein, que deve
explicações, calou. A bolsolândia calou.
E Bolsonaro? Ora, o presidente respondeu atacando: criou um post
estúpido - estúpido, criminosamente acintoso - tentando unir PCC e CV na
crise de segurança pública do Ceará ao MST e ao MTST.
Por que ele fez isso hoje, sábado à tarde? Por estratégia
diversionista. Quer criar um burburinho, um buzz, uma onda de indignação
(justificada) a seu post nos partidos e movimentos de oposição e
desviar o foco do escândalo de Queiroz - o laranja.
As duas coisas são criminosas.
O evento Queiroz derrete a popularidade e a credibilidade de
Bolsonaro e de seus filhos na turma dele. Uma coisa e outra têm de ser
tratadas com a mesma intensidade de repercussão.
A estratégia diversionista de Bolsonaro está no manual de ações em
redes sociais de Steve Banon. Foi usada por Trump em 2016, na campanha, e
ao longo dos dois últimos anos. Agora, como a mídia tradicional
americana redobrou a vigilância e passou a conhecer os métodos
trumpistas (copiados aqui), não funcionam mais.
Sigamos sem arrefecer a cobrança a Queiroz e ao Einstein.
E passemos a esconjurar a falta de responsabilidade política e de
qualquer traço de maturidade em um presidente que tuíta como se fosse um
parvo assessor dos próprios filhos.
Se há um burro zurrando nessa história ele despacha no Planalto e veste a faixa por cima da bolsa de colostomia.
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